“Sérgio Hingst – Um ator de Cinema”

Por Redação
19/07/2011 11:06 / Atualizado em 05/05/2020 16:21

O ator Sérgio Hingst colaborou em demasia para a história do cinema brasileiro. Atuante desde as produções da Vera Cruz, passando pela pornochanchada, o ator lista mais de cem participações cinematográficas. Nem sempre com muito destaque e pouco abordado pela mídia, Hingst se mobilizava fora das câmeras para conseguir visibilidade.

A Cinemateca Brasileira se apoia na característica de um ator brilhante para o cinema brasileiro que, contudo, não tem tanto reconhecimento para realizar a mostra “Sérgio Hingst – Um ator de Cinema” que tem estreia nesta terça-feira, 19, e segue em cartaz até dia 4 de agosto.

A mostra reúne trabalhos que Sérgio atuou com grandes cineastas, algumas comédias eróticas e, ainda, o filme “O Quarto”, único filme que Hingst foi protagonista. Na abertuda da mosta, dia 19, este filme será apresentado por Bruno e Sara Hingst, filho e viúva do ator.

Confira a programação:

19/07

Sala Cinemateca BNDES

18h30 – Luz Apagada
São Paulo, 1953, 35mm, pb, 83’ | Exibição em 16mm
Mário Sérgio, Erminio Spala, Maria Fernanda, Sérgio Hingst
Habitantes de uma cidadezinha no litoral vivem intrigados com a conduta misteriosa do guarda do faroleiro da ilha. Desde a morte da mulher, vive recluso, sem comunicar-se com ninguém. Sua filha, no entanto, ainda caminha pela cidade e se envolve com um dos moradores do lugar. Intrigado, seu amante quer descobrir o mistério que apavora a ilha. Filme de terror e mistério, ambientado no litoral paulista. Produção da Vera Cruz. Prêmio Saci de Melhor ator para Mário Sérgio em 1953. Em Luz apagada,Hingst sai da figuração feita em outros filmes da Vera Cruz para encarnar uma personagem de relevância.
Classificação indicativa: 14 anos

20h30 – Apresentação de Maximo Barro, Bruno Hingst e Sara Hingst – “O Quarto”
São Paulo, 1968, 35mm, pb, 101’
Sérgio Hingst, Amiris Veronese, Berta Zemel, Gláucia Rothier
A vida solitária e amarga de um homem de meia idade em São Paulo – a exploração de que é vítima no trabalho, o caso amoroso com uma mulher velha, os parentes mórbidos, a procura de carinho com prostitutas e a ilusória ligação com uma burguesa fútil que alimenta seus desejos de ascensão social. Sob a influência da Nouvelle Vague e dos acontecimentos de 1968, o crítico Rubem Biáfora aventura-se mais uma vez na direção de cinema, desta vez abandonando o feitio solene de Ravina, seu filme anterior, para tratar da solidão de um funcionário público na capital paulista. Num dos melhores momentos de sua carreira, Hingst faz, pela primeira vez, o papel principal de um filme. Por sua atuação, recebeu diversos prêmios, entre eles, o Air France e o Prêmio Governador do Estado de melhor ator em 1968. Montagem de Maximo Barro.
Classificação indicativa: 16 anos
20/07

Sala Cinemateca Petrobras

19h – Estranho Encontro
São Paulo, 1957, 35mm, pb, 92’ | Exibição em Betacam digital
Mário Sérgio, Andrea Bayard, Lola Brah, Sérgio Hingst
Durante uma viagem, rapaz encontra uma bela mulher à beira da estrada. Fugindo do amante louco, ela pede carona e o rapaz a conduz até sua casa de campo. Lá, escondidos, eles iniciam um relacionamento amoroso. No entanto, pouco depois, passam a sofrer com as constantes investidas do soturno caseiro do lugar. Primeiro trabalho de Hingst com o cineasta Walter Hugo Khouri, interpretando aqui a personagem do caseiro. Admirador do expressionismo alemão e do filme B americano, Khouri forja, em Estranho encontro,uma atmosfera sufocante de suspense e erotismo. Segundo de seus filmes, foi rodado com equipamentos e estrutura da já desmantelada Vera Cruz. Estranho encontro pertence à primeira das três fases de sua carreira. Mais tarde, Khouri ganharia fama como esteta do tédio e das fixações amorosas da alta classe média em obras memoráveis como Noite vazia (1964), período em que seu estilo sofisticado e “europeu” sugeria paralelos com o cinema de Bergman e Antonioni. Por seu desempenho, Sérgio Hingst recebeu, entre outros, o Prêmio Saci de Melhor ator secundário em 1958.
Classificação indicativa: 12 anos

