Saiba como trabalhar em hostels em troca de hospedagem e alimentação
O Projeto ViraVolta, que fala sobre transformação pessoal através de longas viagens pelo mundo, sempre reforça que uma das formas mais baratas de se viajar pelo mundo é utilizando a economia colaborativa. Trabalhar em troca de hospedagem é uma das formas de viajar muito barato, que além de tudo, permite um forte contato com a cultura local.
O projeto convidou a publicitária Andira, do blog Sexo Viagens e Rock’n’Roll, que está viajando pelo mundo há mais e 1 ano e já viveu essa experiência de trabalho em troca de hospedagem e alimentação por 7 vezes, para compartilhar um pouco sobre as suas vivências e passar dicas pra quem gostaria de fazer o mesmo.
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Relato por Andira Medeiros
COMO TUDO COMEÇOU?
Às vezes, uma única escolha vira sua vida ao avesso e você descobre que esse é o seu lado favorito. Tudo começou quando eu decidi vender todas as minhas coisas (carro, casa, roupas, móveis, etc) para viajar o mundo. Terminei um relacionamento longo e pedi demissão do meu emprego que consumia mais de 12 horas do meu dia. Decidi ir viver a vida enquanto é tempo! Fui sozinha para o Reino Unido em Junho de 2014. Envolvi-me no projeto do Worldpackers e, além de ser uma voluntária em um hostel em Londres, também auxiliava a própria start-up com consultoria em social media. Em Londres, fiquei cerca de 2 meses. Depois viajei para o Marrocos e lá vivi por 3 meses em 10 cidades diferentes. Em seguida, fui para a Espanha, Portugal, Itália e a partir daí foram mais 10 países na lista.
Já faz 1 ano que estou viajando o mundo e já tive 7 experiências de voluntariado em troca de acomodação em hostels, hotéis e guest houses, o que me possibilitou gastar menos e conhecer muitas pessoas interessantes pelo caminho. Em geral, eu faço treinamento e consultoria em conjunto com a equipe do hostel para que eles possam melhorar o posicionamento estratégico em social media e também desenvolvo a criação de layouts/logotipos como graphic designer, além de projetos especiais como eventos e workshops. Cada hostel tem suas prioridades e faço um planejamento voltado para as necessidades de cada um. Geralmente negocio 4 horas de trabalho diário + alimentação, com finais de semana livres. Logo, tenho tempo para conhecer a cidade, visitar pontos turísticos e tocar meus projetos pessoais, como o blog Sexo, Viagens e Rock’n’Roll.
É praticamente impossível não se apegar às pessoas que você conhece e trabalha diariamente. A troca de conhecimentos é fundamental, assim como o interesse mútuo e genuíno pela cultura e costumes de cada país. Aprendemos a respeitar as diferenças e a enxergar semelhanças. E, quando o idioma não ajuda e o tradutor falha, as risadas e as mímicas prevalecem. Hostels são ambientes dinâmicos, sociais e acolhedores. Jamais nos sentimos sozinhos e, se você precisa de qualquer tipo de ajuda, alguém sempre vai estender a mão. Além de ser uma excelente forma de poupar dinheiro para continuar viajando, trabalhar em hostels abre um leque de possibilidades infinitas e você vai adquirir novas experiências e habilidades que poderão ser usadas em sua jornada pelo mundo afora e no seu perfil profissional.
Exemplo de uma busca pelo site Worldpackers em Buenos Aires para pessoas que têm habilidades como fotógrafos e video makers.[/img]
Todo esse processo leva cerca de 15 dias, dependendo da rapidez das respostas do hostel e das suas. Não saia comprando passagens aéreas sem fechar o acordo com toda certeza nos mínimos detalhes, certificando-se da data, pois algumas vezes, eles só terão vagas daqui a alguns meses.
A DICA MAIS IMPORTANTE
Você precisa se responsabilizar a ficar mais de duas semanas (cada hostel estipula um período mínimo), visto que existe todo o treinamento inicial, o período de experiência e o compromisso com as tarefas. Portanto não use os serviços só para o seu interesse pessoal, ignorando a troca de confiança. Lembre-se de que, a partir do momento que você decide trabalhar em um hostel, você está se comprometendo a cumprir com tudo o que foi acordado. Provavelmente você terá uma cama para dormir em um quarto compartilhado com outras pessoas, usará o banheiro e a cozinha também compartilhados. Por isso, seja sempre paciente, tolerante, educado e gentil.
Todavia, se o próprio hostel não cumprir com o acordo, você deve conversar com quem você fez as negociações, enviar e-mail para a plataforma auxiliadora e, se tudo não se resolver, tenha sempre um Plano B. Não se esqueça de deixar um review contando como foi a sua experiência com aquele hostel, tanto positiva quanto negativa. Isso ajuda outros viajantes.
AS VANTAGENS E DESVANTAGENS
- Pontos positivos – imersão na cultura local e também contato direto com diferentes tipos de viajantes do mundo inteiro. Você irá aprender de tudo um pouco e poder· fazer parte de uma comunidade muito unida. Com certeza você fará amigos para próximas viagens!
- Pontos negativos – às vezes, sua vida girará em torno do hostel, pois este será o local em que você irá dormir, comer, conversar, trabalhar, festejar, e você não terá muita privacidade. É importante usar seu tempo livre para se afastar um pouco da rotina e visitar a cidade.
Se você for uma pessoa aberta a novas experiências e possui sede de conhecimento, trabalhar em hostels é um ótimo início de viagem, uma vez que você fará novos amigos e com certeza poderá planejar novos destinos com os mesmos. Eu dei a sorte de conhecer um americano e pegar carona pelos países dos Balcãs! Se você estiver com medo de como o local é ou se as fotos podem enganar, use o Google, o TripAdvisor, o Facebook, pesquise e compare, pergunte para quem já foi e não perca seu tempo no “achismo”.
O mundo é todo seu para ser descoberto e, com o advento da internet, nunca foi tão fácil viajar, se conectar com outros viajantes e realizar seus sonhos.
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