Quixote
A partir de algumas sugestões de uma das mais conhecidas obras da literatura ocidental, “D. Quixote de La Mancha”, de Miguel de Cervantes, Alexandre Roit idealizou uma dramaturgia para um espetáculo de rua.
O roteiro reduz a complexa estrutura original para um diálogo entre os dois personagens centrais: Quixote e o seu fiel escudeiro, Sancho Pança, aqui representados por um morador de rua e um gari, respectivamente. Longe de buscar soluções para problemas sociais, são apontadas possibilidades dramáticas e de conflitos entre o espírito livre de um Quixote representado pelo “cidadão em situação de risco” e um Sancho enquadrado nas rígidas normas de conduta social.
Um Quixote insano que precisa de um Sancho para manter-se conectado de alguma maneira ao mundo real, e um Sancho limitado ao concreto, para quem é imprescindível a janela para o onírico, oferecido por seu Quixote. A ‘desculpa’ para nossa trama, é uma promessa: assim que o mundo for conquistado, as donzelas libertadas, o mal desfeito e as injustiças aplacadas, nosso Sancho ganhará uma ilha de presente, para nela viver tranquilo o resto de seus dias. Rua Central.
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