“Civilizações migrantes: Migrações e direitos humanos” no Memorial da América Latina

Mostra de cinema e debates discutem o problema da migração

Por Redação
11/09/2012 16:44 / Atualizado em 05/05/2020 16:32

“La haine”, de Mathieu Kassovitz, integra a programação
“La haine”, de Mathieu Kassovitz, integra a programação

Cinema e migrações entram em pauta no projeto “Civilizações migrantes: Migrações e direitos humanos”, que acontece na Fundação Memorial da América Latina entre os dias 13 de setembro e 6 de dezembro, a partir das 19h, com entrada Catraca Livre.

Coordenado pelo professor italiano Maurizio Russo, o evento reúne encontros e debates, com especialistas do mundo acadêmico e cultural, após as exibições dos filmes que tratam sobre o tema.

 

Setembro

Dia 13

Il Cammino della speranza, de Pietro Germi, e o cinema italiano dos anos 50

O filme neorrealista de 1950, dirigido por Pietro Germi, é baseado no romance Cuori negli abissi (de 1949, inspirado em fatos reais) de Nino di Maria. A história de um grupo de sicilianos que atravessa a Itália a pé para procurar trabalho e uma nova vida na França.

Dia 27 

Pane e cioccolata, de Franco Brusatti, e os migrantes na Commedia

Depois de três anos procurando um trabalho Giovanni Garofoli (Nino Manfredi) perde a sua única possibilidade de ser garçom num Hotel. Clandestino e sem trabalho começa uma desesperada procura por uma vida normal. Encontra vários personagens, dentre eles: Elena, exilada grega que foge do regime ditatorial dos coronéis, um industrial italiano com muito dinheiro e pouca felicidade e os clandestinos italianos que vivem como animais sofrendo uma metamorfose quase kafkiana. Giovanni termina perdendo a própria identidade tentando se mimetizar entre os suíços para ser aceito em uma sociedade profundamente xenófoba.

Outubro

Dia 4

Così ridevano, de Gianni Amelio, o cinema e a migração interna.

O filme (apresentado no Festival de Veneza de 1988) que narrou a dura realidade dos sulistas em Turim (a Turim pós-guerra de Norberto Bobbio) nos anos da migração interna (1950-1970). Homens sós numa terra difícil, sem família, sem amigos, sem esperanças

Dia18

La haine de Mathieu Kassovitz (1995), o olhar do cinema francês sobre a migração.

O filme descreve uma situação explosiva. A França nas últimas décadas do século XX, parece estar sentada inconscientemente sobre uma bomba, ignorando os problemas dos filhos da migração. O filme reproduz está atmosfera. Isso aconteceu também na França em 2005, ou na Inglaterra em 2011. La haine, filme de Mathieu Kassovitz funciona como um testemunho e denúncia desta situação paradoxal. Sociedades modernas vítimas de sua própria cegueira.

Novembro

Dia 8

Bread and Roses de Kean Loach, o cinema e os migrantes no USA

É o primeiro filme de Kean Loach que fala dos Estados Unidos, vistos com os olhos de uma moça, Maya, que consegue entrar clandestinamente nos USA e encontrar um emprego como faxineira. O tema da precariedade do trabalho- já abordado em Riff Raff- aqui se insere naquele da migração clandestina e da dignidade humana, na melhor tradição deste diretor que, autor de um novo realismo, descreveu com força as injustiças do neoliberalismo na Inglaterra de Margaret Tacher.

Dia 22 

Bolivia de Adrián Caetano, o cinema latino e a migraçao.

Um filme de 2001 que narra uma “história pequenina, de um tipo que vem trabalhar na Argentina na esperança de conseguir melhorar de vida”. É a história do boliviano Freddy e também da paraguaia Rosa e de outros trabalhadores comuns reduzidos a quase nada pela crise econômica, presos num bar de esquina, “lugar em que se dá um enfrentamento entre gente de uma mesma classe social vítimas de um destino que sequer chegam a entender.

 

Dezembro

Dia 6

Come un uomo sulla terra, de A Segre e Dagmawi Yimer

Dirigido em 2001 por Andrea Segre e Dagmawi Yimer, contou para os italianos o que estava por trás dos acordos entre o governo Berlusconi e a Líbia do seu amigo Gheddafi. A tragédia de homens e mulheres eritreus, somalis e etíopes torturados e violentados por seguir o sonho de uma vida melhor.