21/07

Sala Cinemateca BNDES

18h30 – O Corpo Ardente
São Paulo, 1966, 35mm, pb, 82’ | Exibição em 16mm
Barbara Laage, Pedro Paulo Hatheyer, Sérgio Hingst, Lilian Lemmertz
Cansada do cotidiano da alta roda e das traições do marido, mulher decide afastar-se da frivolidade de seus colegas burgueses e, ao lado do filho, um menino de 10 anos, parte para uma viagem às montanhas. A partir daí, experimenta uma estranha obsessão pelo comportamento de um cavalo, um garanhão reprodutor fugido de um haras das redondezas. Nesse ambiente, a natureza atua fortemente sobre ela, aprofundando seus conflitos e desejos. Tédio, erotismo e crise existencial, temas da filmografia de Khouri, reúnem-se mais uma vez em O Corpo ardente, um de seus filmes mais pessoais e provocativos. Sérgio Hingst interpreta o papel do domador que tenta capturar o cavalo.
Classificação indicativa: 16 anos

20h30 – O Bandido da Luz Vermelha
São Paulo, 1968, 35mm, pb, 92’
Paulo Villaça, Luiz Linhares, Helena Ignez, Pagano Sobrinho, Sérgio Hingst
Marginal coloca em pânico a elite e as autoridades paulistas ao cometer crimes requintados. “Porque o que eu queria mesmo era fazer um filme mágico e cafajeste cujos personagens fossem sublimes e boçais, onde a estupidez – acima de tudo – revelasse as leis secretas da alma e do corpo subdesenvolvido. Quis fazer um painel sobre a sociedade delirante, ameaçada por um criminoso solitário”, escreveu Rogério Sganzerla em manifesto publicado pouco antes do lançamento do filme. Aqui, Hingst interpreta um pacato pai de família cuja tranqüilidade burguesa é atacada pelo marginal interpretado por Paulo Villaça.
Classificação indicativa: 16 anos

22/07

Sala Cinemateca Petrobras

19h – O Profeta da Fome
São Paulo, 1969, 35mm, pb, 93’
José Mojica Marins, Maurício do Valle, Sérgio Hingst, Júlia Miranda
Um circo miserável de uma cidade do interior se mantém a duras penas. Sua principal atração é um faquir que come giletes, vidro e parafuso. Depois de falharem num número de ilusionismo, os artistas da trupe sofrem com o quebra-quebra do público, revoltado com a farsa. Para remediar a situação, o faquir decide apresentar uma nova atração, na qual promete comer gente viva. O espetáculo canibal dá errado e os espectadores põe fogo no circo. Sem horizonte, ao lado de dois companheiros de profissão, o faquir pega a estrada para tentar ganhar a vida. Gravado na cidade de São Luís do Paraitinga, O Profeta da fome conta com cenografia do artista plástico Flávio Império. É inspirado no conto O Artista da fome, de Franz Kafka, e no ensaio A Estética da fome, de Glauber Rocha. Montagem de Sylvio Renoldi e fotografia de Jorge Bodanzky. Prêmio de Melhor roteiro e montagem no Festival de Brasília de 1970. Numa de suas mais festejadas atuações, Hingst interpreta o dono do circo.
Classificação indicativa: 16 anos

