Saiba como é uma viagem pelos fiordes patagônicos do Chile
Esta é a história de um experiente navio que fez fama sem oferecer nenhum serviço de luxo.
Não possui restaurantes para degustação de pratos elaborados por chefes internacionais, o entretenimento a bordo se resume a algumas mesas com tabuleiros de xadrez e a projeção de um filme em uma das paredes do refeitório; e os passageiros não contam com festas de gala. Tão pouco há piscinas ou academias de ginástica.
Mas o sucesso deste senhor que navega águas frias há mais de 50 anos está do lado de fora: os canais e fiordes da Patagônia chilena.
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O destaque do roteiro fica por conta da paisagem que inclui canais estreitos, fiordes, imensas montanhas nevadas, glaciais, animais marinhos e um visual único em todo o território chileno.
Puerto Natales
O embarque em Puerto Natales é simples e sem as formalidades das outras embarcações de luxo que cruzam estreitos e lagos do Chile.
Dali, a tripulação vai seguir sem pressa, a uma velocidade média de 12 nós, os 1.500 km até Porto Montt, capital da Região dos Lagos.
Os desafios começam logo no primeiro dia da viagem, no cruzamento do Paso White.
Esse é um dos momentos mais esperados pelos passageiros e exige maior atenção dos marinheiros responsáveis pelas manobras especiais necessárias para atravessar essa passagem de apenas 80 metros de largura, considerada a mais estreita de todo o trajeto.
Glacial Pio 12
Pelo alto falante, os guias anunciam a aproximação de ícones do roteiro como o glacial Pio 12.
Essa impressionante área de 1.270 km² possui uma parede frontal de cinco km de largura e é considerada a maior superfície glacial da América do Sul.
À tarde, um dos momentos mais emocionantes da viagem vem acompanhado de uma certa dose de nostalgia que relembra as longas e difíceis travessias transoceânicas do início do século passado.
Quando a embarcação entra na Angostura Inglesa, o segundo canal mais estreito da viagem, com 180 metros de largura, o apito do barco é acionado pela primeira vez, em um ritual que todos fazem questão de acompanhar.
O sonoro e longo aviso é para saudar Stella Maris, a virgem protetora dos experientes marinheiros que controlam as embarcações que singram aquelas águas.
Localizada em uma área que também exige atenção da tripulação, devido ao grande número de pedras e ilhotas rasas, a imagem parece abençoar os profissionais que se arriscam em águas com condições tão adversas.
Os dois únicos navios que cruzam os canais da Patagônia chilena têm saídas semanais e, mais do que opção de turismo alternativo, servem como único meio de transporte marítimo de mercadorias entre cidades maiores e minúsculos povoados escondidos na dura geografia austral.
O navio não chega a ter os opcionais dos tradicionais cruzeiros, mas inclui breves aulas de glaciologia e estudo da fauna patagônica.
Puerto Edén
Esse vilarejo isolado da Ilha de Wellington espera ansioso à chegada do navio à localidade, seu único contato com o mundo exterior, trazendo produtos de Natales ou Puerto Montt.
O local é famoso pois ainda é moradia de um dos últimos aborígenes da tribo patagônica Kaweskarou (ou Alacalufe).
Em dias de boas condições climáticas, os passageiros são acompanhados por guias do ferry em uma caminhada de uma hora para conhecer as casas simples de madeira sobre o mar e a rotina daquela população insistente que se recusa a entregar-se às facilidades modernas de centros urbanos maiores.
Feito o desembarque das mercadorias e de alguns raros passageiros que ficam em Puerto Edén, o navio segue caminho para um dos momentos mais agitados do programa.
Laguna San Rafael
A má fama do trecho seguinte fica por conta das próximas doze horas de navegação sobre as violentas águas do Oceano Pacífico. Impossibilitada de seguir pelos canais por conta da geografia, a tripulação deve cortar caminho pelo mar.
Um dos destaques do roteiro é a passagem pela Laguna San Rafael, onde os passageiros podem fazer um tour organizado pela tripulação.
Esse é outro clássico patagônico do Chile, cujo acesso aquático se dá, a partir de Puerto Chacabuco, a 79 km de Coyhaique.
Declarada Reserva da Biosfera pela Unesco, essa região de quase 2 milhões de hectares é recortada por canais e imensos blocos de gelo que podem ser vistos dos botes que se aproximam a poucos metros das geleiras.
Esse pedaço de terra gelada faz parte do Campo de Gelo Patagônico Norte, uma área de 4,200 km², aproximadamente, e as saídas de Porto Montt até Porto Chacabuco
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Carretera Austral
É de Chacabuco que os aventureiros podem seguir pela região da Carretera Austral, considerada uma das travessias mais cenográficas da Patagônia do Norte, na Região de Aysén.
Essa icônica estrada de 1.240 km liga a Região dos Lagos ao extremo sul do Chile, cujas vias rústicas dão acesso a atrações como o Parque Nacional Queulat, o glacial San Rafael e as espetaculares Catedrais de Mármore do Lago General Carrera, o maior do território chileno.
E o melhor ainda está do lado de fora, nos canais e fiordes austrais do Chile.
SAIBA MAIS
Navimag
A rota Puerto Montt- Puerto Natales tem saída semanal, às segundas, e a viagem de três dias custa US$ 550. Já o roteiro contrário, começa às terças e tem o mesmo valor por pessoa.
www.navimag.com