Joseph Beuys – A revolução somos nós

Por Redação
24/09/2010 11:27 / Atualizado em 05/05/2020 16:13

divulgaçãoJoseph Beuys
Joseph Beuys

A maior retrospectiva já dedicada à obra do artista alemão Joseph Beuys no Brasil, fica em cartaz no Sesc Pompeia até o dia 28 de novembro.

A mostra “Joseph Beuys – A revolução somos nós” reúne 250 obras criadas de 1964 a 1986, entre cartazes, múltiplos, vídeos que registram ações históricas do artista e documentários sobre sua obra. A entrada é Catraca Livre e a curadoria fica por conta de Antonio d’Avossa.

A partir de uma complexa articulação de referências teóricas, que vão do cristianismo à antroposofia, Joseph Beuys (19210-1986) construiu uma obra referencial para a concepção contemporânea de arte. O compromisso político e a crença na transformação social como trabalho artístico marcam seus trabalhos, que se valem de estratégias variadas: ação, escultura, instalação, debates, múltiplos, cartazes.

Nesse período, Beuys agrega às exposições e performances debates e palestras nos quais defende a ideia de escultura social – a transformação da sociedade como obra artística coletiva. Nesse contexto, passa a usar múltiplos e cartazes como veículos de difusão.

Beuys usa os cartazes para difundir os slogans que sintetizam suas ideias sobre arte e política – Criatividade = Capital, A revolução somos nós; para anunciar a campanha eleitoral dos Verdes, de 1979; para registrar a ação em que varre uma praça de Berlim depois da passeta do Dia do Trabalho (1972) e expõe o lixo para denunciar “a rigidez ideológica do marxismo”.

Múltiplos

Entre 1965 e 1986, Beuys criou cerca de 600 múltiplos, alguns em edições ilimitadas, outros em tiragens de até 12 mil exemplares. Os múltiplos tornaram-se moda no início dos anos 1960, como uma nova forma de produção artística possibilitada pelas técnicas de reprodução

A exposição reúne 40 múltiplos, que variam de exemplares da revista Der Spiegel com o artista na capa a objetos: a Bateria Capri, em que uma lâmpada se alimenta da energia de um limão; cartões-postais de feltro e madeira; e vinhos e vidros de azeite que carregam a marca da Universidade Livre Internacional (F.I.U.) e/ou do projeto-movimento Defesa da Natureza, que visava estimular a revalorização da agricultura na Itália.

Vídeos

Uma seleção de 20 obras em vídeo, datadas de 1964 a 1987, integra a exposição. As obras ficam em exibição permanente em quatro recintos dentro do espaço expositivo, e se dividem entre registros de ações históricas e documentários sobre o artista.

Para comprovar a multiplicidade de estratégias de Beuys, o videoclipe Sonne statt Reagan(Sol em vez de Reagan) mostra o artista interpretando, com a banda new wave alemã Die Desserteure, uma canção de protesto contra a política armamentista do então presidente americano Ronald Reagan, em 1982.

A seleção inclui ainda uma série de documentários em que Joseph Beuys explica fundamentos de sua obra, como o uso do feltro e da gordura. Um deles, Transformer(1979), acompanha o artista durante a montagem da maior retrospectiva que recebeu em vida, no Guggenheim Museum de Nova York, em 1979.