Repaginado, hotel Ca’d’Oro volta a funcionar na rua Augusta
Sabe aquela sensação de que a gente já esteve naquele lugar?
A culinária do norte da Itália continua saindo dos fornos do restaurante; o clássico piano Erard ainda está no canto do bar; e a terceira geração de hoteleiros segue no comando do empreendimento. Ainda assim, nada parece ser como antes.
Endereço icônico do centro de São Paulo, entre os anos 60 e 90, o hotel Ca’d’Oro volta a abrir suas portas na rua Augusta, depois de sete anos fechado.
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O novo hotel é reinaugurado como parte do complexo Ca’d’Oro São Paulo, que inclui também apartamentos residenciais e salas comerciais.
“O hotel renasce agora como um empreendimento imobiliário, ao mesmo tempo que resgata e celebra a memória da cidade”, descreve Ricardo Laham, Diretor da Unidade de Negócios São Paulo da Brookfield Incorporações.
Tudo novo –da estrutura dos edifícios até as áreas sociais–, mas com a mesma alma clássica do tempo em que o hotel abrigava hóspedes como Nelson Mandela, Pablo Neruda, Jorge Amado, Mário Quintana e Vinícius de Moraes.
Dos 80 funcionários da época, 19 estão de volta ao hotel.
No total, são 147 quartos reformulados de até 56 m². Formado por duas torres, o complexo conta também com 374 unidades residenciais de até três quartos, uma torre comercial de 27 andares e o hotel, entre os 19º e 26º andares.
Mais do que ser uma boa notícia para os saudosistas, o novo empreendimento surpreende pela vista panorâmica que se tem dos quartos e da cobertura. A hospedagem já vale só pelo skyline que se abre diante dos olhos dos hóspedes.
Esse clássico paulistano foi fundado pelo italiano Fabrízio Guzzoni, em 1953. Primeiro como restaurante, na rua Barão de Itapetininga, e, três anos mais tarde, como hotel.
O Ca’d’Oro ficou conhecido por ter introduzido no Brasil, nos anos 50, uma cozinha ainda desconhecida por aqui. Era de regiões italianas como Piemonte, Lombardia, Vêneto e Ligúria que vinham inspirações para pratos servidos no hotel, como a bresaola e o presunto de Parma, além de receitas que começavam a se popularizar na Itália, como risotto e carpaccio.
E como, por aqui, a onda saudosista parece não ter fim, o novo restaurante do Ca’d’Oro traz de volta ao cardápio pratos da época como o casoncelli alla bergamasca, massa com recheio de vitelo e codeguim e toque de amaretti; o penne alla Pavorotti, criado pelo próprio tenor italiano, com tomate fresco, alho e pimenta dedo de moça; e quaglie alla bergamasca con polenta, codornas recheadas com pancetta e ervas.
Uma das curiosidade é o anitra alla “Colleoni”, peito de pato em crosta de ervas, com aspargos, purê de batata e três figos empanados, uma homenagem ao mestre das armas e da guerra Bartolomeo Colleoni, quem se orgulhava de ter três testículos, daí os três figos que compõem o prato.
O retorno do hotel começou em 2010, quando a Brookfield Incorporações, que havia comprado o terreno em que funcionou o hotel, percebeu a oportunidade de retornar com o Ca’d’Oro, unido-se à família Guzzoni, fundadora do empreendimento.
“Se não fosse no centro, não seria o Ca’d’Oro”, descreveu Fabrizio Guzzoni, novo gerente e membro da terceira geração do hotel, durante evento de reabertura em que o Viagem em Pauta esteve presente, na última sexta-feira, 14 de outubro.
E assim como a mutante rua Augusta que não deixa de se renovar, do lado de fora, o Ca’d’Oro volta tradicional e, ao mesmo tempo, moderno.
SAIBA MAIS
Hotel Ca ́d’Oro
Rua Augusta, 129
No site de reservas do hotel, é possível encontrar tarifas, a partir de R$ 430 (quarto superior e sem café da mahã).
Informações: www.cadoro.com.br