Conheça a história do bairro Red Light District, em Amsterdã

Em parceria com DPB Intercâmbio
25/10/2016 13:33

O Distrito de Red Light é o bairro onde a prostituição e diversas outras empresas da indústria do sexo florescem na capital holandesa, Amsterdã.

O termo Red Light District foi usado pela primeira vez em um artigo do “The Sentinel”, um jornal da cidade de Milwaukee (EUA), em 1894, e foi a partir daí que o nome e a fama do lugar se popularizaram pelo mundo.

Atração turística

 
 

De Wallen é o nome da área mais conhecida como Red Light District, em Amsterdã, e se tornou uma das principais atrações turísticas da cidade. Ele está localizado no coração da parte mais antiga da cidade, ao sul da Igreja Oude Kerk e próximo aos canais mais movimentados da capital holandesa. O distrito de Red Light funciona como uma rede de becos com mais de 300 cabines/quartos alugados por prostitutas que oferecem seus serviços por trás de uma janela ou porta de vidro, as famosas vitrines tipicamente iluminadas com luzes vermelhas.

Além da prostituição, a indústria do sexo fomenta e gira a economia do lugar com seus inúmeros sex shops, tetros e cinemas para maiores de 18, coffeshops e até mesmo museus do sexo.

A origem

 
 

O bairro existe desde o século 14 e era bem popular entre os marinheiros da época, por conter diversas destilarias e bares. O nome Wallen (paredes) refere-se às paredes de barragens de retenção medievais, que antes ficavam aos montes no centro antigo de Amsterdã.

A prostituição é legalizada na Holanda, mas restrita a lugares específicos. Apesar disso, apenas cidadãos da União Europeia podem trabalhar legalmente nessa indústria, uma vez que não há autorizações de trabalho ele é considerado ilegal e punido severamente pelo governo, com multas e até mesmo deportações em alguns casos.

Embora serviços de saúde e sociais estejam prontamente disponíveis na cidade, os trabalhadores do sexo não são obrigados a fazer exames regulares de saúde. Um estudo realizado pelo órgão responsável pelo Sistema de Saúde Holandês, descobriu que cerca de 7%  de toas as prostitutas holandesas são portadoras do vírus de HIV/Aids.

Por conta disso, donos de bordéis e operadores de sala muitas vezes exigem certificados de saúde antes de empregar alguma delas ou locar seus quartos.

 
 

Em setembro de 2007, o conselho nacional de Amsterdã, a mando do prefeito Job Cohen, obrigou o proprietário Charlie Geerts a fechar 51 janelas de prostituição que estavam sob sua administração por conta de denúncias de tráfico de pessoas e drogas nos locais. Isso fez com que os números de janelas no Distrito reduzisse em um terço.

Na época, autoridades de Amsterdã compraram 18 dessas salas com o objetivo de dar uma nova cara e perspectiva ao local, em parceria com designers de moda e outras empresas da área. Representantes do grupo de direitos dos trabalhadores do sexo, De Rode Draad, criticaram a decisão do governo alegando que isso não iria reduzir o tráfico e criminalidade, apenas aumentaria a concorrência e o valor das janelas restantes.

Em janeiro do ano seguinte, 2008, o conselho da cidade voltou a investir seus esforços contra a indústria, e anunciou planos de fechar a Casa Rosso, o Teatro do Sexo e o clube de strip Bananenbar na área. Com isso, empresários locais criaram a “Plataforma 1012” (1012 é o CEP da área de De Wallen) para se opor a essa investida do governo.

O mesmo grupo não só vetou esses fechamentos como ainda conseguiu a reabertura das janelas fechadas anteriormente pelo governo.

Portanto não houve nenhuma perda líquida de janelas dentro do principal distrito da Red Light, o que indica que as autoridades não tentam se livrar do lugar, apenas querem torná-lo mais seguro para os trabalhadores e para a polícia, como sempre alegaram.

Mulheres

 
 

O Museu da Prostituição, que fica no bairro, traz a história do local, números e dados e exibição de documentário sobre os bastidores do que acontece no Red Light. O lugar traz também informações sobre tráfico de pessoas e leva o visitante a refletir sobre a vida das mulheres que trabalham por ali.

Estive lá durante o meu mochilão e de fato, a segurança do local é bem reforçada e atuante. É proibido tirar fotos das mulheres nas vitrines e adianto à vocês que sacar o celular por lá, mesmo que no migué, pode não ser uma boa ideia. Mas a visita é mais do que válida, será praticamente impossível passar por Amsterdã sem pisar no Distrito, mesmo que por acidente.

Por João Marcos, da DPB Intercâmbio