23/07

SALA CINEMATECA BNDES

16h30 – A Super Fêmea
São Paulo, 1973, 35mm, cor, 100’ | Exibição em HDCam
Vera Fischer, Perry Salles, Walter Stuart, Sérgio Hingst
Laboratório decide lançar no Brasil uma pílula anticoncepcional para homens. No entanto, há resistência ao produto, pois muitos suspeitam que o medicamento reduz a virilidade. Dispostos a faturar, os fabricantes contam com a ajuda de um genial publicitário. A fim de seduzir os possíveis clientes, ele cria uma extraordinária personagem feminina, a Super Fêmea. Grande sucesso à época de seu lançamento, esta comédia erótica é um exemplo da pornochanchada realizada no auge da repressão militar, período em que a certa tolerância com a nudez era usada como instrumento alegórico, como forma velada de crítica ou protesto. O grande apelo do filme, já explicitado no pôster, é a presença sensual da atriz Vera Fischer, Miss Brasil 1969, no auge de sua beleza e em seu primeiro papel de protagonista. Participação especial de John Herbert e Adoniran Barbosa. Numa das principais atuações cômicas de sua carreira, Sérgio Hingst faz paródia ao personagem de Marlon Brando em O Poderoso Chefão.
Classificação indicativa: 18 anos

18h30 – O Despertar da Besta
São Paulo, 1969, 35mm, cor/pb, 92’
José Mojica Marins, Sérgio Hingst, Ozualdo Candeias, Andréa Bryan
Num programa de televisão, um médico expõe sua controvertida tese sobre as drogas e sua influência sobre a mente, expondo resultados de seus experimentos com LSD e com a imagem de Zé do Caixão. Filme de invenção, sintonizado com a vanguarda do cinema marginal, O Despertar da besta foi prontamente censurado pelo governo militar. Obra antropofágica, tropicalista e contracultural, explora a metalinguagem e o terror psicodélico para tratar de cinema e indústria cultural. Roteiro do mestre da “pulp fiction” Rubens Francisco Lucchetti. Hingst interpreta o pepal do médico psiquiatra. Exibição da cópia restaurada pela Cinemateca Brasileira com patrocínio da Petrobras.
Classificação indicativa: 18 anos

20h30 – O Pornógrafo
São Paulo, 1970, 35mm, pb, 88’
Stênio Garcia, Liana Duval, Sérgio Hingst, Edgar Gurgel Aranha
Editor de revistas pornográficas enfrenta a concorrência dos similares estrangeiros. Ele decide mudar o estilo das revistas e para isso tem de lidar com a intransigência da cafetina que dá cobertura às publicações. Repleto de referências pop, O Pornógrafo emula o universo do cinema B americano, a exemplo de O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla. Ainda que seja um dos filmes de maior comunicação produzido pelo grupo do cinema marginal, O Pornógrafo não alcançou, por conta da política dos exibidores da época, o retorno de bilheteria desejado, o que fez com que permanecesse injustamente obscurecido. Ao lado de Sganzerla, Callegaro foi um dos talentos mais maduros, do ponto de vista artesanal, de sua geração. O filme conta a participação do crítico Jairo Ferreira. Numa atuação marcadamente paródica, Sérgio Hingst interpreta um velho editor.
Classificação indicativa: 16 anos

24/07

Sala Cinemateca Petrobras

16h30 – Um Anjo Mau
São Paulo, 1971, 35mm, cor 107’
Adriana Prieto, Francisco di Franco, Bárbara Fazio, Sérgio Hingst
Vendida pela mãe a um comerciante, moça nascida no sertão é alvo de seguidos maltratos.  Ela se torna amante de um tropeiro e tem um filho com ele. Ambos trabalham numa fazenda, porém, um dia, a moça é abusada por um capataz. Enfurecido, seu noivo mata o homem. Em represália, o violento dono da fazenda mata o rapaz. Durante o tiroteio, uma das balas também atinge o filho do casal. A jovem é expulsa da fazenda e começa a se prostituir. Ao lado de um novo amante, decide se vingar dos facínoras que acabaram com sua família. Baseado no romance de Adonias Filho, Um Anjo mau trabalha o contraste entre o lirismo e a violência dos latifúndiários no sertão do país. Por sua interpretação, livre de qualquer traço glamouroso, Adriana Prieto recebeu o Prêmio de Melhor atriz no Festival de Brasília de 1971. O filme conta com produção de Walter Hugo Khouri, fotografia do mestre Hélio Silva e trilha sonora do maestro tropicalista Rogério Duprat. Sérgio Hingst interpreta o bárbaro latifundiário responsável pela desgraça da jovem camponesa.
Classificação indicativa: 16 anos

