O Cinema Novo no Sesc Ipiranga

04/07/2011 15:09 / Atualizado em 05/05/2020 16:20

O Cinema Novo foi marcado por grandes produções de nomes como Glauber Rocha, Gianfrancesco Guarnieri e Murilo Salles. Um novo formato de produção para a sétima arte nacional já caminhava para outros que não mais fossem adaptações do western norte-americano.

Começa então em 1952, complementando  I Congresso Paulista de Cinema Brasileiro e o I Congresso Nacional do Cinema Brasileiro. Sabendo disso, o Sesc Ipiranga traz mostra de filmes que revolucionaram a história cinematográfica no país.

Batizada de “Mostra Cinema Novo”, ocorre todas as terças, às 20h no espaço. A entrada é Catraca Livre.

Confira abaixo a programação completa por dia:

Dia 5
Terra em Transe

(Brasil, 1967. 107 min. Direção: Glauber Rocha).

Classificação indicativa: maiores de 14 anos.

Em um país imaginário chamado Eldorado, o jornalista e poeta Paulo Martins hesita entre as diversas forças políticas em luta pelo poder. Dom Porfírio Diaz é líder de direita, político paternalista da capital litorânea de Eldorado; Felipe Vieira é um político populista e Júlio Fuentes, dono do império de comunicações. Em conversa com a militante Sara, Paulo conclui que o povo de Eldorado precisa de um líder político, e apoia Vieira.

Horário: às 20h.

Dia 12
Eles Não Usam Black-tie
(Brasil, 1981. 122 min. Direção: Leon Hirszman).

Classificação indicativa: maiores de 14 anos.

O filme narra os conflitos, contradições e anseios da classe trabalhadora no final dos anos 1970, na crise final da ditadura militar. Tião, jovem operário, namora Maria, colega de fábrica. Quando toma conhecimento de que ela está grávida, resolve marcar o casamento. Mas as dificuldades financeiras do casal são imensas. Nisso eclode uma greve. Otávio, pai de Tião, líder sindical veterano, adere à greve mesmo contrariado com a decisão da categoria, que lhe parece precipitada. Participando dos piquetes em frente à fábrica, entra em choque com a polícia, é espancado e preso. O filho, indiferente ao drama do pai e dos colegas, fura a greve. Individualista, credita à militância do pai a miséria em que sempre viveram. O conflito então explode no interior da família.

Horário: às 20h.

Dia 19
O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro

(Brasil, 1969. 99 min. Direção: Glauber Rocha).

Classificação indicativa: maiores de 14 anos.

Numa cidadezinha chamada Jardim das Piranhas aparece um cangaceiro que se apresenta como a reencarnação de Lampião. Seu nome é Coirana. Anos depois de ter matado Corisco, Antônio das Mortes (personagem do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol) vai à cidade para ver o cangaceiro. É o encontro dos mitos, o início do duelo do dragão da maldade contra o santo guerreiro. Outros personagens vão povoar o mundo de Antônio das Mortes. Entre eles, um professor desiludido e sem esperanças, um coronel com delírios de grandeza, um delegado com ambições políticas e uma linda mulher, que vive uma trágica solidão.

Horário: às 20h.

Dia 26
Nunca Fomos Tão Felizes
(Brasil, 1984. 91 min. Direção: Murilo Salles).

Classificação indicativa: livre.

Pai e filho estão afastados há oito anos. Um esteve num colégio interno e o outro na prisão. O reencontro e a viagem de retorno para casa dão a entender o quanto será difícil para os dois a vida em comum. O pai tem uma vida misteriosa e encontros sigilosos. Acuado pela situação tensa que enfrenta o rapaz não pode entender aquele convívio frustrante, preso a um apartamento quase vazio e tendo somente a companhia de um aparelho de TV e uma guitarra. Acaba se deparando com a necessidade de descobrir a própria identidade. Baseado em conto de João Gilberto Noll.

Horário: às 20h.