Instituto Tomie Ohtake: O Corpo Denso da Imagem

Com cerca de 80 trabalhos, Sergio Romagnolo – O Corpo Denso da Imagem é uma mostra retrospectiva dos pouco mais de trinta anos de carreira do artista. Como tal, apresenta os três suportes que ele utiliza: desenho, pintura e escultura. Nesta exposição, com curadoria de Agnaldo Farias, o trabalho de Romagnolo (1957, São Paulo) será exibido de forma a demonstrar como foi construída a sua forte trajetória, tão celebrada nos circuitos mais especializados. “Após suas primeiras pinturas, feitas nos anos 80, quando ainda era estudante da FAAP, em que os super-heróis, homens e mulheres, se viam às voltas com situações absolutamente comuns, o artista chega às telas atuais, à série dedicada à Feiticeira, personagem do seriado americano, e que aqui ocupam todo um setor da mostra, onde as imagens televisivas se embaralham, como se os frames que compõem a narrativa se sobrepusessem em múltiplas dobras”, explica o curador.

Romagnolo foi aluno de nomes como Nelson Leirner, Regina Silveira e Julio Plaza, fato que colaborou para se tornar o mais legítimo herdeiro da parcela mais experimental da arte contemporânea brasileira. Sua obra é calcada na problematização das imagens produzidas pela indústria cultural, de personagens de histórias em quadrinhos aos profetas produzidos por Aleijadinho, entre outros ícones da história da arte ocidental, desembocando nas imagens e objetos do cotidiano, como embalagens, rótulos, automóveis, etc. Segundo o curador, embora sua arte  tenha uma aparência pop, configura-se como um modo inesperado e consistente de pensar a versátil e frequentemente insólita materialidade das representações. “Sua obra é uma das contribuições mais ricas e inesperadas sobre uma dimensão estratégica da produção do imaginário contemporâneo”, elogia o curador.

Por Redação