Cinemateca traz a “América Latina Sem Fronteiras”

Ciclo “Cinema e Psicanálise” aborda e debate filmes do tema

Por Redação
24/05/2011 16:01 / Atualizado em 05/05/2020 16:19

A Cinemateca retomou sua programação de encontros entre o cinema e psicanálise. De 22 de maio a 16 de outubro, o espaço promove um novo ciclo de projeções de filmes, seguidas de debates com profissionais destacados em arte e cultura, com a mediação de psicanalistas.

As sessões ocorrem sempre aos domingos, às 18h e o ciclo se extende até outubro de 2012. A entrada custa R$ 8 e estudantes do ensino fundamental e médio não pagam mediante apresentação de carteirinha estudantil.

O trabalho é resultado de uma parceria da Fepal (Federação Latinoamericana de Psicanálise), com apoio da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP) e da Universidade São Marcos. A coordenação do evento é de Leopold Nosek, presidente da Fepal.

Neste primeiro semestre, os filmes da programaçãoabordam temas relativos à América Latina e seus conflitos, tratando questões políticas e geográficas ligadas às suas fronteiras e revoluções .

Confira abaixo a programação de maio à julho:

Maio

Dia 22/05 – Às 18h00

Queimada!
(Dir.: Gillo Pontecorvo. Itália/França, 1969, 35mm, cor, 115 min). Com: Marlon Brando, Renato Salvatori, Evaristo Márquez, Norman Hill e Carlo Palmucci.

Em 1845, numa ilha do Caribe batizada Queimada por conta de um episódio do passado, um agente britânico recém-chegado fomenta na população de escravos a idéia da revolução contra os colonizadores portugueses. Ele encontra na figura de um estivador, a quem incita a roubar um banco, a pessoa ideal para ser líder da rebelião. Outro rebelde, funcionário de um hotel de luxo, é levado a assassinar o governador local, facilitando a tomada do poder pelos revolucionários. Uma vez no comando, o novo governo descobre os limites de sua soberania e as verdadeiras intenções do agente britânico. Trilha sonora de Ennio Morricone.

Classificação indicativa: 14 anos

Debate com Paulo de Tarso Vanucchi, Plínio Montagna e Maria Dora Mourão
Mediação: Leopold Nosek

Dia 29/05 – Às 18h00

Cinema, Aspirinas E Urubus
(Dir.: Marcelo Gomes. Pernambuco, 2005, 35mm, cor, 99 min). Com Peter Ketnath, João Miguel, Hermila Guedes e Mano Fialho.

Em 1942, no sertão nordestino, dois homens vindos de mundos diferentes se encontram. Um deles é Johann, alemão fugido da 2ª Guerra Mundial, que dirige um caminhão e vende aspirinas pelo interior do país. O outro é Ranulpho, um homem simples que sempre viveu no sertão e que, após ganhar uma carona de Johann, passa a trabalhar para ele como ajudante. Viajando de povoado em povoado, a dupla exibe filmes promocionais sobre o remédio “milagroso” para pessoas que jamais tiveram a oportunidade de ir ao cinema. Aos poucos, surge entre eles uma forte amizade.

Classificação indicativa: 14 anos

Debate com Marcelo Coelho
Mediação: Cíntia Buschinelli

Junho

Dia 05/06 – Às 18h00

Diários de Motocicleta (Diarios de motocicleta)
(Dir.: Walter Salles. Argentina/EUA/Chile/Peru/Brasil/Inglaterra/França/Alemanha, 2004, 35mm, cor, 126 min). Com Gael García Bernal, Rodrigo de La Serna, Mía Maestro, Gustavo Bueno e Mercedes Morán.

Em 1952, Ernesto “Che” Guevara, então um jovem estudante de medicina, junta-se ao amigo Alberto Granado para viajar pela América do Sul em uma velha moto, arranjando caronas e fazendo longas caminhadas. Depois de passar por Machu Pichu, chegam a uma colônia de leprosos na Amazônia Peruana, onde começam a questionar o valor do progresso econômico. Baseada no livro homônimo de memórias do líder da Revolução Cubana, esta foi a primeira produção internacional dirigida por Walter Salles. Vencedor do Oscar de Melhor Canção Original para “Al otro lado del río”, do uruguaio Jorge Drexler.

Classificação indicativa: 14 anos

Debate com Andre Singer
Mediação: Marcio Giovannetti

Dia 12/06 – Às 18h00

Gaijin – Os Caminhos Da Liberdade
(Dir.: Tizuka Yamasaki. São Paulo, 1980, 35mm, cor, 105 min). Com: Kyoko Tsukamoto, Antônio Fagundes, Jiro Kawarazaki, Gianfrancesco Guarnieri, Clarisse Abujamra, Louise Cardoso e José Dumont.

