Mostra Prata da Casa e as apostas musicais para 2011
Em entrevista os curadores da Mostra, José Flávio Júnior e Marcus Preto, falam do projeto Prata da Casa e de onde ouvir boa música
Nesta quinta, dia 3, começa mais uma Mostra Prata da Casa. O projeto, que acontece no Sesc Pompeia toda terça sempre com entrada Catraca Livre, é referência na cena musical brasileira. Pelo palco da disputada choperia do Sesc já passaram nomes como Junio Barreto, Mariana Aydar, Tulipa Ruiz, Barbatuques, Dona Zica, Curumim, entre muitos outros.
Com curadoria dos críticos musicais Marcus Preto e José Flávio Júnior, neste ano a Mostra traz na programação as melhores apresentações de 2010: dia 3 – Thiago Pethit e Letuce, dia 4 – Lurdez da Luz e Baiana System, dia 5 – Juliana Kehl e Filipe Catto, dia 10 – Lulina e Dudu Tsuda, dia 11 – Caldo de Piaba e Duani, dia 12 – Dhi Ribeiro e Qinho.
Projeto é vitrine de grandes artistas
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No ano em que o evento comemorou 10 anos, em 2009, entrevistamos Patricia Palumbo, uma das curadoras na época. Quando questionada sobre o nome que iria se destacar em 2010 e que já tinha passado pelo Prata da Casa a resposta de Patricia foi certeira: Karina Buhr. E como nada melhor que ouvir quem entende do assunto, este ano conversamos com Marcus e José Flávio.
Confira as entrevistas e conheça as apostas dos críticos:
Sobre o Prata com José Flávio
Catraca Livre: Quais são os critérios para uma banda tocar no Prata da Casa? Como as bandas chegam até você? Elas mandam material, ou pode acontecer de você descobrir um artista e convidá-lo para se apresentar?
José Flávio: O Sesc recebe muito material (fisicamente e por e-mail). A cada 30 dias eu pego tudo e trago para casa para ouvir. Pelo menos metade do que tocou no Prata desde que eu assumi a curadoria (outubro de 2010) foi escolhido assim.
Mas também levo para o Sesc sugestões de artistas que aprecio, que já vi ao vivo em algum festival pelo Brasil ou que descobri fuçando por aí. Esses nomes são analisados em conjunto com toda a turma do Sesc. Se existir consenso, eles são convidados para o projeto. A gente analisa as coisas básicas: se o artista é original, se toca bem, se pode estabelecer um diálogo legal com o público em geral, se já tem preparo para encarar um projeto tão bacana quanto o Prata, se parece promissor… E, claro, os artistas não podem ter mais do que um álbum lançado oficialmente – EPs, singles e gravações caseiras não entram na conta.
C.L: Como foi feita a seleção da Mostra?
J.F: Escolhi apenas três dos 12 nomes, pois só fui curador durante três meses em 2010. Tentei escolher os artistas que mais se destacaram, que tiveram boa resposta da plateia e que mereciam uma nova oportunidade (Dhi Ribeiro, Baiana System e Caldo de Piaba).
C.L: Quais as novidades para os próximos shows de 2011. Você já tem alguns nomes que vão tocar?
J.F: Fevereiro vai ser um mês bem interessante. Calhou de termos dois nomes ligados ao ska: Peixoto & Maxado (dia 1/2) e Orquestra Brasileira de Música Jamaicana (15/2). No dia 8/2 teremos o grande Nevilton, de Umuarama (PR), que lançou o quarto melhor disco e a segunda melhor música de 2010 segundo a Rolling Stone. Aposto nessa banda há três anos. O primeiro show do Nevilton em São Paulo foi no aniversário de um ano do meu programa, o Qualquer Coisa (hoje exibido pela Oi FM, às segundas, das 22h às 23h). Certeza que será uma grande apresentação.
Já no dia 22/2, rola o show que eu mais quero ver no mês, da banda Os Penitentes, de Curitiba. É o projeto menos conhecido do Koti, o Lendário Chucrobillyman. E para abril já estão fechados o Jr. Black, de Recife, e a Bruna Viola, uma menina de 17 que arrebenta na viola caipira e é a artista do universo sertanejo que eu acho que mais vai brilhar nesta década.
Onde acompanhar as novidades com Marcus Preto
Perguntamos para Marcus Preto, curador do Prata até o ano passado, algumas dicas de onde ouvir e ler sobre novidades musicais. Além disso, ele falou de lançamentos de discos que prometem para 2011
Para quem quiser conferir o trabalho ao vivo de artistas que ainda não tem discos lançados mas que já tem um trabalho sólido, a dica é acompanhar a programação de casas como Studio SP e Auditório do Ibirapuera, que segundo o crítico, “tem apostado em uma programação de qualidade e como consequência ajudado a formar uma cena” (a curadoria do Auditório é de responsabilidade de Pena Schmidt). Além disso, a dica também é ficar de olho na programação das unidades do Sesc-SP.
Fora de São Paulo, desde o ano passado, o Rival+Tarde no Rio de Janeiro (agora em parceria com o Studio SP) tem conseguido o que até então parecia impossível: levar os artistas que foram revelados nos palcos paulistanos para a cidade maravilhosa. “Um dado interessante é que até o ano passado existia banda que já tinha tocado no Japão mas que nunca se apresentaram no Rio!” conta Marcus Preto.
Questionado sobre sites, blogs ou programas de rádio sobre o assunto, o jornalista citou o Cultura Livre apresentado por Roberta Martinelli. O programa vai ao ar de segunda a sexta às 14h na Rádio Cultura AM 1200 kHz e pelo portal. “O Cultura Livre vem fazendo um trabalho coerente e de qualidade, lá você confere lançamentos de discos e boas revelações da nossa música” fala Marcus. Uma boa sugestão também é ouvir lançamentos em blogs e sites que disponibilizam até lançamentos na íntegra. Segundo ele, “os próprios artistas tem optado por esse meio de divulgação, eles mesmos mandam suas produções para ficarem ao alcance do público de todas as partes do país”.
E como nossa curiosidade é grande, pedimos para Marcus Preto falar um pouco das suas apostas de bons lançamentos para 2011, tome nota:
“Duani, bom compositor, cantor sensacional, sambista, soul man, “o nosso Tim Maia”, pretende gravar disco neste ano”.
“Dudu Tsuda, ex-Cérebro Eletrônico, ex-Pato Fu, tem um trabalho sensacional que bebe na fonte da música eletrônica – de Kraftwerk a Sterolab. Já está em pré-produção.”
“Anelis Assumpção, além de excelente cantora, tem presença de palco e é acompanhada de uma super banda”
“Além disso, Filipe Catto e Dani Black prometem grandes discos para 2011”.