O Olhar Jovem de meninos do Rio em Exposição

Aos 21 anos, Bernardo Mosqueira se tornou um dos curadores mais jovens do país e inaugura na galera Galeria Oscar Cruz sua segunda mostra com organizador: “Com Afeto, Rio”.

O estudante de jornalismo pela UFRJ  e ex-estudante de engenharia, desde pequeno era considerado pela família um menino “peste”. Nos castigos em que era colocado, seu passatempo era folhear revistas. Sua mãe dizia a quem quisesse ouvir que o menino era um devorador de livros. E para não se indispor diante da informação, Bernardo se sentia na obrigação de ler todos os livros que ganhava de presente.  Funcionou.

Na escola, adorava responder a perguntas abertas sobre objetos e obras de arte. Apesar de muito inventado, procurava em sua análise exercer sentido naquilo que seus olhos buscavam ressaltar da figura.

A combinação da palavra com a imagem foi responsável por sua entrada no mundo da arte.  Em resposta à fala de um famoso curador do Rio “Não tolero excesso de liberdade”, Bernardo se propôs a organizar uma mostra-resposta através baseada na frase de Clarice Lispector “Liberdade é Pouco o que desejo ainda não tem nome”.

Nos bastidores, Bernardo enfrentava o problema do tempo. Como não podia fazer uma convocação “homem a homem”, Bernardo, resolveu fazer uma carta-convite via facebook. Por surpresa, a resposta foi quase imediata.

Em menos de um mês conseguiu reunir mais de quarenta artistas de diferentes trabalhos para refletir sobre o como experimentar arte com responsabilidade a liberdade artísticas para os dias de hoje.  Como não tinha tempo para uma convocação “homem a homem”, Bernardo, resolveu fazer uma carta-convite via facebook. Por surpresa, a resposta foi quase imediata.

A exposição coletiva com mais de quarenta artistas conseguiu reunir em quatro dias  um público de 3.500 pessoas.

O segundo convite como curador tirou o rapaz de sua cidade para contar a história da arte jovem que se destaca no Rio. “Com Afeto, Rio”, tem a missão de expor trabalhos de jovens artistas cariocas desde performances, objetos, fotografias, instalações e pinturas que dialoguem entre si e possibilitem ressaltar a diferença do olhar das produções artistas de jovens paulistanos.

Nessa segunda proposta, Bernardo teve ainda menos tempo para reunir os artistas. Encaminhou um segundo convite via facebook  o que resultou em textos cômicos da parte dos artistas. Alguns até brincaram ao falar do tempo de curadoria e sugeriram para que montasse um escritório de ‘curadoria expressa’.

Para Bernardo, o Afeto, tema da mostra, é o caminho trilhado pela produção artística carioca. “Jovens artistas paulistanos são mais conceituais, filosofam mais, pensam mais sobre a arte. O carioca é mais empírico”, comenta.

A mostra “Com Afeto, Rio” apresenta trabalhos de artistas como Daniel Toledo, João Penoni, Julia Cseko, coletivos LaRica e Opavivará., Alessandro Sartori, Bernardo Ramalho, Susana Guardado e fica em cartaz até o dia 8 de junho.