Obras de Almir Mavignier em cartaz no Museu Afro Brasil
Dia 23 de setembro, às 20h, acontece no Museu Afro Brasil a abertura da Mostra de Arte Contemporânea com obras do artista brasileiro Almir Mavignier. A entrada é Catraca Livre.
Serão expostas 51 “docugrafias” – documentação temática e mais 4 cartazes aditivos programados para se multiplicarem de todos os lados, ocupando superfícies infinitas.
No final da década de 40, ainda no Brasil, Almir Mavignier e nomes como Abraham Palatnik, Ivan Serpa e Mario Pedrosa discutiam teorias sobre a forma e experimentavam o que depois viria a ser chamado de arte concreta. Ele foi o ponto de interseção entre essas pessoas.
Na época trabalhava no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro (Rio de Janeiro), onde fundou com a psiquiatra Nise Silveira o ateliê de pintura para os internos. Neste local os quatro jovens se encontravam para tentar entender como os pacientes, sem qualquer contato com técnicas ou teorias artísticas, sem sequer saber o próprio nome, produziam tais obras de arte. Assim, revelaram nomes como Arthur Amora, Emygdio de Barros, Fernando Diniz, Raphael Domingues, Adelina Gomes, Isaac Liberato, Carlos Pertuis.
Em 1952, ganhando uma bolsa de estudos para a França, Almir Mavignier saiu decidido a estudar com o artista e arquiteto suíço Max Bill, e, mesmo sem falar alemão, ingressou na primeira turma da Hochschule für Gestaltung Ulm, onde estudou comunicação visual. Lá descobriu uma nova área de atuação: o design de cartazes.
Hoje, renomado designer em Hamburgo e ausente do Brasil desde 2000, Mavignier foi aluno da famosa Escola Superior da Forma, em Ulm (Alemanha), tendo aulas com nomes como Josef Albers (1888-1976). A história de Almir Mavignier se confunde com a própria história do início da arte concreta no Brasil, nos ajudando a entender melhor este período tão pouco relatado.