Cooperifa ganha status internacionais
Há quase nove anos, o bar do Zé Batidão, localizado no bairro Chácara Santana, zona sul de São Paulo, recebe todas as quartas-feiras o Sarau da Cooperifa. Responsável por “acordar” outros movimentos culturais e passar a mensagem de que para fazer, basta… Fazer, o bar tornou-se referência cultural capaz de reunir de tudo, além do próprio sarau, peças de teatro e exibições de filme.
No começo do ano, Sérgio Vaz, responsável pela coordenação da Cooperifa e Antonio Eleilson Leite, coordenador do Espaço de Cultura e Mobilização Social da Ação Educativa foram convidados pelo Centro Cultural da Espanha para participar de conferência no México, cujo tema era “A Criatividade Redistribuída”. A ida despertou a vontade de levar o projeto brasileiro para fora.
Através do Pontão de Cultura, subsídio do governo, a Cooperifa pôde contar, no ano passado, em sua Mostra Cultural com uma atração internacional: a Companhia espanhola Bambalina de Teatro. “Com o Pontão, a mostra ampliará sua abrangência em nível nacional na medida em que poderemos trazer atrações culturais vinculadas a pontos de cultura de periferias de outras regiões metropolitanas brasileiras como Belém, Salvador e Fortaleza, por exemplo”, afirma Leite.
Eleilson acredita que a “internacionalização” da Cooperifa se dará na medida em que o projeto passar a ter uma presença efetiva em outros territórios, participando de eventos e intercâmbios. “ Nossa viagem ao México ( eu e o Vaz ) na semana passada abriu boas perspectivas. Há uma possibilidade de intercâmbio com um Projeto Cultural da Cidade do México ( governo do distrito federal ) que se chama FARO (Fábricas de Artes y Oficios)”, comenta.
Outra possibilidade de intercâmbio é a ida de poetas da Cooperifa para evento organizado pelo Instituto cultural da Universidade do México. Intitulado Poesia em Voz Alta, reúne experiências de saraus, slam, spoken words e outras formas de recitais poéticos.
“No seminário do qual participamos, um pesquisador norte americano chamado George Yudice fez uma exposição na qual citou a Cooperifa como um exemplo de Cultura Redistribuída. O projeto encontra-se neste momento num posicionamento muito bom para tornar-se internacionalmente conhecido e quiçá com uma presença internacional como acontece hoje com o Afro reggae”, afirma Eleilson.
No segundo semestre, a Cooperifa se organiza para o lançamento de uma revista em comemoração ao seu nono ano de existência. Uma edição de “pensamento”, como Sérgio Vaz busca definir. “É uma revista nossa, para falarmos de nós”.
A ideia é que se conteúdo seja bem aberto, trazendo pensamentos, fotos, dicas sobre cinema, comentários de freqüentadores e jornalistas sobre o sarau. “Será uma revista bonita, sem fugir da nossa realidade e também sem estigmatizar a favela”,comenta. O projeto aguarda recursos financeiros para sua execução.
O sarau da Cooperifa acontece todas quartas-feiras, às 20h, a Cooperifa na Rua Bartolomeu dos Santos, 797.