Decidimos ir a Venezuela, podem julgar e dizer quão loucos somos. E ainda queremos inspirar mais pessoas a irem, vamos realizar um bate papo sobre o país, com transmissão ao vivo. Só se cadastrar nesse link para participar e quem assistir vai concorrer a diversos prêmios também!

Mas antes de ir, precisam saber alguns detalhes, então aqui vão fatos que aprendemos em quase um mês sobre a Venezuela.

Segurança

Por todos os lados nos avisaram sobre a segurança no país. Alguns dos conselhos foram, não andar a pé (mesmo de dia); não pegar táxi de rua e nem quando te abordarem; não pegar estradas (e evitar viajar de ônibus); não confie em estranhos, muito menos em policiais; necessário embalar a bagagem em voos. Só para citar alguns exemplos.

Devido a isso nos precavemos mais que o normal quando viajamos. Sempre tínhamos algum contato nos esperando no aeroporto, nossas mochilas sempre embaladas; não viajamos de ônibus (também nem compensa, com o preço de passagens aéreas tão baratas); evitávamos andar muito na rua, mesmo assim fomos andando para mercados e dar “voltas no quarteirão” muitas vezes. Realmente constamos que quase ninguém anda nas ruas, mas até aí com a gasolina custando R$ 0,00116 o litro, dá para entender.

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Comida

A país passa por sérios apuros com relação a comida. Quem salva são os brasileiros já que a fronteira com a Colômbia está fechada para veículos a muito tempo. O que costumamos dizer enquanto estivemos lá era, “não se come o que quer e sim o que há disponível”. É bem isso, chegando em um restaurante/food truck era difícil ter tudo no cardápio disponível. Era sempre mais fácil perguntar o que tinha e então decidir.

Mesmo assim, encontramos de tudo que procuramos. Seja papel higiênico, pasta de dente, cereal ou leite. A questão é que às vezes tivemos que ir a outro mercado para completar as compras. Além disso, a variedade é quase nula, geralmente tendo pouca opção de um produto, por exemplo cereal, encontrava no máximo 2 ou 3 opções.

Para se ter uma ideia, algo que atribuímos a escassez de comida, na trilha de Monte Roraima fomos apresentados a papinha para bebês como ótima, e nutritiva, opção de lanche de trilha.

Dinheiro

Deixamos essa por última por que durante nossa viagem foi um dos pontos mais escassos e chegou a nos afetar em relação a acesso a comida e no sentimento de segurança. O presidente resolveu dar 72h para que todos depositassem as notas de 100 no banco, com a indicação que nesse tempo as novas notas de maior valor. Após esse período, as novas notas não chegaram, estavam todos sem dinheiro (usar cartões no país é algo quase impossível) e não tinham mais como comprar nos mercados.

Nesse dia cruzamos três cidades que tiveram bloqueios e saques ao comércio local. Vimos pessoas saindo com caixas e mais caixas de comida, produtos de limpeza e outros. Nossa percepção ali foi a seguinte, estávamos seguros, não havia confrontos – todos que queriam levar comida, podiam e ninguém os impedia. Nós passamos de carro, como tantos outros, era só seguir tranquilo. Mesmo assim não deixou de ser impactante.

Apesar de tudo, nós consideramos o país incrível e tomando as devidas precauções será uma experiência incrível. Para aqueles que acham que ir ao país irá financiar um regime da qual não concorda, saiba que a maioria das transações são feitas em dinheiro, direto com as pessoas. E, ajudaremos mais os locais (quem precisa mesmo) indo.

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