Qual o mistério do Círculo de Pedras da Amazônia?

Em parceria com Viramundo e Mundovirado
04/05/2016 09:38 / Atualizado em 07/05/2020 03:04

Que farias se tivesse uma máquina do tempo? Daria um pulo na Roma antiga, ou seria um passageiro na caravela com Cabral? São muitas opções, mas depois de conhecer o Círculo de Pedras, no Amapá, talvez quiséssemos voltar mil anos atrás. Tão magnífico quanto intrigante esse círculo abre uma fresta para o que teria sido a riqueza cultural indígena daquela região.

A visão é espetacular e, à medida que nos aproximamos, só pensamos no seguinte: como ele foi construído? De que jeito os homens ergueram aquelas pedras no meio da mata? Em um diâmetro de 30 metros estão distribuídos 147 blocos de granito alguns com 4 metros de altura e pesando até quatro toneladas.

Esse sítio talvez tenha sido um centro ritualístico com observatório astronômico. Dentre os blocos de granito acinzentados se destaca um monólito negro que todos os dias projeta uma sombra no chão. Mas, esta desaparece no solstício de inverno (21 ou 22 de dezembro), quando ao alcançar sua posição mais alta no céu, o Sol está acima da pedra.


Mas essa descoberta não começou nada bem, pois a floresta amazônica estava em chamas. O culpado? Um tal de Garrafinha, ou melhor Lailson da Silva, um mateiro contratado, em 2005, para por fogo na mata e abrir pasto para a criação de búfalos, às margens de um igarapé em Calçoene, distante 300 km de Macapá. Por milagre o fogo não foi longe, e quando a fumaça se mandou, vejam como são as coisas: um dia o cara toca fogo na floresta; no outro, entra para o panteão da arqueologia brasileira com a descoberta de um intrigante e misterioso círculo de pedras.

Passados mais de 10 anos da descoberta, a aura de mistério continua forte. Como encontrar explicações para esses antigos brasileiros que, 1000 anos atrás, mesmo sem a sofisticação dos equipamentos atuais –ou não?– estavam à frente de seu tempo. No mínimo em astronomia. Usavam o céu para tudo o que precisasse respeitar um ciclo temporal, como as épocas certas da colheita e do plantio, das festas, ou ainda de algum acontecimento que desconhecemos.

Não fosse o holofote do sol a iluminar Calçoene, o grasnar de maritacas e araras, e guardando-se as devidas proporções de tempo, história e dimensões: o conjunto lembra Stonehenge, o famoso círculo de pedras pré-histórico da Inglaterra. Por isso não fugiu ao apelido de Stonehenge amazônica.

Quem leva: Cupuaçu Turismo: www.gilsontorres.wix.com. Tel.: (96) 98111-1561

Por Heitor e Silvia Reali, do site Viramundo e Mundovirado