Montanhas coloridas de Jujuy, falsas ou verdadeiras?
As imagens fotográficas dessas montanhas a noroeste da Argentina, principalmente as da Quebrada de Humahuaca, parecem trabalhadas em photoshop, tal a invencionice das cores. É difícil acreditar que são verdadeiras, mas são. Por isso foram declaradas, em 2003, Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Ao contemplarmos as paisagens de Jujuy, a primeira impressão é que a natureza ali é exibicionista, pois o grafismo e as tonalidades das montanhas dão o tom neste cenário. Para a geóloga ambiental jujeña Natalia Solis, na verdade as cores indicam a presença de minerais e fósseis, bem como a idade daquele afloramento colorido que começaram a se tingir há 600 milhões de anos. Para Solis, as cores mais antigas foram formadas a partir de fundos marinhos, muito antes da formação dos Andes, e se apresentam nos matizes azul, verde azulado, violáceo e salmão. Amarelos e laranjas são de períodos mais recentes. Já as formações de arenitos, na cor areia ou marrom foram moldadas pelo vento e chuva.
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Há ainda vistas únicas: rochedos que lembram cidades petrificadas e imensos castelos de areia. Ou de uma cidadezinha de raro encanto, onde tecelões secam seus tapetes recém-tingidos ao sol e os agricultores fazem o mesmo com suas pimentas. Seus tons vermelhos parecem um rastro de fogo riscando as areias secas.
Jujuy é um roteiro de histórias, artesanato, gastronomia, e cujas lembranças de viagem são marcadas pelas cores.
Por Heitor e Silvia Reali do site Viramundo e Mundovirado