No início do século XX, um grupo de japoneses vem ao Brasil para trabalhar numa fazenda de café em São Paulo. Lá, encontram dificuldades para se adaptar, são tratados com hostilidade, trabalham em regime de semi-escravidão e são roubados pelo empregador. Apenas o contador da fazenda se comove com as injustas condições de vida destes imigrantes e decide ajudá-los. Baseado em fatos reais sobre os imigrantes japoneses que vieram para o Brasil em busca de melhores oportunidades, o filme revelou o talento da diretora Tizuka Yamasaki – ela própria uma descendente de imigrantes japoneses, dona de uma carreira cinematográfica marcada por diversos sucessos de bilheteria.

Classificação indicativa: 14 anos

Debate com Jo Takahashi
Mediação: Eunice Nishikawa

Dia 19/06 – Às 18h00

Bananas
(Dir.: Woody Allen, EUA, 1971, 35mm, cor, 82 min). Com: Woody Allen, Louise Lasser, Carlos Montalbán, Miguel Ángel Suárez e Jack Axelrod.

Apaixonado por uma ativista política de esquerda que não corresponde aos seus sentimentos, um desastrado testador de produtos parte rumo à minúscula república de San Marcos para tirar umas férias e encontra um país convulsionado por uma guerra civil. É seqüestrado pelos rebeldes locais e, quando estes chegam ao poder, acaba empossado como Presidente. Torna-se, então, alvo de uma investigação do FBI, que quer levá-lo a julgamento por subversão. Segundo filme dirigido, co-escrito e estrelado por Woody Allen, trata-se de uma sátira aos movimentos revolucionários latino-americanos.

Classificação indicativa: 14 anos

Debate com Ronald Kapaz
Mediação: Ana Maria Brias Silveira

Dia 26/06 – Às 18h00

O Abraço Partido – (El Abrazo partido)
(Dir.:  Daniel Burman. Argentina/Espanha/França/Itália, 2004, 35mm, cor, 97 min). Com: Daniel Hendler, Adriana Aizemberg, Sergio Boris, Jorge D’Elía, Atilio Pozzobon e Diego Korol.

Ariel é um jovem de vinte e poucos anos, filho de imigrantes judeus, que largou a faculdade e vive à deriva entre a loja de lingerie de sua mãe, em uma galeria de bairro de Buenos Aires, e um ‘cybercafé’ próximo, onde encontra sua namorada. Sua mãe superprotetora e seu irmão mal falam do pai, que partiu nos anos 1970 para Israel, para lutar na guerra do Yom Kippur, e nunca mais voltou. Com a crise econômica instalada na Argentina forçando ao fechamento várias lojas tradicionais no bairro onde vive, Ariel sonha em conseguir a cidadania européia e partir do país em busca de emprego, ao mesmo tempo em que vê crescer seu desejo de conhecer seu pai e descobrir a verdade sobre seu afastamento da família. Vencedor do prêmio de Melhor Ator e do Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim.

Classificação indicativa: 14 anos

Debate com Luis Paulo Rosenberg
Mediação: Bernardo Tanis

Julho

Dia 03/07 – Às 18h00

O Ano em que meus pais saíram de Férias
(Dir.: Cao Hamburger, São Paulo, 2006, 35mm, cor, 110 min). Com: Michel Joelsas, Germano Haiut, Caio Blat, Simone Spoladore, Paulo Autran e Daniela Piepszyk.

Em 1970, às vésperas da Copa do Mundo, um garoto de 12 anos se muda de Minas Gerais para morar na casa de seu avô, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, depois que seus pais fogem da perseguição pela ditadura militar, dizendo ao garoto que estão apenas saindo de férias. Buscando se adaptar à nova realidade, e vivendo a expectativa por notícias de seus pais, ele desenvolve uma amizade com um vizinho, um velho judeu solitário.

Classificação indicativa: 10 anos

Debate com Boris Fausto
Mediação: Magda Khouri

Dia 10/07 – Às 18h00

Amazonas, Amazonas
(Dir.: Glauber Rocha – Bahia, 1966, 35mm, cor, 15 min)

Documentário de curta-metragem dirigido por encomenda do Governo do Estado do Amazonas pelo cineasta Glauber Rocha, já mundialmente conhecido graças ao sucesso de “Deus e o diabo na Terra do Sol”. Trata-se de um retrato poético do Estado, que expõe o contraste entre a exuberância da selva, dos rios e das riquezas naturais e o marasmo econômico e o descaso social dos municípios, a natureza da floresta em oposição à urbanização de Manaus. O próprio Glauber Rocha, em seu livro “A Revolução do Cinema Novo”, afirma: “Cheguei no Amazonas com uma idéia preconcebida e descobri que não existia a Amazônia lendária e mágica, a Amazônia dos crocodilos, dos tigres, dos índios etc.”.

