O cinema de Helmut Käutner: Naqueles dias

Uma das primeiras produções do pós-guerra, um filme rodado na Alemanha destruída de 1947. Helmut Käutner e seu co-autor Ernst Schnabel tiveram a bela ideia de contar a história de um automóvel: partindo do primeiro emplacamento em 1933 até o sucateamento em 1947.

Com isso contam história contemporânea. Nos episódios aparecem os destinos dos sete proprietários do automóvel, entre eles um compositor cuja música é dita degenerada; um casal judeu; um soldado desertor; uma senhora idosa, que foge dos nazistas. Com franqueza, o filme olha para aquilo que aconteceu sob o regime de Hitler. Traça um caleidoscópio da Alemanha, que espelha o clima social e humano “daqueles dias” de forma impressionante.

Sobre o cineasta

Cineasta, ator, e roteirista, Helmut Käutner (1908-1980) foi um dos mais aclamados diretores alemães de sua geração. Tendo estudado Arquitetura, Filosofia, Teatro, História da Arte e Design, começou primeiramente a trabalhar no teatro como ator e diretor e iniciou sua carreira no cinema como roteirista.

Fez 36 filmes para o cinema. A mostra, uma parceria entre o CCBB e o Goethe-Institut São Paulo,  exibe um terço da obra completa do diretor e preenche uma lacuna ao exibir um cineasta muito pouco visto no Brasil. A programação inclui seus filmes mais relevantes, incluindo suas três reconhecidas obras-primas “Romance em Bemol” (1943), “Grande liberdade nº7” (1944) e “Debaixo das Pontes” (1945).

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Por Redação

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