A ilha de Páscoa não é perto, mas longe é um lugar que não existe

Em parceria com Viramundo e Mundovirado
16/02/2017 22:05 / Atualizado em 07/05/2020 04:40

Lá está ela! No meio do grande oceano, isolada e misteriosa. Localizada a 3.600 quilômetros do litoral do Chile, e a 2.080 km de Pitcairn, a ilha habitada mais próxima.  De origem vulcânica, a ilha de Páscoa, também conhecida pelo seu nome polinésio, Rapa Nui, é um dos pontos mais remotos do planeta. E solar. Nenhuma árvore com mais de três metros pode ser vista em toda a sua superfície.

Valeu a pena procurar por um assento na janela do avião. É um lugar que não aprecio, porque fico confinado, principalmente em viagens longas como essa. Mas, aguentei firme, pois as cenas que esperava surgiram na chegada. A ilha vista de cima já traz muitas imagens cativantes.

Poucos lugares despertam tanto fascínio quanto a Ilha de Páscoa com suas gigantescas e intrigantes estátuas de pedra –os moais. Quando os viajantes holandeses chegaram à ilha, no domingo da Páscoa de 1722, o enigma foi lançado. Existem 887 colossais monólitos, alguns com mais de 50 toneladas e com alturas que variam de três a vinte e um metros, como o Rano Raraku.

Como foram transportadas as colossais estátuas de pedra? Que povo viveu aqui? Não é à toa que até seres extraterrestres foram invocados para entendermos a civilização desta ilha.

 
 

Respirar fundo. Ver mais longe. Escutar a paisagem. Fazer silêncio. Caminhar sem pressa. Eis cinco mandamentos para interagir com uma das regiões mais enigmáticas do planeta. Aqui acaba a matriz da aventura descartável. É a vez da experiência única, em um espaço perfeito para que curte trekking, biking, ou cavalgar em grandes planos de paisagens.

Consequência disso é que você acaba conjugando atividades físicas à beleza natural que proporciona um sentimento de felicidade. O que quero dizer é que caminhei o dia inteiro, e não fiquei cansado.

Não é grande a ilha. Seus principais atrativos são muitos: moais, cavernas, sítios arqueológicos, petrogrifos, crateras dos vulcões e praias, que podem ser acessados caminhando em poucas horas. O que vale é apreciar o céu de azul intenso, perder o olhar em qualquer ângulo, pois a ilha impressiona de tanta beleza, seja numa grande abertura, num simples detalhe da vegetação, ou ainda a imagem daquela sucessão de cabeçorras. Aqui vale um parêntese: As cabeças são as formas visíveis, mas como num iceberg, só uma parte do seu corpo é vista.

Há bons hotéis e pousadas, mas muitos viajantes ficam em casas de família[/img]

Considere quando ir: Uma visita ao topo do vulcão Terevaka, o mais alto da ilha com 507 metros de altura, os moais com chapéu (agora dizem que era um corte de cabelo!) Parao Del Ahu Te Pito Kura, o vulcão Rano Kau com sua imensa cratera de 1,6 km de diâmetro, cuja cavidade foi preenchida pela água da chuva que formou lagoas rodeadas por plantas.

Pense também em visitar o Museu Arqueológico Padre Sebastián Englert, para entrar mais dentro da história dos seus habitantes, costumes e festas; e não deixe de pelo menos um dia se envolver com o pôr do sol no ahu Val Uri, com seus entardeceres mágicos.

Há bons hotéis e pousadas, mas muitos viajantes ficam em casas de família, o que acaba às vezes sendo bem melhor, não só pelo custo, mas também pela interação com os habitantes.

O ideal é permanecer na ilha, no mínimo três dias inteiros.