Dez contos para ler, ouvir e entender as letras de Chico Buarque

Autores como Alan Pauls, Luís Fernando Veríssimo, Rodrigo Fresán, Mario Bellatin e Mia Couto fazem parte do livro que reúne dez contos para as canções de Chico Buarque

Editado pela Companhia das Letras, o livro “Essa história está diferente: dez contos para canções de Chico Buarque” será lançado nesta quarta-feira, 9, em São Paulo, na Caixa Cultural São Paulo.

O livro, organizado pelo escritor e jornalista Ronaldo Bressane, conta com textos dos brasileiros Luís Fernando Veríssimo.

As músicas visitadas vão de “Construção”, um dos maiores clássicos de Chico, que foi utilizado por Bellatin, até músicas mais recentes, como “Ela faz cinema”, que inspirou Pauls.

Os registros literários captados por esta antologia foram os mais díspares e inventivos: alguns contos se baseiam fielmente nos causos musicados por Chico, outros usam as canções como trilha sonora, cenário e atmosfera, outros emprestam delas a estrutura, e há os que utilizam as canções como mote.

Entre os autores internacionais, o argentino Alan Pauls adaptou “Ela faz cinema” e a transformou na história de um pai zeloso que combina o ciúme pela mulher e pela filha com manias como ler num restaurante enquanto come; o mexicano Mario Bellatin inspirou-se em “Construção” para ambientar a narrativa de um homem que, numa consulta ao fisioterapeuta, escuta uma história bizarra envolvendo uma declamadora de versos e um papagaio; o moçambicano Mia Couto criou um conto romântico a partir de “Olhos nos olhos”, e o também argentino Rodrigo Fresán escolheu “Outros sonhos” para um conto-ensaio tecido sobre variações oníricas.

Entre os brasileiros, Carola Saavedra esmiúça uma discussão de relacionamento em sua narrativa baseada em “Mil perdões”; André Sant’Anna preferiu “Brejo da Cruz” para falar do presente e do futuro dos meninos de rua; Cadão Volpato parte de “Carioca” para tratar de um jovem intelectual e de uma misteriosa garota que se hospeda em sua casa; João Gilberto Noll recriou “Vitrines”, focando a relação obsessiva entre dois homens que se conhecem numa galeria; Luís Fernando Veríssimo cozinhou “Feijoada completa” em chave de comédia da vida privada, e, por fim, Xico Sá reescreveu “Folhetim” como um triângulo amoroso contado por um carioca desmemoriado que talvez tenha perdido a mulher numa Quarta-Feira de Cinzas.

“Essa História Está Diferente” (Cia. das Letras, 264 págs., R$ 45)

Às 18 horas, haverá coquetel com sessão de autógrafos

Às 20 horas, debate com presença de alguns autores como André Sant´Anna, Cadão Volpato, Carola Saveedra, João Gilberto Noll e Ronaldo Bressane.