Cartazes sobre os 70 anos da Guerra Civil Espanhola
Para comemorar os 70 anos do fim do confronto que ocorreu no dia 1º de abril de 1939, o Instituto Cervantes apresenta até 23 de abril, a exposição Cartazes da Guerra Civil Espanhola, com 95 belos e sugestivos cartazes originais dos republicanos, com dimensões que variam entre 56cmX49,7cm a 160,5cmX108cm que integram a coleção Fundação Pablo Iglesias com mais de 2 mil exemplares originais; um colóquio com historiadores, politólogos e outros estudiosos, em colaboração com a USP; um ciclo de documentários históricos que mostram as diferentes perspectivas políticas do conflito, em colaboração com a Cinemateca Brasileira; e uma leitura poética inspirada por quem, como Lorca, Neruda, Vallejo e Alberti, criaram versos memoráveis no auge da guerra.
A entrada é Catraca Livre e o Instituto funciona às segundas, das 8h às 20h; terças às sextas, das 8h às 21h; e aos sábados, das 9h às 15h.
A Guerra Civil Espanhola (1936-1939) foi um conflito bélico de dimensão atroz: pela imensa dor que causou ao povo espanhol, pela derrota que sofreu o Governo democrático da Segunda República e por servir de campo de provas para as Potências do Eixo e da União Soviética e como preâmbulo para a Segunda Guerra Mundial; além de representar um desenlace entre as principias ideologias políticas do momento, seguido com paixões opostas no mundo inteiro.
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Sobre os cartazes
Um grito na parede: assim se definia nos anos trinta o cartaz, essa conjunção estética de imagens impactantes e textos breves que capta a atenção e transmite uma mensagem simples, e que naquele momento desempenhava, junto ao rádio e as revistas, um papel destacadíssimo na comunicação humana anterior à aparição da televisão.
A coleção de cartazes da Fundación Pablo Iglesias constitui um testemunho extraordinário do cartazismo republicano, por sua amplitude e pela variedade de temas, autores, instituições e organizações editoras que a compõe. O bando republicano recorreu aos melhores cartazistas da época, que seguiam os preceitos estéticos da arte vanguardista, em especial do construtivismo russo. A exposição mostra a força, a sensibilidade, os sentimentos e a capacidade intelectual daqueles pintores e cartazistas.
Programação colóquio
Mesa Redonda Inaugural: Dia 01/04 às 19h30
Com Alberto Reig Tapia da Universidade Orvira e Virgili de Tarragona, Maria Luisa Tucci Carneiro e José Carlos Sebe Bom Meihy, da USP.
Colóquio Guerra Civil Espanhola – 70 anos: Dia 02/04, das 10 às 21h
Distribuição de senhas 1 hora antes
No Auditório do Instituto Cervantes
A Guerra Civil Espanhola (1936- 39), como um dos episódios mais importantes da História, mantem-se viva na memória coletiva constituindo-se como um dos temas comtemporâneos mais estudados. Passados 70 anos do término daquela que foi considerada “a última grande causa da humanidade” no mundo todo questões pertinentes aos seus efeitos desafiam o entendimento. Entre vários pontos, o sentido da comemoração é dos mais expressivos: afinal, o que se celebra na abertura do mês de abril? Seria o fim do sonho republicano, ou o começo do franquismo que, por sua vez, implicou longo processo de busca da democracia atual? Qual o alcance daquela Guerra na transformação do mundo iberoamericano? Para responder a estas e outras questões, estudiosos e testemunhos avaliam o peso dessa experiência levando em conta os vínculos entre a Espanha e a América Latina.
10h00 – 11h15 Historiografia e revisionismo – Alberto Reig Tapia
11h15 – 11h45 Debate
12h00 – 12h30 Raízes espanholas da Guerra Civil – Josep Buades
12h30 – 13h00: A construção da memória franquista – Maria Helena Capelato
15h00 – 15h30 O Brasil e a Guerra Civil Espanhola – José Carlos Sebe Bom Meihy
15h30 – 16h00 A imprensa confiscada pelo Deops e a Guerra Civil Espanhola – Maria Luisa Tucci Carneiro
16h00 – 16h30 A diplomacia brasileira e a Guerra Civil Espanhola – Ismara I. de Souza
17h00 -17h30 O exôdo republicano e os campos franceses – Valéria De Marco
17h30 – 18h00 A geração de 98 e a Guerra Civil – Ana Lucia Neme
19h00 Testemunhos da Guerra Civil no Brasil – primeira e segunda geração – Concepción Piñero Valverde, Rafael Ruiz, María Cristina Soto. Mediação: Dante Marcelo Gallian.
