Judith Lauand na mostra “Experiências”, no MAM
Judith Lauand, dona de uma produção extremamente importante para a compreensão da arte brasileira contemporânea, é tema de retrospectiva que ocupa a Sala Paulo Figueiredo do Museu de Arte Moderna de São Paulo entre 20 de janeiro e 3 de abril, com entrada Catraca Livre. A mostra “Judith Lauand: Experiências” tem curadoria de Celso Fioravante e apresenta em mais de cem obras um painel das vertentes exploradas pela artista em um período crucial para a consolidação de seu estilo, entre os anos 50 e 70.
Nascida em Pontal (interior de SP) em 1922, a artista (que ainda trabalha e reside em São Paulo) tem no ano de 1954 um marco em sua obra. Foi quando, dois anos depois de trocar Araraquara por São Paulo com a família, ela aderiu definitivamente ao concretismo, sob a influência de Geraldo de Barros e Alexandre Wollner. Foi a única mulher a integrar o Grupo Ruptura e participou da emblemática 1ª Exposição nacional de arte concreta.
Já nos anos 1960, as novas vanguardas artísticas (como o pop, o tachismo e o novo realismo); o declínio do concretismo e a crise político e econômica que o país atravessava exigiam novas posturas da artista. “Essa conjunção de fatores forçou a artista a partir para novas experiências estéticas. A primeira delas, já em 1962, foi reduzir a importância do desenho e priorizar a relação entre cor e forma em suas pinturas”, segundo o curador.
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Nos fim dos anos 1960, com a Guerra do Vietnã e o regime militar no Brasil, a artista passa a incorporar mais explicitamente elementos da arte pop em seus trabalhos, assim como também uma forte mensagem política, ainda apropriando-se da limpeza formal do concretismo. Além de evidenciar a situação política do país e do mundo, Judith Lauand cria obras de forte apelo feminista, em que a mulher surge como figura autônoma e livre, evidenciando as transformações surgidas com a revolução sexual.
As informações são do Museu de Arte Moderna