Campos de concentração na Europa: 6 lembranças do horror
Foi no dia de 27 de janeiro de 1945 que tropas soviéticas entraram no Campo de Concentração de Auschwitz-Birkenau, o maior campo da Alemanha Nazista, libertando seus prisioneiros. Estima-se que 1 milhão de pessoas – a grande maioria judeus – tenham sido dizimados nesse local. Não à toa, o nome “Aushwitz” se tornou praticamente sinônimo de Holocausto.
Sessenta anos depois, a partir da resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, 27 de janeiro passou a ser designado como Dia Internacional da Lembrança do Holocausto.
A Europa abrigava dezenas de campos nazistas, entre locais de prisão, trabalho e extermínio. Ao final da Segunda Guerra, a maioria foi destruída pelos próprios alemães, numa tentativa medíocre de apagar os rastros da barbárie. Vários, no entanto, foram preservados, transformados em memoriais e abertos à visitação.
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Conhecer um campo de concentração nos traz um sentimento de indignação, impotência e tristeza. Certamente não será um passeio agradável, mas, havendo oportunidade, todo viajante deveria visitar, como forma de consciência histórica e humana.
Apresentamos seis campos de concentração que podem ser visitados a partir de grandes cidades, na Alemanha e na Polônia, os países protagonistas desse horror:
Auschwitz-Birkenau – Polônia
(Por Louise Palma)
Auschwitz foi o maior campo de concentração e extermínio do governo nazista, sendo um dos principais símbolos do Holocausto. Construído a 75km de Cracóvia, na Polônia, se converteu hoje num museu dedicado à memória de um dos períodos mais brutais da História. Em Auschwitz I e II (o segundo conhecido como Birkenau), distantes 3km entre si, estão preservados prédios administrativos, celas, dormitórios, crematórios, além dos destroços das câmaras de gás. As visitas individuais são gratuitas, mas integrar um tour guiado torna a experiência mais completa.
Como chegar: De Cracóvia, pegar o ônibus que sai a cada 20min do centro e leva até a entrada do campo. O trem leva o mesmo tempo, mas deixa a 2km de Auschwitz.
Treblinka – Polônia
A localização do campo de Treblinka, no meio de uma floresta densa, foi estrategicamente planejada para mascarar a sua existência. Calcula-se que 700 mil pessoas foram assassinadas aqui, a maioria judeus em câmaras de gás. A fama de ser um dos campos mais brutais colocou em evidência alguns de seus oficiais, entre eles Franz Stangl, que chegou a fugir para o Brasil, mas acabou extraditado em 1970. Pouco sobrou do local, e o que se vê hoje é um memorial com trilhos simbólicos e um pequeno museu com documentos a respeito do que aconteceu aqui.
Como chegar: De Varsóvia, tomar o trem a partir da Estação Central ou da Estação Leste até a Estação de Malkinia e de lá seguir de táxi até o campo, distante 10km.
Sachsenhausen – Alemanha
O Campo de Concentração, Memorial e Museu de Sachsenhausen, a 35km de Berlim, começou a ser construído em 1936 e logo passou a funcionar como prisão politica para os oponentes do nazismo, a maioria deles, comunistas. A partir de 1938, tornou-se também local de cárcere para os judeus. Estima-se que 200 mil pessoas morreram aqui, incluindo soldados soviéticos, homossexuais e milhares de cidadãos de diversas nacionalidades. Hoje o local funciona como um museu, exibindo a história do campo com fotos e textos dentro das infames barracas.
Como chegar: De Berlim, pegar a linha S1 do S-Bahn (até a estação de Oranienburg) e de lá seguir a pé ou tomar o ônibus 804 até a parada Gedenkstätte.
Ravensbrück – Alemanha
A menos de 100km de Berlim está outro campo de concentração bem menos conhecido hoje, Ravensbrück, cuja característica principal o diferencia dos demais: recebia majoritariamente prisioneiras. Estima-se que, entre 1939 e 1945, mais de 130 mil mulheres foram encarceradas aqui – entre elas, a russa Olga Benário, casada com o brasileiro Luís Carlos Prestes, morta no local. Entre todas, somente 3 mil sobreviveram. O campo foi transformado em memorial em 1959, mas, situado dentro da Alemanha Oriental, permaneceu praticamente inacessível durante décadas. A partir da reunificação do país, Ravensbrück passou a abrigar exposições permanentes sobre o campo.
Como chegar: De Berlim, na estação Gesundbrunnen, pegar trem até Fürstenberg (Havel) e de lá seguir de ônibus (linha 517) ou a pé (cerca de 40min).
Dachau – Alemanha
(Por Claudia Neujahr Klein)
Instalado numa antiga fábrica de munição, o campo de concentração de Dachau foi um dos primeiros da Alemanha Nazista. A menos de 30km de Munique, no sul da Alemanha, pode ser facilmente acessado de trem, em uma viagem de cerca de 20min. O local, que possui um museu com objetos de trabalho e muitas fotos, mostra também como eram as instalações dos prisioneiros em barracões e as celas de detenção. As câmaras de gás, os fornos do crematório, a imensa área externa, as capelas e os memoriais completam o conjunto.
Como chegar: De Munique, pegar a linha S2 do trem regional S-Bahn até a estação Dachau e de lá seguir de ônibus (linha 726) até a entrada do campo.
Neuengamme – Alemanha
Calcula-se que 55 mil pessoas tenham morrido nesse campo de concentração durante o período da Alemanha Nazista. Após o final da guerra, o local serviu temporariamente de prisão para os membros da SS capturados. O que se encontra hoje é o modelo de um campo de concentração e suas barracas – as originais não existem mais –, além de pertences dos prisioneiros, fotos e textos em inglês e alemão contando a história de Neuengamme, campo a 30km de Hamburgo. A exposição termina em um memorial com o nome das vítimas que morreram aqui.
Como chegar: De Hamburgo, pegar a linha S21 do S-Bahn até a estação Bergedof e de lá o ônibus 227 ou 327 até a entrada do campo.
Confira mais sobre a Alemanha no “Guia O Viajante Norte da Europa” e sobre a Polônia no “Guia O Viajante Europa Oriental“, volumes 2 e 3 do “Box Guia O Viajante Europa 10ª edição“.
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