Festival Indie 2011 relembra os cineastas Claire Denis e Béla Tarr

O “Indie 2011 – Mostra de Cinema Mundial” traz a São Paulo, de 16 a 29 de setembro, a retrospectiva de dois cineastas que na criação de suas obras partem de uma construção original e própria, de uma ideia estética e conceitual do fazer cinematográfico: a francesa Claire Denis e o húngaro Béla Tarr. Cineastas que através de seus filmes deixam impressas na memória do seu público imagens, sons. Cenas, planos, takes. Rostos, peles, corpos, o barulho do vento. Imagens que permanecem, sensações que se relembram.

O evento acontece no CineSESC e, pela primeira vez, no Cine Olido. Traz, além das retrospectivas da Claire Denis e Béla Tarr, os programas Mostra Mundial e Música do Underground. Também exibirá, nesta quinta edição do festival em São Paulo, 67 filmes, produzidos em 18 países.

Confira a programação neste link

Os cineastas

Claire Denis, que nasceu na França em 1948, mas que passou sua infância e seus anos de formação na África, é uma das maiores cineastas do cinema contemporâneo francês. A retrospectiva composta por 20 filmes traz todos os seus 11 filmes de ficção, três documentários e seis curtas: do seu primeiro filme que lançou sua carreira, em 1988, “Chocolat” aos filmes que se seguiram como “Noites sem Dormir” (1994), “Nennete e Boni” (1996), “Bom Trabalho” (1999), “Desejo e Obsessão” (Trouble Every Day, 2001), “O Intruso” (2004), “35 Shots de Rum” (2008) e “Minha Terra, África” (White Material, 2009). O cinema de Claire Denis gravita entre narrativas sobre o estranhamento, a sexualidade, a intimidade, a subjetividade das relações, o estrangeiro.

O húngaro Béla Tarr utiliza todos os fundamentos da linguagem cinematográfica para realizar seu cinema belo e essencialmente político e metafísico. A política que atinge duramente a vida do indivíduo, das famílias e do homem húngaro marcou seus primeiros filmes “Ninho Familiar” (1977), “O Outsider” (1980) e “Pessoas Pré-Fabricadas” (1982). Nos seus filmes seguintes “Maldição” (1988), “Satantango” (1994), sua obra-prima com seus 450 minutos de duração; e “Harmonias de Werckmeister” (2000), o diretor analisa questões existenciais e aborda fatos como a pobreza, a decadência e a falência moral. Em todos os seus filmes seu estilo: imagens em preto e branco, a atmosfera meticulosamente composta e longas cenas. Em 2007, “O Homem de Londres”, filme de Tarr baseado no livro de Georges Simenon, competiu no Festival de Cannes.

Nascido em 1955, Béla Tarr recebeu em 2011 o Urso de Prata no Festival de Cinema de Berlim com o impressionante “O Cavalo de Turim”. Aclamado como um dos mais completos e inovadores diretores contemporâneos de cinema autoral, Tarr anunciou que este será seu último filme. A retrospectiva completa exibirá 10 longas e quatro curtas.