Conheça Tintagel, na Inglaterra, a terra do rei Arthur
Fomos para Tintagel, na Cornualha (Inglaterra), em busca das histórias do rei Arthur e dos Cavaleiros da Távola Redonda. Os sombrios meses de inverno, enevoados e com forte ventania são perfeitos para visitar as ruínas de seu castelo.
Nos penhascos sobre o mar, saltamos no tempo. Tintagel, castelo do século 5, encimado por um rochedo que desce abruptamente sobre as ondas do mar possesso, são o que resta do berço do rei Arthur. Segundo a lenda, são também cenário do épico Tristão e Isolda.
Ao amanhecer nada em Tintagel oferece calma: a névoa suspensa encobre parte do abismo e as ruínas do castelo, o vento de cão braveja, e as ondas investem contra as rochas. Tudo compõe uma verdadeira tempestade visual. Ali o fantástico já vem de mão beijada.
Tais imagens foram uma revelação para a escritora americana Marion Z. Bradley, que as tomou para os quatro volumes de seu clássico “As Brumas de Avalon”. Neles se desenrola a saga de sacerdotisas que, para se esconder da fúria dos romanos e proteger o nascimento do rei Arthur, envolvem a ilha em misteriosos e insondáveis nevoeiros.
J. R.R. Tolkien também faz menção em poemas, recém-descobertos, à ilha mágica de Avalon, para onde o rei Arthur, mortalmente ferido, teria sido levado. São cenários onde a natureza faz o fascínio dessa literatura.
Do alto do rochedo observamos na borda da água, a entrada da caverna do Mago Merlim, sempre fustigada pelas ondas. Dizem que é possível entrar na caverna se o viajante tiver pernas fortes para descer e depois subir centenas de degraus e passagens estreitas –quando o tempo permitir– o que nunca acontece.
Para continuar no clima dos cavaleiros da Távola Redonda fomos para Dozmary Pool, um lago na região de Bodmin Moor, não muito longe dali, onde segundo a tradição Sir Bedivere jogou a espada ‘Excalibur’, por ordem do Rei Arthur.
Tintagel nunca será visto apenas como um lugar. É promessa sempre renovada de enredos de aventura e imaginação intrinsecamente ligados à sua natureza.