CCJ traz pela primeira vez ao Brasil Jah Shaka, o maior nome do sound system
Domingo, dia 24 de outubro, o Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso (CCJ) recebe o maior nome do sound system, Jah Shaka. A atração faz parte da programação do festival Outubro Independente e tem uma apresentação única, na rua, em frente ao Centro e com entrada Catraca Livre.
A abertura fica por conta de Victor Rice e Christiano Botelho, conhecido como Buguinha Dub e participação do Quilombo Hi-Fi.
Victor Rice é baixista e produtor nova-iorquino, renomado na Europa e nos Estados Unidos e ficcionado pela sonoridade jamaicana dos anos 60 e 70. O pernambucano Buguinha Dub é produtor e trabalha com a junção da música brasileira com o reggae e o dub.
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Jah Shaka
Jah Shaka nasceu e cresceu em Clarendon, na Jamaica, mas começou sua carreira musical em Londres no início dos anos 70.
Ingressou no sound system de soul e rhythm ‘n’ blues Freddie Cloudburst como aprendiz de soundman (aquele que comanda o sound system) e, em meados dos anos 70, montou o seu próprio sound system simplesmente intitulado Jah Shaka.
Shaka nomeou o seu sound system inspirado no grande guerreiro da tribo Zulu Shaka ka Senzangakhona, também conhecido como Shaka Zulu.
Ganhou notoriedade por introduzir e privilegiar o dub e o reggae rastafári, de cunho político-religioso, em suas apresentações.
Através de parcerias com produtores jamaicanos como Winston Edwards, entre outros, Jah Shaka conseguia faixas exclusivas direto da Jamaica, antes mesmo de seu lançamento oficial, além de diversas versões exclusivas de um mesmo riddim.
Em pouco tempo, estabeleceu o seu nome como o principal sound system de todo o reino unido, reunindo enormes multidões de diferentes estilos musicais, cores e raças em suas apresentações.
Durante os anos 80, quando a maioria dos sound systems passou a seguir a tendência da música jamaicana, tocando músicas com temas polêmicos como armas e sexo, Jah Shaka se manteve firme em seu propósito de levar a mensagem de Jah para o seu público.
Neste período, o seu público e suas aparições diminuíram, porém isso serviu para aumentar o seu status de lenda e fazer com que inúmeros novos sounds surgissem com a mesma ideologia de favorecer o reggae com temas sociais, políticos e religiosos.
Jah Shaka também lançou seu próprio selo no início dos anos 80 e desde então produziu e lançou inúmeros álbuns de artistas como Twinkle Brothers, Max Romeo, Prince Alla, Johnny Clarke, Horace Andy, Bim Sherman, Sgt. Pepper, Icho Candy, entre muitos outros, além de inúmeros álbuns dub.
Foi fundador da Jah Shaka Foundation, fundação que entre outras atividades ajuda a distribuir medicamentos, livros, cadeiras de roda, materiais de carpinteria e discos para clínicas, escolas e estações de rádio na região de Accra, em Gana.