“Puras Misturas” no Pavilhão das Culturas Brasileiras

Por Redação
09/04/2010 09:21

Será inaugurado neste domingo, dia 11 de abril, a partir das 11h, a exposição “Puras Misturas”, que anuncia a criação do Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque Ibirapuera. A futura instituição ocupará o Pavilhão Engenheiro Armando Arruda Pereira, um edifício de 11 mil metros quadrados projetado por Oscar Niemeyer nos anos 1950, tombado pelos órgãos de patrimônio histórico municipal, estadual e federal.

Depois de sediar eventos como a Bienal de Artes de São Paulo (1953) e o Pavilhão dos Estados durante o IV Centenário de São Paulo (1954), o prédio deixou de ser utilizado como espaço cultural para abrigar, por quase quatro décadas, a Prodam (Companhia de Processamento de Dados do Município de São Paulo) e agora retorna a sua vocação original.

Em “Puras Misturas”, os visitantes conhecerão uma parte do acervo do futuro museu.  Serão exibidas peças de arte erudita, popular e indígena adquiridas recentemente pela Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Departamento do Patrimônio Histórico, ou vindas de outras coleções públicas, com destaque para o acervo do antigo Museu do Folclore Rossini Tavares de Lima, que desde o ano passado pertence à Secretaria e a Missão de Pesquisas Folclóricas de Mário de Andrade. A curadoria geral é de Adélia Borges, e Cristiana Barreto é a curadora geral adjunta.

A exposição celebrará a riqueza e diversidade da cultura do Brasil, apresentando um diálogo entre variadas formas de criação artística produzidas em diferentes tempos e lugares. A expressão “Puras Misturas”, cunhada pelo escritor João Guimarães Rosa em carta a um amigo, foi escolhida para esse projeto por sua afinidade com o conceito da exposição.

Ocupando uma área de cerca de 2.500m2 contínuos, sem divisórias, a exposição se desdobrará em quatro módulos:

– VIVA A DIFERENÇA!
Na entrada do Pavilhão, será montada uma instalação “usável” com 65 banquinhos (de um total de 88 que se revezarão durante a mostra), de variados formatos e materiais, onde os visitantes poderão sentar. São bancos confeccionados por povos indígenas, por comunidades artesanais de várias partes do país, por artesãos contemporâneos e por designers como Sergio Rodrigues, Carlos Motta, Marcelo Rosenbaum, Michel Arnoult, Nido Campolongo, Claudia Moreira Sales, Lina Bardi, Marcelo Ferraz e Marcelo Suzuki.

– ABRE-ALAS
Na sequência, esculturas e objetos utilitários conduzem os visitantes a uma viagem ao Brasil profundo. Nesse módulo estão obras de artistas como Bispo do Rosário (RJ), Getúlio Damado (RJ), José Francisco da Cunha Filho (PE), José Maurício dos Santos (CE), Mestre Fida – Valfrido de Oliveira Cezar (PE), Paulo Laender (MG), Tamba – Cândido Santos Xavier (BA) e Véio – Cícero Alves dos Santos (SE), entre outros.

– DA MISSÃO À MISSÃO
Uma linha do tempo, construída em um painel de 180 metros de comprimento, faz um histórico das principais iniciativas de difusão da diversidade da cultura brasileira. O painel terá início com a Missão de Pesquisas Folclóricas realizada em 1938 por iniciativa de Mário de Andrade, passando por nomes como Gilberto Freyre, Aloisio Magalhães e Lina Bo Bardi, até chegar ao projeto do Pavilhão, cuja missão será “pesquisar, registrar, salvaguardar e difundir a diversidade cultural brasileira”. Esse módulo contou com a participação de Vera Cardim na equipe de curadoria.

– FRAGMENTOS DE UM DIÁLOGO
Esse é o módulo propositivo do Pavilhão das Culturas Brasileiras. Com a participação de José Alberto Nemer na equipe de curadoria, o módulo terá manifestações culturais distintas que se sucedem num percurso contínuo, com caráter assumidamente fragmentário, como teasers de exposições a serem desenvolvidas pela instituição posteriormente.