O destino brasileiro que inspirou o filme ‘Z – A Cidade Perdida’
Vida intraterrestre, portal para outras dimensões, sítios arqueológicos, cachoeiras e até um suposto corredor para Machu Picchu.
Se algum desses temas te interessem, a sua próxima parada é na Serra do Roncador, no Mato Grosso.
Mas não são só viajantes dos paranauê, místicos e aventureiros voltaram a atenção para essa misteriosa sequência montanhosa de 800 km que segue até a Serra do Cachimbo, no Pará.
Com estreia nos cinemas brasileiros prevista para o próximo dia 20 abril, o filme ‘Z: A Cidade Perdida’ (The Lost City of Z, em inglês) relembra a misteriosa história de Percy Fawcett que, em 1925, desapareceu na região, em busca de um portal para a cobiçada Cidade Z.
Conhecido também como Cidade Abandonada, o local ficaria na Serra do Roncador, a mais de 500 km de Cuiabá, e seria uma passagem secreta para uma civilização perdida.
Obstinado pela localização daquele portal, o britânico Fawcett, acompanhado de seu filho Jack e do amigo Raleigh Rimell, dava início à busca da Cidade Z, desaparecendo, sem deixar pistas. No entanto, estudiosos da história acreditam que o coronel procurava mesmo pedras preciosas e um título que lhe desse fama mundial.
São tantas histórias que Fawcett é considerado o verdadeiro Indiana Jones e foi a inspiração para a criação desse personagem dos filmes de Steven Spielberg.
Outra teoria difundida na região é que o Roncador teria uma passagem secreta que liga aquelas terras amazônicas com a peruana Machu Pichu.
A Serra do Roncador parece mesmo sem limites na hora de imaginar histórias de outro mundo.
O destino já foi chamado também de Portal para Atlântida; e Ado Luckner, fundador do Monastério Teúrgico do Roncador, defendia a ideia de uma cidade intraterrena que abrigaria seres evoluídos, baseado na teoria da Terra Oca, do astrônomo Edmund Halley.
‘Z – A Cidade Perdida’ tem direção de James Gray (‘Os donos da noite’ e ‘Era Uma Vez em Nova York’) e produção executiva de Brad Pitt, entre outros produtores.
Mas para nossa frustração, o filme não foi rodado na região. Segundo o site IMDB, as cenas foram gravadas na Colômbia e na Irlanda do Norte.
E talvez isso seja melhor. Assim aquelas terras misteriosas continuam escondidas do grande público.
Conheça atrações
No entanto o melhor desse destino ainda desconhecido dos brasileiros são os atrativos naturais como cachoeiras escondidas, córregos que rasgam cânions com piscinas naturais e uma infinidade de trilhas ainda pouco exploradas.
Seu nome teria origem no barulho feito pelo vento, ao passar por fendas nas pedras.
A Serra do Roncador tem atividades que vão desde as de acesso mais fácil como o Vale dos Sonhos, a pouco mais de 60 km de Barra do Garças, até as mais aventureiras como o roteiro no Bateia, localizado na vizinha Serra do Taquaral.
O local abriga diversas cachoeiras, como a Bateia I (86 metros de altura, sobre um poço em mata fechada) e a imperdível Cachoeira do Escorrega, uma queda de três metros que sai sobre o interior de um cânion, com acesso por uma escada.
SAIBA MAIS
⇒ Como chegar
Barra do Garças, a 380 km da capital goiana, é o principal acesso à Serra do Roncador. Os aeroportos mais próximos são os de Barra Garças e o de Goiânia, em Goiás.
Essa região de geografia complexa não é para principiantes e todas as atrações, sobretudo as trilhas para as cachoeiras, devem ser feitas com o acompanhamento de um guia cadastrado.
⇒ Quando ir
Segundo guias locais, a região pode ser visitada o ano todo, mas pode ser melhor aproveitada, no verão brasileiro, quando a região está mais vazia.
A alta tenporada em Barra do Garças, conhecida por suas praias no rio Araguaia, é em julho, quando a região recebe gente de todo Goiás. Prefira ir entre março e julho.
⇒ Quem leva
Para essa reportagem, o Viagem em Pauta foi acompanhado pela Roncador Expedições, considerada a única agência do destino com atrativos em áreas mais isoladas e por onde Fawcett teria passado, como a obrigatória Rota Franciscana.
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