Classificação indicativa: Livre

No Rio das Amazonas
(Dir.: Ricardo Dias. São Paulo, 1995, 35mm, cor, 76 min)

Documentário que leva o espectador a uma viagem pelo rio Amazonas, de Belém a Manaus, tendo por guia o naturalista Paulo Vanzolini. Concentrando-se em particularidades da ecologia da região, com ênfase no modo de vida das populações ribeirinhas do Baixo Amazonas, o filme foge do lugar comum que é hoje a discussão em torno da grandiosidade da Amazônia brasileira. Participou de diversos festivais internacionais de cinema e, no Brasil, conquistou os prêmios de Melhor Música no Festival de Gramado; Melhor Filme e Melhor Música no Festival de Cuiabá; e Melhor Direção, Melhor Documentário e Melhor Som no Festival de Brasília, além dos prêmios de Melhor Filme e Melhor Fotografia da Associação Paulista dos Críticos de Arte – APCA.

Classificação indicativa: Livre

Debate com Aurelio Michilies
Mediação: Ignácio Gerber

Dia 17/07 – Às 18h00

Como Água Para Chocolate (Como agua para chocolate)
(Dir.: Alfonso Arau. México, 1992, 35mm, cor, 104 min). Com: Lumi Cavazos, Marco Leonardi, Regina Torné, Ada Carrasco, Claudette Maillé e Rodolfo Arias.

Numa fazenda na fronteira com o Texas, durante a Revolução Mexicana do início do Século XX, um camponês revolucionário se apaixona por uma jovem e talentosa cozinheira. No entanto, a mãe da garota se opõe ao romance, por considerar que a filha mais nova deve permanecer solteira para cuidar dela durante a velhice. Para permanecer perto dela, o jovem aceita se casar com a sua irmã mais velha, enquanto sua amada recorre aos pratos que prepara como forma de expressar seus sentimentos. Baseado no romance homônimo de Laura Esquivel, o filme conta com roteiro da própria escritora e foi um dos maiores sucessos de bilheteria da história do cinema latino-americano.

Classificação indicativa: 14 anos

Debate com Ana Angélica Albano
Mediação: Marina Ramalho Miranda

Dia 24/07 – Às 18h00

Tetro
(Dir.: Francis Ford Coppola. EUA/Argentina/Espanha/Itália, 2009, 35mm, pb/cor, 127 min). Com: Vincent Gallo, Alden Ehrenreich, Maribel Verdú, Klaus Maria Brandauer, Carmen Maura e Rodrigo de La Serna.

Rapaz norte-americano de 17 anos, que trabalha num cruzeiro marítimo, chega a Buenos Aires na esperança de reencontrar seu irmão mais velho, Tetro, um escritor que fugiu de casa e renegou sua família. O tortuoso reencontro acaba fazendo-os mergulhar no traumático passado familiar, marcado por segredos e pela rivalidade entre Tetro e o pai autoritário, um músico de grande sucesso. Com inúmeras referências autobiográficas, o filme é a segunda produção independente do consagrado cineasta Francis Ford Coppola, que decidiu não mais filmar segundo o esquema dos grandes estúdios.

Classificação indicativa: 12 anos

Debate com Manuel Da Costa Pinto
Mediação: Rogerio Nogueira Coelho De Souza

Dia 31/ 07 – Às 18h00

33
(Dir.: Kiko Goifman. São Paulo, 2003, vídeo digital, pb, 75 min).

Documentário autobiográfico em que o diretor, no seu aniversário de 33 anos, decide registrar em vídeo sua jornada em busca da mãe biológica que jamais conheceu, ao longo de 33 dias. Lançando mão de procedimentos do cinema “noir”, como a narração “em off” em primeira pessoa, a fotografia em preto e branco e a gravação em ambientes escuros e esfumaçados, o filme aborda o tema como uma investigação policial, que passa por São Paulo e Belo Horizonte, por conversas com parteiras, cartomantes, porteiros, médicos e detetives. Selecionado para importantes festivais internacionais de documentários, incluindo os de Rotterdam, Locarno e Marseille.

Classificação indicativa: 12 anos

Debate com Sabina Azuantegui
Mediação: Silvana Rea

Setembro

Dia 18 – 18h – Macunaíma
Em sequência: Debate com Paulo Rossi – Mediação de Eliane Robert de Moraes

Dia 25 – 18h – Bandido da Luz Vermelha
Em sequência: Debate com Arrigo Barnabé – Mediação de João Frayze-Pereira

Outubro

Dia 2 – Às 18h00
Garrincha, Alegria do povo
Em sequência: Debate com Ruy Castro – Mediação de Leopold Nosek

Dia 9 – Às 18h00
Frida
Em sequência: Debate com Eduardo Peñuela Canizal – Mediação de Ana Maria Andrade Azevedo

Dia 16 – Às 18h00
O estranho mundo do Zé do Caixão
Em sequência: Debate com Alexandre Agabiti Fernandez – Mediação de Luiz Meyer