18h30 – O Quarto
São Paulo, 1968, 35mm, pb, 101’
Sérgio Hingst, Amiris Veronese, Berta Zemel, Gláucia Rothier
A vida solitária e amarga de um homem de meia idade em São Paulo – a exploração de que é vítima no trabalho, o caso amoroso com uma mulher velha, os parentes mórbidos, a procura de carinho com prostitutas e a ilusória ligação com uma burguesa fútil que alimenta seus desejos de ascensão social. Sob a influência da Nouvelle Vague e dos acontecimentos de 1968, o crítico Rubem Biáfora aventura-se mais uma vez na direção de cinema, desta vez abandonando o feitio solene de Ravina, seu filme anterior, para tratar da solidão de um funcionário público na capital paulista. Num dos melhores momentos de sua carreira, Hingst faz, pela primeira vez, o papel principal de um filme. Por sua atuação, recebeu diversos prêmios, entre eles, o Air France e o Prêmio Governador do Estado de melhor ator em 1968. Montagem de Maximo Barro.
Classificação indicativa: 16 anos

26/07

Sala Cinemateca Petrobras

19h0 – Ainda Agarro esta Vizinha
Rio de Janeiro, 1974, 35mm, cor, 91’
Adriana Prieto, Cecil Thiré, Sérgio Hingst, Lola Brah
O cotidiano caótico de um edifício de pequenos apartamentos em Copacabana serve de pretexto para esta deliciosa comédia, cheia de malícia e crítica social, um dos maiores sucessos de bilheteria do cinema brasileiro dos anos 1970. Publicitário fracassado tenta conquistar a jovem vizinha prometida pela madrinha a um advogado canastrão, que quer transformá-la em garota de programa. Uma das primeiras comédias eróticas brasileiras, Ainda agarro esta vizinha conta com roteiro do dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho e argumento do escritor Marcos Rey.
Classificação indicativa: 16 anos

21h – Aleluia Gretchen
Paraná, 1976, 35mm, cor, 118’ | Exibição em Betacam Digital
Carlos Vereza, Miriam Pires, Kate Hansen, Sérgio Hingst
A saga de uma família de imigrantes alemães que, fugindo ao nazismo, vem se radicar no Sul do Brasil por volta de 1937. Às vésperas e durante a Segunda Guerra, membros da família se envolvem com a Quinta Coluna (espionagem nazista no Brasil) e o Integralismo. Na década de cinqüenta, graças a ligações perigosas com o rescaldo da guerra, os Kranz são visitados por ex-oficiais da SS em trânsito para o Cone Sul. Realizado durante a ditadura militar, Aleluia Gretchen é um dos pontos altos da carreira de Back. Inspirado nas memórias do cineasta, o roteiro do filme foi escrito em colaboração com o futuro autor de novelas Manoel Carlos. Aleluia Gretchen recebeu inúmeros prêmios no Brasil, entre os quais o APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte, o Air France de Cinema e o Molière de 1977. Participou também da Seleção oficial dos festivais de Berlim e Chicago no mesmo ano. Aqui, Hingst interpreta o Professor Ross, pai de família avesso ao nazismo, mas incapaz de qualquer reação frente às ideias racistas da mulher. Montagem de Inácio Araujo.
Classificação indicativa: 16 anos