Alberto Reig Tapia (Madri, 1949) é catedrático de Ciência Política da Universidad Rovira i Virgili de Tarragona especialista em história política da Espanha contemporânea: processo histórico, atitudes, comportamento, violência, legitimação e mitologização políticas na II República, a Guerra Civil, o franquismo e a democracia. Democrática (CEFID).
Cinema – MOSTRA DE DOCUMENTÁRIOS
A Guerra Civil Espanhola, setenta anos depois. Delírios de aviação e terra da Espanha
A mostra GUERRA CIVIL ESPANHOLA, 70 ANOS DEPOIS reúne documentos preciosos sobre o conflito entre republicanos e franquistas. Reportagens pioneiras, feitas em 1936, com imagens de Barcelona sob os destroços, registros dos primeiros dias de guerra em Madri, filmes de propaganda e produções recentes que reveem a experiência da guerra. Entre os destaques da programação, L’Espoir – Sierra de Teruel, dirigido pelo escritor francês André Malraux, España heroica, de Joaquín Reig Gosálbez, filme-manifesto do novo Estado franquista e um programa de curtas produzidos pela CNT – Confederación Nacional del Trabajo, sindicato de operários espanhóis.
Com a curadoria de Wolf Martin Hamdorf e Clara López Rubio, se analisa a representação da Guerra Civil nos filmes documentários e de ficção ao longo dos últimos setenta anos, em seus diferentes contextos culturais.
Uma parceria do Instituto Cervantes e da Cinemateca Brasileira.
Programação do cinema
De 15 a 19/04 na Cinemateca Brasileira – Sala BNDES
CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207
Sala Cinemateca Petrobras
Próximo ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)
www.cinemateca.gov.br
Ingressos: R$ 8,00 (inteira) / R$ 4,00 (meia-entrada) / Entrada franca para menores de 12 anos e nas sessões indicadas.
Estudantes do Ensino Fundamental e Médio de Escolas Públicas têm direito à entrada gratuita mediante a apresentação da carteirinha.
Durante a Guerra Civil, cineastas alemães, soviéticos, norteamericanos e franceses fizeram registros nas duas frentes: André Malraux e Joris Ivens no lado republicano e jornalistas da Alemanha nazista no lado franquista. Durante a Guerra Fria, o conflito espanhol foi utilizado como metáfora em importantes discussões ideológicas – como pode-se ver nos dois filmes alemães – . enquanto na Espanha foi celebrado durante décadas como “cruzada contra o Comunismo”. Na transição apareceram filmes interessantes, ainda que a jovem democracia tenha cultivado um pacto de silêncio. Nos últimos dois anos, e animadas pela “Le da Memória” foram realizados na Espanha numerosos filmes sobre o tema.
Dia 15/04, às 18h30 e 18/04, às 17h
Programação cortometraje de la CNT – 81min.
Em espanhol, sem legendas
Reportaje del movimiento revolucionario en Barcelona
República Española, 1936, 21 min. | Direção Mateo Santos
Primeira reportagem da Guerra Civil. Rodado em Barcelona, suas imagens abrangem desde o dia 19 até 23 de julho de 1936. Os sinais dos recentes combates: barricadas nas ruas, destroços produzidos pelo combate.
Bajo el signo libertario
República Espanhola, 1936, 16 min. | Direção: Les
Documentário dramatizado. Registros dos primeiros dias da Guerra Civil em Barcelona se intercalam com episódios encenados de um povo de Aragón onde os anarquistas implantaram a coletivização da agricultura.
La defensa de Madrid
República Espanhola, 1936, 22 min. | Direção: Angel Villatoro
Madri nos primeiros dias do cerco: trincheiras, barricadas e sacos de areia. Treinamento dos milicianos e milicianas. Um ato de escritores e intelectuais: Luis Aragon, Gastón Ladarga, Gustav Regker, Ludwig Renn, Rafael Alberti…
Frente y Retaguardia
República Espanhola, 1937, 22 min. | Direção: Joaquín Giner
Filme de propaganda que mistura imagens de documentarios de produção industrial e agrária com cenas de ficção na frente de batalha de Aragão.
