Olhar Obliquo

Dia 9 de julho, quinta-feira, às 20hs, estreia o espetáculo Olhar Oblíquo da Cia. Maurício de Oliveira e Siameses na Sala Paissandu na Galeria Olido, em São Paulo.

Olhar Oblíquo trata diretamente da questão da perspectiva do olhar, tanto no sentido real como no sentido metafórico. Fala do que as pessoas acham ter como prova irrefutável de uma realidade exposta e, que, no entanto, trai exatamente por haver camadas e camadas de outros elementos que só se revelam na medida em que as pessoas sem aproxim do objeto de estudo.

No palco, um grupo de sete bailarinos trabalham como se constituíssem o ponteiro de um relógio. É nesse círculo onde todas as questões são colocadas: e coincidentemente, como numa gestalt, o ponto de saída passa a ser o ponto de chegada. Durante todo o trajeto da elaboração cênica, eles são compelidos a manterem o alinhamento, fazendo dessa situação uma norma de conduta: cada situação é acionada pela situação anterior, trazendo assim, questões ontológicas, primordiais, como por exemplo, a questão da linguagem ou mesmo daquilo que não é pronunciado e que, entretanto, tenha, talvez, um peso maior do que aquilo que se pronuncia abertamente.

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Olhar Oblíquo traz essencialmente a questão: é o gesto que perdura ou é aquilo que habita entre um gesto e outro? Por isso, saturamos a cena com uma quantidade considerável de movimentos, deixando para o fruidor, o trabalho da descoberta dos silêncios, elemento tão essencial ao homem e que colabora para o seu próprio mergulho interno que nos leva a um desvendar de realidades anteriores.

A Cia. Maurício de Oliveira

A Cia. Maurício de Oliveira e Siameses nasceu da procura por uma linguagem ímpar, sofisticada, objetivando o absoluto entendimento do funcionamento do aparato físico/mental do artista, de forma a provocar no espectador, uma reverberação imediata, fazendo-o repensar a sua própria estrutura, bem como a interação e a ressonância de seus atos no meio em que vive.

O trabalho da Cia. baseia-se em fundir informações provenientes do estudo da Yoga clássica (Iyengar), do balé clássico e de outras técnicas corporais que favoreçam a apreensão dos mecanismos de funcionamento da estrutura de integração corpo e mente do artista (performer). O desenvolvimento do hábito do pensar filosófico fez com que a reflexão fosse parte integrante e fundamental dos processos criativos.

Os trabalhos diários de preparação corporal desenvolvidos pela Cia. ampliam as possibilidades de entrar em contato com outras referências de movimentos, permitindo ao artista abarcar mais informações no seu sistema corpo/mente com o objetivo de torná-lo mais hábil e com mais qualidades sensíveis, cinéticas e expressivas, instrumentalizando de maneira qualitativa seu corpo e a Dança.

Ficha técnica:
Cia. Maurício de Oliveira e Siameses
Este espetáculo foi contemplado pelo 5º Edital do Programa de Fomento à Dança da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
Direção e coreografia: Maurício de Oliveira
Direção de Produção: Cássia de Souza
Duração: 50 minutos
136 lugares