27/07

Sala Cinemateca Petrobras

18h30 – Ninfas Diabólicas
São Paulo, 1978, 35mm, cor, 85’
Sérgio Hingst, Aldine Müller, Patrícia Scalvi, Ewerton de Castro
Pai de família respeitável é assediado por duas jovens estudantes quando segue em viagem de negócios para o litoral. Depois de pedir carona, elas o seduzem e o levam até uma praia deserta onde, inesperadamente, fatos estranhos e perturbadores começam a acontecer. Bruxaria, suspense, demonismo e horror, elementos raros na cinematografia da Boca, aliados ainda a fortes doses de erotismo, marcam a estreia de John Doo na direção de cinema. O sucesso de bilheteria de Ninfas diabólicas impulsionou a carreira do cineasta na Boca, estimulando-o a escrever novos roteiros com temas fantásticos. O filme conta com fotografia de Ozualdo Candeias e música original do maestro tropicalista Rogério Duprat. Sérgio Hingst assume desta vez, ao lado das musas da Boca Aldine Müller e Patrícia Scalvi, o principal papel do filme.
Classificação indicativa: 16 anos

20h30 – Histórias que nossas babás não contavam
São Paulo, 1979, 35mm, cor, 97′
Adele Fátima, Costinha, Meiry Vieira, Sérgio Hingst
Enquanto o rei agoniza, a rainha está nos braços do príncipe. Clara das Neves, moça bonita e desejada, filha do rei com uma rainha africana, é odiada pela madrasta. Após seduzir o caçador contratado pela rainha para matá-la, Clara foge para viver com os anões da floresta. Livre adaptação erótica do clássico Branca de Neve e os sete anões, dos irmãos Grimm. Roteiro de Ody Fraga. Nessa divertida comédia erótica, Hingst interpreta um dos funcionários do reino.
Classificação indicativa: 16 anos

28/07

Sala Cinemateca Petrobras

18h30 – Aleluia Gretchen
Paraná, 1976, 35mm, cor, 118’ | Exibição em Betacam Digital
Carlos Vereza, Miriam Pires, Kate Hansen, Sérgio Hingst
A saga de uma família de imigrantes alemães que, fugindo ao nazismo, vem se radicar no Sul do Brasil por volta de 1937. Às vésperas e durante a Segunda Guerra, membros da família se envolvem com a Quinta Coluna (espionagem nazista no Brasil) e o Integralismo. Na década de cinqüenta, graças a ligações perigosas com o rescaldo da guerra, os Kranz são visitados por ex-oficiais da SS em trânsito para o Cone Sul. Realizado durante a ditadura militar, Aleluia Gretchen é um dos pontos altos da carreira de Back. Inspirado nas memórias do cineasta, o roteiro do filme foi escrito em colaboração com o futuro autor de novelas Manoel Carlos. Aleluia Gretchen recebeu inúmeros prêmios no Brasil, entre os quais o APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte, o Air France de Cinema e o Molière de 1977. Participou também da Seleção oficial dos festivais de Berlim e Chicago no mesmo ano. Aqui, Hingst interpreta o Professor Ross, pai de família avesso ao nazismo, mas incapaz de qualquer reação frente às ideias racistas da mulher. Montagem de Inácio Araujo.
Classificação indicativa: 16 anos

29/07

Sala Cinemateca Petrobras

19h – Histórias que nossas babás não contavam
São Paulo, 1979, 35mm, cor, 97′
Adele Fátima, Costinha, Meiry Vieira, Sérgio Hingst
Enquanto o rei agoniza, a rainha está nos braços do príncipe. Clara das Neves, moça bonita e desejada, filha do rei com uma rainha africana, é odiada pela madrasta. Após seduzir o caçador contratado pela rainha para matá-la, Clara foge para viver com os anões da floresta. Livre adaptação erótica do clássico Branca de Neve e os sete anões, dos irmãos Grimm. Roteiro de Ody Fraga. Nessa divertida comédia erótica, Hingst interpreta um dos funcionários do reino.
Classificação indicativa: 16 anos

