Mostra no Itaú Cultural tem como tema “O Artista”

São 12 filmes nacionais e internacionais com artistas visuais como protagonistas

Cena do filme “Utamaro e Suas Cinco Mulheres”, de Kenji Mizoguchi

A partir de terça, 11, até o dia 16, o Itaú Cultural apresenta a mostra cinematográfica “O Artista”, que traz 12 produções nacionais e internacionais, sendo quatro delas em primeira exibição no Brasil. A entrada é Catraca Livre.

Os protagonistas dos filmes são artistas visuais de destaque tanto no Brasil quanto no exterior. A mostra é um dos desdobramentos da exposição “Lygia Clark: uma retrospectiva”, em cartaz no instituto até novembro.

O ciclo reúne roteiros sobre artistas de várias tendências, épocas e nacionalidades, como os brasileiros Cildo Meireles e Nelson Leirner, os franceses Paul Gauguin e Matisse e os holandeses Van Gogh e Rembrandt.

A curadoria é da pesquisadora Daniela Capelato, que selecionou obras biográficas, entre documentários, ficções, filmes de ensaio e experimentais, que mostram formas diversas de abordar a vida de um artista visual pelo olhar e sensibilidade de outro que usa a linguagem do cinema.

“Nessa mostra, o cinema assume o papel de instrumento de mediação e de visão, uma espécie de câmera para as artes”, explica Daniela, que também é produtora e pesquisadora no setor audiovisual. “Ao mesmo tempo, o mundo das artes se oferece a esta lente como um campo de investigação e criação”, conclui.

Confira a programação completa:

Dia 11 (terça-feira)

18h – Ouvir o Rio: Uma Escultura Sonora de Cildo Meireles, de Marcela Lordy

Brasil, 70 min, 2011(12 anos)

O filme acompanha o trabalho do artista plástico na busca do som das principais bacias hidrográficas brasileiras e nas águas processadas pelo homem. É o relato dessas viagens, das aventuras dessa busca do artista indo de Foz do Iguaçu a Pororoca do Macapá, do Parque das Águas Emendadas a foz do rio São Francisco para, depois, num estúdio de som juntar os pedaços. A natureza transformando o artista e o artista, a sua obra. O filme revela a simplicidade do artista, a relação dos habitantes dessas regiões com a água e potencializa nossa percepção entre o som e a imagem.

20h – Utamaro e Suas Cinco Mulheres, de Kenji Mizoguchi

Japão, 70 min, 1946 (16 anos)

Utamaro é um célebre pintor especializado em retratar mulheres. Em busca de modelos, ele percorre prostíbulos de Tóquio, colocando-se em situações inusitadas e, às vezes, perigosas. Mais uma obra-prima de Kenji Mizoguchi, que mostra porque é um dos grandes mestres do cinema de todos os tempos.

Dia 12, (quarta-feira)

18h – Assim É, Se Lhe Parece, de Carla Gallo

Brasil, 75 min, 2011 (12 anos)

O artista plástico Nelson Leirner revela-se neste documentário despojado sobre a rotina e a intimidade de um criador iconoclasta. “Eu não queria ser artista, eu não queria ser nada”, afirma, ironicamente, ao relembrar sua trajetória. Avesso à formação e aos preceitos tradicionais das academias de arte, apropriou-se com liberdade e sem preconceitos das informações e ferramentas que lhe serviram para a criação artística.

20h – Ronda Noturna, de Peter Greenaway

Holanda, 141 min, 2007 (14 anos)

Na rica Amsterdã do século XVII, Rembrandt aceita a encomenda de um retrato do grupo Milícia dos Mosqueteiros. No entanto, o retrato – que compõe em meio a uma grave perda pessoal – não agrada àqueles que o encomendaram: o pintor holandês identifica um assassino no quadro, por meio de um jogo entre as regras e convenções desse gênero de pinturas e a perspectiva deslocada, desajustada, como se fosse um estrangeiro. As repercussões da ousadia de Rembrandt são diversas, duras, mas insuficientes para fazer com que o quadro fosse esquecido.

Dia 13 (quinta-feira)

18h – Enigma de um Dia, de Joel Pizzini

Brasil, 17 min, 1996 (Livre)

Inspirado em quadro de De Chiricho, o filme revela a experiência estética de um vigia ao se transportar ao universo metafísico do pintor italiano.

