Matilha Cultural exibe o documentário “Cortina de Fumaça”
Entre os dias 14 e 19 de dezembro, a Matilha Cultural vai apresentar o documentário “Cortina de Fumaça”. Dirigido por Rodrigo Mac Niven, o vídeo de 94 minutos avalia a política de drogas no Brasil e no mundo e traz informação fundamentada para o grande público através de depoimentos nacionais e internacionais. Mac Niven conta que o interesse pelo tema nasceu, principalmente, pela importância de discutir as causas e possíveis soluções para o tráfico e consumo de drogas .
“Antes o cinema nacional mostrava favela, crime, pobreza, tráfico, mas nunca tocou nas causas dessas questões. Não lembro de nenhum documentário nacional sobre Política Proibicionista de Drogas numa visão internacional e que abordasse consequências locais, como o que ocorre no Rio de Janeiro, por exemplo. E essa lacuna foi exatamente o que me motivou”, explica.
O vídeo, que tem a participação de médicos, neurocientistas, psiquiatras, policiais, advogados, juízes de direito, pesquisadores e representantes de movimentos civis, tem também a opinião de entrevistados como o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso; o Ministro da Suprema Corte da Argentina, Raúl Zaffaroni; o ensaista e filósofo espanhol autor do tratado “Historia General de Las Drogas”, Antonio Escohotado, o ex-Chefe do Estado Geral Maior do Rio de Janeiro, Jorge da Silva e o criminalista Nilo Batista.
“Quando comecei minhas pesquisas, fui descobrindo e repensando a forma como lidamos com as drogas. Percebi que esse assunto
interessa a todo mundo e que todos precisamos entender melhor para discutir, debater. E esse é o intuito do filme. Precisamos repensar nossa sociedade, a todo momento, mas pra isso precisamos de informação. Em geral as pessoas repetem os velhos discursos sem refletir. A mídia faz isso. Falta aprofundamento… e aí se cria um senso comum que reverbera pela sociedade.”
Foram dois anos até a finalização de “Cortina de Fumaça” e a primeira exibição na Mostra do Rio de Janeiro 2010 mostrou que ainda há muita gente que não conhece a engrenagem da política de drogas. “ Tem gente que se surpreende com a parte que fala de maconha
medicinal e do sistema endocanabinóide, outros com a parte político-social, outros com a
realidade da Califórnia. Mas acredito que o que realmente nunca foi dito pelos grandes veículos de comunicação é a urgência de debatermos o assunto de uma forma científica, democrática e honesta. Precisamos de informação e isso o documentário tem de sobra, pra todos os gostos.”
No dia 17, depois da exibição do documentário vai rolar depois um debate com o Diretor. “Podemos falar do processo do filme, das minhas experiências nesse projeto, mas vou gostar mesmo é se botarmos o dedo na ferida e discutirmos a questão. Isso dá papo pra noite toda”, avisa.