21h – Um anjo mau
São Paulo, 1971, 35mm, cor 107’
Adriana Prieto, Francisco di Franco, Bárbara Fazio, Sérgio Hingst
Vendida pela mãe a um comerciante, moça nascida no sertão é alvo de seguidos maltratos.  Ela se torna amante de um tropeiro e tem um filho com ele. Ambos trabalham numa fazenda, porém, um dia, a moça é abusada por um capataz. Enfurecido, seu noivo mata o homem. Em represália, o violento dono da fazenda mata o rapaz. Durante o tiroteio, uma das balas também atinge o filho do casal. A jovem é expulsa da fazenda e começa a se prostituir. Ao lado de um novo amante, decide se vingar dos facínoras que acabaram com sua família. Baseado no romance de Adonias Filho, Um Anjo mau trabalha o contraste entre o lirismo e a violência dos latifúndiários no sertão do país. Por sua interpretação, livre de qualquer traço glamouroso, Adriana Prieto recebeu o Prêmio de Melhor atriz no Festival de Brasília de 1971. O filme conta com produção de Walter Hugo Khouri, fotografia do mestre Hélio Silva e trilha sonora do maestro tropicalista Rogério Duprat. Sérgio Hingst interpreta o bárbaro latifundiário responsável pela desgraça da jovem camponesa.
Classificação indicativa: 16 anos

30/07

Sala Cinemateca Petrobras

19h – O Corpo Ardente
São Paulo, 1966, 35mm, pb, 82’ | Exibição em 16mm
Barbara Laage, Pedro Paulo Hatheyer, Sérgio Hingst, Lilian Lemmertz
Cansada do cotidiano da alta roda e das traições do marido, mulher decide afastar-se da frivolidade de seus colegas burgueses e, ao lado do filho, um menino de 10 anos, parte para uma viagem às montanhas. A partir daí, experimenta uma estranha obsessão pelo comportamento de um cavalo, um garanhão reprodutor fugido de um haras das redondezas. Nesse ambiente, a natureza atua fortemente sobre ela, aprofundando seus conflitos e desejos. Tédio, erotismo e crise existencial, temas da filmografia de Khouri, reúnem-se mais uma vez em O Corpo ardente, um de seus filmes mais pessoais e provocativos. Sérgio Hingst interpreta o papel do domador que tenta capturar o cavalo.
Classificação indicativa: 16 anos

21h – Ninfas Diabólicas
São Paulo, 1978, 35mm, cor, 85’
Sérgio Hingst, Aldine Müller, Patrícia Scalvi, Ewerton de Castro
Pai de família respeitável é assediado por duas jovens estudantes quando segue em viagem de negócios para o litoral. Depois de pedir carona, elas o seduzem e o levam até uma praia deserta onde, inesperadamente, fatos estranhos e perturbadores começam a acontecer. Bruxaria, suspense, demonismo e horror, elementos raros na cinematografia da Boca, aliados ainda a fortes doses de erotismo, marcam a estreia de John Doo na direção de cinema. O sucesso de bilheteria de Ninfas diabólicas impulsionou a carreira do cineasta na Boca, estimulando-o a escrever novos roteiros com temas fantásticos. O filme conta com fotografia de Ozualdo Candeias e música original do maestro tropicalista Rogério Duprat. Sérgio Hingst assume desta vez, ao lado das musas da Boca Aldine Müller e Patrícia Scalvi, o principal papel do filme.
Classificação indicativa: 16 anos