Dia 15/04, às 20h30 e 18/04, às 19h
L’ Espoir – Sierra de Teruel
República Espanhola, 1939, 88 min. | Direção: André Malraux e Boris Peskin
Espanhol sem legenda (longa metragem, dvd)
Um filme que narra de maneira descontinua – estimulando a inteligencia do espectador – diferentes episódios da Guerra civil espanhola. Dirigido e escrito pelo francês André Malraux, que contou com a ajuda nos diálogos em espanhol de Max Aub e a colaboração do Antonio del Amo. Em 1939 estreou na França mas só em 1977 foi vista em uma tela espanhola.
Dia 16/04, às 18h30 e 18/04, às 21h
España Heroica
Alemanha/Espanha, 1937, 83 min. | Direção: Joaquín Reig Gosálbez
Espanhol sem legenda
Começa com uma breve sintese histórica da Espanha destacando como foi alvo de numerosas invasões extranjeiras. Em seguida mostra a inquietude política dos anos vinte e a conflituosa etapa republicana que desemboca na sublevação militar. Descreve os sucessivos feitos bélicos até a tomada de Bilbao pelas forças franquistas. Se silencia a ajuda alemã às tropas de Franco. O filme apareceu na versão alemã Helden in Spanien e depois do fim da guerra estreou na Espanha com o título España Heroica.
Dia 16/04, às 20h30 e 19/04, às 18h
Unbändiges Spanien (España indómita)
República Democrática Alemã, 1962, 100min | Direção: Kurt Stern e Jeanne Stem
Alemão com legendas em português
Filme de montagem que inclui o clássico de Joris Ivens Tierra de España (1937) e ilumina a história posterior, desde o regresso da Legión Condor a Berlin até a cooperação da República Federal Alemã com a Espanha franquista.
Dia 17/04, às 18h30 e 19/04, às 20h
Ispanija
URSS, 1939, 85 min | Direção Esfir Shub
Russo com legendas em espanhol
A República perdeu a guerra. O filme tem que apresentar esta realidade sem parecer derrotista ou pessimista. Os registros de Roman Karmen se completam com materiais de operadores espanhóis e da propaganda fascista.
Dia 17/04, às 20h30 e 19/04, às 15h30
Madrid
España, 1987, 114 min. | Direção: Basílio Martín Patino
Espanhol sem legenda
Um cineasta alemão chega a Madri para rodar um programa de televisão sobre a Guerra Civil. Perseguido por dúvidas sobre sua incumbência e desencontros com os produtores, acaba sendo substituído em uma realização que começava a lhe apaixonar.
Encerramento – Dia 23/04, às 19h30
Dia Mundial do Livro
Poesia e Guerra Civil: diálogos e intervenções
Durante a Guerra Civil Espanhola, artistas do mundo todo se engajaram na luta contra o fascismo. Entre os poetas iberoamericanos, destacam-se os espanhóis García Lorca e Rafael Alberti, o peruano César Vallejo, o chileno Pablo Neruda, o guatemalteco Miguel Ángel Asturias e o mexicano Octavio Paz. Poetas brasileiros, como Manuel Bandeira, Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes, também tomaram a defesa dos ideais republicanos e um deles, o baiano Florisvaldo Mattos, participou das brigadas poéticas.
Para relembrar este contexto, poetas latinoamericanos e brasileiros apresentam poemas, canções e videopoemas inspirados em obras da época da Guerra Civil, colocando ao mesmo tempo em cena questões contemporâneas e a arte enquanto forma de conhecimento e intervenção social. Participam, entre outros, Marcelino Freire, Alice Ruiz, Edvaldo Santana, Nicolas Behr, Daniel Michoni (Brasil), Alan Mills, Julio Serrano (Guatemala), Alejandro Méndez e Nurit Kasztelán (Argentina), Diego Ramírez e Héctor Hernandez (Chile), Rocío Cerón Daniel Saldaña París e Yaxkin Melchy (México).