Duas décadas de Jazz Sinfônica
Orquestra comemora 20 anos e faz show Catraca Livre neste domingo, às 11h. Confira a história da banda
A união entre sons contemporâneos de criações brasileiras, com arranjos próprios e atemporalidade: assim surgia a Jazz Sinfônica na década de 90, com uma roupagem que desmistificou as sonoridades da música clássica erudita, sempre marcada por composições complexas, até então entendida e escutada apenas por poucos.
Ela é fruto da mente artística revolucionária do compositor e ator Arrigo Barnabé, e teve inicio com o maestro titular Cyro Pereira, além de produção do músico Eduardo Gudin, que organizou a orquestra. “No início, muitos maestros achavam difícil o conceito”, lembra Barnabé.
Hoje a orquestra conta com 82 músicos fixos, e chega a criar 100 novos arranjos por ano, sempre com a intervenção de grupos e outros artistas com personalidades marcantes de composições brasileiras.
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O maestro João Mauricio Galindo, que também é diretor artístico da Jazz Sinfônica, selecionou para a edição que acontece no próximo domingo, dia 13, às 11h, no Auditório externo do Ibirapuera, músicos que possuem linearidades musicais, como Moraes Moreira, o mestre do frevo Spok, de Recife, Rodolfo Mederos, Nelson Ayres e Danilo Caymmi.
O trabalho de criação de novos arranjos, partituras e ensaios levou dois meses e meio. “É assim com todas as novas apresentações que fazemos, sempre com a proposta de inovar nas criações”, explica João.
O maestro assistente Fábio Prado, que acompanha a orquestra desde 1997, explica que é uma busca incessante do equilíbrio sonoro, já que a Jazz Sinfônica rompeu essa harmonia com a junção de baixo, baterias, guitarras, trompetes e amplificadores, durante as participações de bandas diversas. “Somos uma terceira corrente das orquestras, que não choca com a música popular e nem com a erudita”.
Por onde passou, a Jazz ganhou inúmeras marcas: as últimas participações envolveram músicos como o cubano Aldo López, Paulinho da Viola, Fabiana Cozza, Lenini, mas também contou com concertos em homenagem a Noel Rosa, Adoniran Barbosa, à execução de arranjos de Tom Jobim, Monica Salmaso, entre outros. “É muito raro uma orquestra que exija de seus componentes a fluência no improviso, além de trazer o fogo da intuição, que eletriza a plateia nesse risco artístico”, contextualiza o superintendente do Auditório Ibirapuera, Pena Schmidt.
Entre o corpo da formação inicial da orquestra está o maestro Cyro Pereira, que já foi diretor de festivais históricos da Rede Record, além de participar de programas como “O fino da bossa”, ao lado de Elis Regina e Jair Rodrigues.