31/07

Sala Cinemateca Petrobras

16h30 – Estranho Encontro
São Paulo, 1957, 35mm, pb, 92’ | Exibição em Betacam digital
Mário Sérgio, Andrea Bayard, Lola Brah, Sérgio Hingst
Durante uma viagem, rapaz encontra uma bela mulher à beira da estrada. Fugindo do amante louco, ela pede carona e o rapaz a conduz até sua casa de campo. Lá, escondidos, eles iniciam um relacionamento amoroso. No entanto, pouco depois, passam a sofrer com as constantes investidas do soturno caseiro do lugar. Primeiro trabalho de Hingst com o cineasta Walter Hugo Khouri, interpretando aqui a personagem do caseiro. Admirador do expressionismo alemão e do filme B americano, Khouri forja, em Estranho encontro,uma atmosfera sufocante de suspense e erotismo. Segundo de seus filmes, foi rodado com equipamentos e estrutura da já desmantelada Vera Cruz. Estranho encontro pertence à primeira das três fases de sua carreira. Mais tarde, Khouri ganharia fama como esteta do tédio e das fixações amorosas da alta classe média em obras memoráveis como Noite vazia (1964), período em que seu estilo sofisticado e “europeu” sugeria paralelos com o cinema de Bergman e Antonioni. Por seu desempenho, Sérgio Hingst recebeu, entre outros, o Prêmio Saci de Melhor ator secundário em 1958.
Classificação indicativa: 12 anos

18h30 – Ainda Agarro esta Vizinha
Rio de Janeiro, 1974, 35mm, cor, 91’
Adriana Prieto, Cecil Thiré, Sérgio Hingst, Lola Brah
O cotidiano caótico de um edifício de pequenos apartamentos em Copacabana serve de pretexto para esta deliciosa comédia, cheia de malícia e crítica social, um dos maiores sucessos de bilheteria do cinema brasileiro dos anos 1970. Publicitário fracassado tenta conquistar a jovem vizinha prometida pela madrinha a um advogado canastrão, que quer transformá-la em garota de programa. Uma das primeiras comédias eróticas brasileiras, Ainda agarro esta vizinha conta com roteiro do dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho e argumento do escritor Marcos Rey.
Classificação indicativa: 16 anos

02/08

Sala Cinemateca BNDES

18h30 – O Bandido da Luz Vermelha
São Paulo, 1968, 35mm, pb, 92’
Paulo Villaça, Luiz Linhares, Helena Ignez, Pagano Sobrinho, Sérgio Hingst
Marginal coloca em pânico a elite e as autoridades paulistas ao cometer crimes requintados. “Porque o que eu queria mesmo era fazer um filme mágico e cafajeste cujos personagens fossem sublimes e boçais, onde a estupidez – acima de tudo – revelasse as leis secretas da alma e do corpo subdesenvolvido. Quis fazer um painel sobre a sociedade delirante, ameaçada por um criminoso solitário”, escreveu Rogério Sganzerla em manifesto publicado pouco antes do lançamento do filme. Aqui, Hingst interpreta um pacato pai de família cuja tranqüilidade burguesa é atacada pelo marginal interpretado por Paulo Villaça.
Classificação indicativa: 16 anos

20h30 – O Despertar da Besta
São Paulo, 1969, 35mm, cor/pb, 92’
José Mojica Marins, Sérgio Hingst, Ozualdo Candeias, Andréa Bryan
Num programa de televisão, um médico expõe sua controvertida tese sobre as drogas e sua influência sobre a mente, expondo resultados de seus experimentos com LSD e com a imagem de Zé do Caixão. Filme de invenção, sintonizado com a vanguarda do cinema marginal, O Despertar da besta foi prontamente censurado pelo governo militar. Obra antropofágica, tropicalista e contracultural, explora a metalinguagem e o terror psicodélico para tratar de cinema e indústria cultural. Roteiro do mestre da “pulp fiction” Rubens Francisco Lucchetti. Hingst interpreta o pepal do médico psiquiatra. Exibição da cópia restaurada pela Cinemateca Brasileira com patrocínio da Petrobras.
Classificação indicativa: 18 anos