Na sequência – A Hipótese da Pintura Roubada, de Raoul Ruiz

França, 63 min, 1979 (12 anos)

O filme conta a história de um colecionador de quadros de Frederic Tonnerre, pintor do século XIX. Uma das telas está faltando. Em torno deste quadro “roubado” giram as especulações mais barrocas, e reencontrá-lo poderá desvendar o mistério de toda a coleção. O filme discute as razões de alguns quadros provocarem escândalos.

20h – Sobras em Obras, de Michael Favre

Brasil – Suíça, 75 min, 1999 (Livre)

O processo criativo de Geraldo de Barros (1923-1998), pioneiro da fotografia experimental no Brasil e, também, um dos nossos primeiros artistas concretos, é recriado neste documentário, que faz um estimulante diálogo entre passado e presente.

Dia 14 (sexta-feira)

18h – Aragon, O Livro de Matisse, de Richard Dindo

França – Suíça, 52 min, 2003 (12 anos)

O filme fala de Matisse através de Louis Aragon. Os textos do poeta sobre o pintor; os quadros e desenhos do Matisse realizados durante a guerra; os desenhos que ele fez de Aragon e Elsa Triolet. As fotos de Matisse e seus modelos; os lugares onde Matisse e Aragon se encontraram e discutiram sobre o trabalho e a visão de mundo deste grande pintor. Assim, até o fim do filme, o dialogo entre esses dois grandes homens da história da arte e da cultura ocidental.

20h – Paul Gauguin, de Alain Resnais

França, 12 min, 1950 (12 anos)

A vida e a obra de Gauguin evocadas a partir de suas próprias telas.

Na sequência – Goya em Bourdeax, de Carlos Saura

Espanha, 106 min, 1999 (14 anos)

Aos 82 anos, o pintor Francisco de Goya vive no exílio com a última de suas amantes, Leocádia. Reconstruindo os principais acontecimentos da sua vida para a filha caçula, Rosario, ele se lembra do tempo em que era jovem e ambicioso e lutou para conquistar espaço na corte do Rei Carlos IV, da Espanha, em meio a intrigas palacianas, seduções e mentiras. Goya foi um artista genial, que nunca abandonou a preocupação pelo seu país e pelo povo. A era de luz e cor da corte Bourbon abre espaço para o mesmo Goya que, aos 46 anos, ficou surdo, fato que gerou importante reviravolta em seu trabalho. Enquanto ficava claro que os dias de absolutismo, sob as pressões do iluminismo, chegavam ao fim, Goya descobre um novo mundo criativo nas pinturas soturnas e seus caprichos.

Dia 15 (sábado)

16h – Paul Gauguin, de Alain Resnais

França, 12 min, 1950 (12 anos)

A vida e a obra de Gauguin evocadas a partir de suas próprias telas.

Na sequência – Van Gogh, de Alain Resnais

França, 20 min, 1948 (12 anos)

Obra de encomenda, o Van Gogh de Resnais pertence à pré-história do “filme sobre arte”. Como tal, ele tem o mérito de lançar as bases de um bom número de questões a serem levantadas por cineastas que estarão interessados no encontro entre cinema e arte.

18h – Van Gogh, La Revanche Ambigue, de Abraham Segal

França, 70 min, 1989 (12 anos)

Um documentário investigativo sobre o fenômeno artístico, econômico e social que representam a obra e o personagem de Van Gogh. O filme evidencia a contradição entre a miséria da vida trágica do artista e da fama póstuma, o contraste entre o destino do pintor desconhecido e o preço atual das telas. Uma visão crítica da recuperação e exploração de Van Gogh nos próprios lugares onde ele foi rejeitado, especialmente em Arles.

20h – Aragon, O Livro de Matisse, de Richard Dindo

França-Suíça, 52 min, 2003 (12 anos)

O filme fala de Matisse através de Louis Aragon. Os textos do poeta sobre o pintor; os quadros e desenhos do Matisse realizados durante a guerra; os desenhos que ele fez de Aragon e Elsa Triolet. As fotos de Matisse e seus modelos; os lugares onde Matisse e Aragon se encontraram e discutiram sobre o trabalho e a visão de mundo deste grande pintor. Assim, até o fim do filme, o dialogo entre esses dois grandes homens da história da arte e da cultura ocidental.

Dia 16 (domingo)

16h – Reprise de Van Gogh

Na sequência – Reprise de Van Gogh, La Revanche Ambigue

18h – Reprise de Enigma de um Dia

Na sequência – Reprise de A Hipótese da Pintura Roubada

20h – Reprise de Utamaro e Suas Cinco Mulheres

Por Redação