Pinacoteca: Aleksandr Ródtchenko, o russo que revolucionou a fotografia

Por Redação
04/02/2011 15:51 / Atualizado em 25/02/2011 10:56

Aleksandr RódtchenkoRetrato da mãe, 1924
Retrato da mãe, 1924

A Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Instituto Moreira Salles apresentam exposição com cerca de 300 obras de Aleksandr Ródtchenko (1891-1956), um dos grandes inovadores da arte de vanguarda do século XX, e um dos líderes reconhecidos do construtivismo russo, ao lado de artistas como Kasimir Maliévitch, Kandinsky, Wladimir Tatlin e o poeta Maiakóvski.

Nascido em São Petersburgo, Ródtchenko iniciou-se na fotografia na década de 1920 (sua maior produção concentra-se no período entre 1924 a 1954) e foi aclamado internacionalmente como pintor, escultor e designer gráfico. Para ele, fotografar significava a possibilidade de criar arte realmente contemporânea; de mostrar o mundo através de “olhos matinais”.

A mostra Aleksandr Ródtchenko: revolução na fotografia apresenta diferentes características de seu inovador trabalho fotográfico. De fotomontagens a reportagens, que podem ser vistas em obras como Crise (1923), Autocaricatura (1922) e A Primeira Cavalaria (1935); de estudos arquitetônicos a retratos de seu círculo familiar e artístico, como em Banho (1929), Varvara Stepânova (1937) e Retrato da mãe (1924), com destaque para os famosos retratos do poeta Vladimir Maiakóvski; do encurtamento perspectivo, exibido em Barcos (1926) e Degraus (1929) à representação do movimento humano exibida nas obras Corrida de cavalos (1935), Campeões de Moscou (1938) e Coluna da Sociedade Esportiva Dinamo, 1932 (1935); e, finalmente, o princípio de fotografar a partir de pontos altos e baixos, criando os “ângulos de Ródtchenko” como em Pioneiro (1930), Escada de incêndio (1925) e Reunião para uma manifestação (1928).

As séries de fotomontagens feitas para capas de revistas como Novi LEF e Dal ochi Pionier, cartazes e anúncios, outro destaque de sua obra, também poderão ser vistas na exposição.

Para a curadora Olga Svíblova, “em 1924, a fotografia foi invadida por Ródtchenko com o slogan ‘Nosso dever é experimentar’ firmado no centro de sua estética. O resultado dessa invasão foi uma mudança fundamental nas ideias sobre a natureza da fotografia e o papel do fotógrafo”. Ródtchenko aliou a experimentação formal a preocupações documentais sobre a vida política e social da União Soviética em seu período inaugural, dos anos de Lênin até o regime repressor iniciado por Stálin (que o colocou no ostracismo nos seus últimos 20 anos de vida).