03/08

Sala Cinemateca BNDES

18h30 – O Pornógrafo
São Paulo, 1970, 35mm, pb, 88’
Stênio Garcia, Liana Duval, Sérgio Hingst, Edgar Gurgel Aranha
Editor de revistas pornográficas enfrenta a concorrência dos similares estrangeiros. Ele decide mudar o estilo das revistas e para isso tem de lidar com a intransigência da cafetina que dá cobertura às publicações. Repleto de referências pop, O Pornógrafo emula o universo do cinema B americano, a exemplo de O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla. Ainda que seja um dos filmes de maior comunicação produzido pelo grupo do cinema marginal, O Pornógrafo não alcançou, por conta da política dos exibidores da época, o retorno de bilheteria desejado, o que fez com que permanecesse injustamente obscurecido. Ao lado de Sganzerla, Callegaro foi um dos talentos mais maduros, do ponto de vista artesanal, de sua geração. O filme conta a participação do crítico Jairo Ferreira. Numa atuação marcadamente paródica, Sérgio Hingst interpreta um velho editor.
Classificação indicativa: 16 anos

20h30 – A Super Fêmea
São Paulo, 1973, 35mm, cor, 100’ | Exibição em HDCam
Vera Fischer, Perry Salles, Walter Stuart, Sérgio Hingst
Laboratório decide lançar no Brasil uma pílula anticoncepcional para homens. No entanto, há resistência ao produto, pois muitos suspeitam que o medicamento reduz a virilidade. Dispostos a faturar, os fabricantes contam com a ajuda de um genial publicitário. A fim de seduzir os possíveis clientes, ele cria uma extraordinária personagem feminina, a Super Fêmea. Grande sucesso à época de seu lançamento, esta comédia erótica é um exemplo da pornochanchada realizada no auge da repressão militar, período em que a certa tolerância com a nudez era usada como instrumento alegórico, como forma velada de crítica ou protesto. O grande apelo do filme, já explicitado no pôster, é a presença sensual da atriz Vera Fischer, Miss Brasil 1969, no auge de sua beleza e em seu primeiro papel de protagonista. Participação especial de John Herbert e Adoniran Barbosa. Numa das principais atuações cômicas de sua carreira, Sérgio Hingst faz paródia ao personagem de Marlon Brando em O Poderoso Chefão.
Classificação indicativa: 18 anos

04/08

Sala Cinemateca BNDES

18h30 – O Profeta da Fome
São Paulo, 1969, 35mm, pb, 93’
José Mojica Marins, Maurício do Valle, Sérgio Hingst, Júlia Miranda
Um circo miserável de uma cidade do interior se mantém a duras penas. Sua principal atração é um faquir que come giletes, vidro e parafuso. Depois de falharem num número de ilusionismo, os artistas da trupe sofrem com o quebra-quebra do público, revoltado com a farsa. Para remediar a situação, o faquir decide apresentar uma nova atração, na qual promete comer gente viva. O espetáculo canibal dá errado e os espectadores põe fogo no circo. Sem horizonte, ao lado de dois companheiros de profissão, o faquir pega a estrada para tentar ganhar a vida. Gravado na cidade de São Luís do Paraitinga, O Profeta da fome conta com cenografia do artista plástico Flávio Império. É inspirado no conto O Artista da fome, de Franz Kafka, e no ensaio A Estética da fome, de Glauber Rocha. Montagem de Sylvio Renoldi e fotografia de Jorge Bodanzky. Prêmio de Melhor roteiro e montagem no Festival de Brasília de 1970. Numa de suas mais festejadas atuações, Hingst interpreta o dono do circo.
Classificação indicativa: 16 anos

20h30 – Luz Apagada
São Paulo, 1953, 35mm, pb, 83’ | Exibição em 16mm
Mário Sérgio, Erminio Spala, Maria Fernanda, Sérgio Hingst
Habitantes de uma cidadezinha no litoral vivem intrigados com a conduta misteriosa do guarda do faroleiro da ilha. Desde a morte da mulher, vive recluso, sem comunicar-se com ninguém. Sua filha, no entanto, ainda caminha pela cidade e se envolve com um dos moradores do lugar. Intrigado, seu amante quer descobrir o mistério que apavora a ilha. Filme de terror e mistério, ambientado no litoral paulista. Produção da Vera Cruz. Prêmio Saci de Melhor ator para Mário Sérgio em 1953. Em Luz apagada,Hingst sai da figuração feita em outros filmes da Vera Cruz para encarnar uma personagem de relevância.
Classificação indicativa: 14 anos