Sete ruínas pelo mundo que intrigam os visitantes
Poucas experiências em viagens são tão atordoantes quanto as que nos fazem recuar vários séculos. Não é necessário ser historiador, arqueólogo ou antropólogo para se fascinar com as ruínas de antigas cidades e monumentos. Estes nos carregam para um mundo de magia e mistério
Machu Picchu, Peru
Sim, Machu Picchu é um lugar de impacto. Não um impacto imediato, mas daqueles que vão chegando aos poucos, até você pensar em não querer deixar aquelas ruínas. Não por menos ele é um dos destinos mais preferidos do mundo.
Os incas acreditavam que se alguém quisesse encontrar seu destino, deveria subir em uma montanha alta. Ali um vento daria ao forasteiro a dica desejada. O alto das montanhas era para eles antenas que captavam tudo o que se passava no cosmos.
Mas atenção, Machu Picchu se revela mais ao amanhecer ou no final da tarde quando o vento quer dar seu recado e até as sombras parecem vivas.
Tikal, Guatemala
O passado lança uma sombra nítida e forte sobre Tikal, a mais importante cidade do mundo maia, situada na península de Yucatán. Isso é visível na densa floresta tropical que abraça mais de 3.000 templos, acrópoles e monólitos com baixos-relevos. É observado também nas ruínas de escadarias piramidais que assinalam rituais misteriosos desaparecidos séculos atrás.
Uma boa maneira de começar bem a viagem às ruínas de Tikal é conhecer com antecedência um pouco dessa cidade maia, e aí você vai perceber que precisa permanecer ali por mais alguns dias.
Missão Jesuítica de San Ignacio Miní, Argentina
As ruínas das missões jesuítico-guaranis são muito mais do que vestígios de um passado. Do encontro entre os guaranis e os jesuítas surgiram as Missões.
Elas são amostras do que constituiu um projeto de integração social, político e econômico de valiosa originalidade. O conjunto arquitetônico dessas missões, como é o caso de Santo Ignacio Miní, na Argentina, e Jesus de Tavarangue, no Paraguai, entre outras, vai além de sua grandeza, ao mostrar uma realidade inimaginável para àquela época.
A misteriosa Rapa Nui, Polinésia chilena
Poucas culturas são tão misteriosas e enigmáticas quanto à da Ilha de Páscoa com suas gigantescas e intrigantes estátuas de pedra –os moais. Localizada a 3.600 quilômetros do litoral do Chile e a mais de 2.000 de qualquer outro pedaço de terra do Pacífico, Rapa Nui, o nome polinésio da ilha, é um dos pontos mais remotos do planeta. E desolado. Nenhuma árvore com mais de três metros pode ser vista em toda a sua superfície.
Existem 886 colossais monólitos, alguns com cerca de cinquenta toneladas e com alturas que variam de dois a vinte e um metros, como o Rano Raraku. Como foram transportadas as colossais pedras dessas estátuas? Que povo viveu aqui? Não é à toa que até seres extraterrestres foram invocados para entender a civilização desta ilha.
Velho Airão, Amazonas
O mais inusitado e, talvez, o mais fascinante em uma viagem pela Amazônia são suas histórias e lendas. A região esconde em seu interior uma série de mistérios, onde ficção e realidade estão entrelaçadas.
Pouco importa se é verdade, ou não, as histórias que recaem sobre as ruínas de Velho Airão. O certo é que a cidade amazônica foi abandonada repentinamente no início da década de 1950 pelos seus habitantes. Para alguns, os moradores abandonaram o lugarejo depois de um feroz ataque de formigas gigantes.
Na versão de outros ribeirinhos, “foram os fantasmas de índios escravizados que não arredaram pé do lugar e expulsaram os habitantes”. Outros, porém, dizem que a vila isolada e empobrecida pela escassa comunicação com outros centros urbanos, fez com que sua população desse no pé.
Assim o melhor é deixar o viajante nessa perturbadora atmosfera fantástica, explorar e decifrar o enigma do abandono dessa vila-fantasma.
Ingapirca, Equador
Pouco conhecida entre os brasileiros as ruínas remanescentes de uma grande fortaleza e centro cerimonial das culturas inca e cañari, nos Andes, a 3.230 metros de altura, constituem o mais importante sitio arqueológico do Equador.
Ingapirca que significa “paredes de pedras dos incas”, à primeira vista chama a atenção pelas formas orgânicas da arquitetura harmoniosamente integradas à topografia da paisagem. A geometria da cidade se baseia em três formas circulares que remetem aos elementos, fogo, água e ar. Entre as ruínas, vestígios dos Templos do Sol, de 500 d.C., e da Lua do ano 900 d.C.
O pôr do sol em Ingapirca foi para nós uma das mais belas experiências que tivemos, e reforçou o misticismo que envolve seus templos.
(foto 2090)
Tintagel, Inglaterra
É inevitável circular pelas ruínas de Tintagel, sem que a imaginação nos assalte com lembranças de “Games of Thrones”, ou de séries mais antigas como a de “Ivanhoé”. As paredes destruídas pelo tempo desse castelo do século 5, encimado por um rochedo que desce abruptamente sobre as ondas de um mar possesso, são o que resta do berço do Rei Arthur, segundo a lenda; são também cenário do épico “Tristão e Isolda”.
Em matéria de bruxarias, castelos mal-assombrados, duendes e guerras homéricas, os ingleses são insuperáveis, e para eles é assim que se faz a história.
por Heitor e Silvia Reali, do site Viramundo e Mundovirado