Instalação interativa ocupa a Capela do Morumbi
Através de artifícios técnicos, visuais e sonoros, a exposição provoca a sensação de andar em um solo invisível
Foi inaugurada no sábado, dia 6, a instalação interativa “Solo”, produzida especialmente para a Capela do Morumbi. A obra é resultado do desdobramento de uma outra, Plano, criada em 2008.
Com concepção de Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti, o trabalho consiste em uma plataforma móvel formada por 40 chapas de alumínio náutico, articuladas e apoiadas sobre amortecedores. Ao serem pisadas pelos visitantes, elas invocam a lei da ação e reação e sugerem a sensação de flutuar. A extensão da intervenção é de 40 metros quadrados e as placas ficam a 15 centímetros de altura do chão.
Uma iluminação especial contribui para a formação de um reflexo sobre as chapas, acentuando suas ondulações. Dessa forma, é como se o conjunto fosse invisível, deixando a experiência ainda mais individual, mesmo sendo compartilhada. Diversos visitantes poderão experimentar os efeitos da obra ao mesmo tempo. “É um jogo de forças”, ressalta Rejane. Segundo a artista, a escolha do nome da instalação “remete à ideia óbvia de piso, superfície, mas também ao solo musical, uma vez que, ao receber a ação das pessoas, as peças produzem som”.
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Rejane estudou Comunicação, Semiótica, Visualização de Sistemas de Informação e Interfaces Cinemáticas em São Paulo e em Genebra (Suíça) e, desde 1987, pesquisa e desenvolve instalações imersivas. Já Crescenti, formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, investiga e desenvolve, desde 1978, projetos em várias mídias e suportes.
Nos últimos anos, a Capela, um dos 12 exemplares arquitetônicos do Museu da Cidade de São Paulo, tornou-se área expositiva destinada a criações site specific (obras projetadas para ocuparem locais determinados). Instalações de artistas plásticos como Lux, de Laura Vinci, e Tímpano, de José Spaniol, já passaram pelo amplo espaço interno sem divisórias da casa histórica.