“Atenção, Revisteiros Trabalhando!”. Se vir uma placa com estes dizeres em frente ao Miniteatro, na praça Roosevelt, não se assuste. É o work-in-progress do novo espetáculo da Cia da Revista, que será aberto ao público todos os sábados e domingos, às 20h, a partir de 3 de abril. Os atores da Cia. se revezam em quadros conduzidos por um ator-MC, que serão retrabalhados e constantemente modificados. Depois de cada apresentação – de duração aproximada de 40 minutos –, abre-se um bate-papo com o público de cerca de 20 minutos. Entre os quadros, estão: Cada cidade tem o político que merece, Toda cidade tem um puteiro e Chip na cabeça do povo.

“Vamos criar uma pequena mostra do processo de criação, que engloba algumas cenas que foram improvisadas e que nos pareceram interessantes e teatrais. Paralelamente, nosso trabalho em sala de ensaio continuará, assim poderemos incluir novas cenas, novas idéias na medida em que as semanas avançam. Não quer dizer que essas cenas irão fazer parte do texto final, mas vão servir de inspiração de idéias, personagens, temas. Tudo com um aval do público, que poderá compactuar do nosso processo e com isso recolheremos informações: o que funciona, o que interessa, os temas e personagens com que este público se identifica”, explica o diretor Kleber Montanheiro.

Segundo Kleber, a idéia não é criar um espetáculo e sim um varieté, onde quadros com temas diferentes acerca de um tema maior são mostrados. No caso, o tema central será a cidade ideal, partindo da pesquisa do grupo sobre a peça Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny, de Bertolt Brecht, em que o autor aborda uma cidade criada no meio do nada, durante a fuga de três personagens. “Nós estamos buscando a Mahagonny brasileira, que no resultado final será a Bras-Ilha. Mesclamos com os 50 anos de Brasília e com o desfile Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia, de Joãosinho Trinta. Vamos mostrar um pouco da nossa cidade, a cidade que estamos buscando, que mais tarde irá ser aprofundada no texto do próximo espetáculo”, conta.