Um olho no Júpiter, outro no espaço público

Com apresentações agendadas para o dia 30 de abril na Mostra de Experimentos do TUSP (Teatro da Universidade de São Paulo), o grupo de teatro Save The Queen apresenta “Tratado Universal Sem Paradigmas”, peça autoral com referências de Shakespeare e Schiller.

Formado por oito estudantes de Artes Cênicas da USP de diferentes habilitações, o Save The Queen surgiu em 2009, a partir de um encontro impulsionado pelas disciplinas de Direção e Dramaturgia, ministradas pelos professores Antônio Araújo e Marcos Bulhões; e por Sérgio de Carvalho, respectivamente.

“O grupo se mantém em parte vinculado à universidade já que todos integrantes ainda prestam contas ao Júpiter (sistema web que controla os cursos de graduação da USP), mas também temos necessidades de sair com o projeto, entrar em cartaz em outros espaços e por isso estamos cavando editais, festivais e iniciativas culturais que a meu ver é o caminho a ser feito por novos grupos hoje em dia”, afirma Júlio Barga, membro do coletivo.

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Intervenção na Praça do Relógio

O primeiro projeto do grupo aconteceu antes mesmo que ele fosse oficialmente constituído. Júlio dirigiu parte do projeto em uma montagem da peça “O Quarto Escuro”, de Tennessee Williams. Na apresentação, foram trabalhadas as relações humanas a partir do espaço privado num cenário de 2×2 metros quadrados. Atualmente, eles abordam o extremo oposto da proposta do primeiro projeto: saíram do cubículo privado e investigam as relações a partir do espaço público, utilizando locais reais da cidade como cenário.

Integrantes do Save The Queen

No dia 30 de Abril, às 20h, na Rua Maria Antônia, 294, o Save The Queen apresentará a peça “Tratado Universal Sem Paradigmas”. O texto é assinado pela integrante Mariana Soutto-Mayor a partir de cenas e workshops trazidos pelos atores. As principais referências utilizadas foram as peças Ricardo II, de Shakespeare e Maria Stuart, de Schiller, na tentativa de pensar as personagens históricas no teatro.

O “Tratado Universal Sem Paradigmas” contém elementos do melodrama, do gênero épico e de jogos entre a linguagem utilizada nos textos clássicos e nos de linguagem coloquial. A temática fica em torno da disputa de duas rainhas que querem conquistar os reinos uma da outra.

Em junho, o coletivo pretende apresentar uma versão desta peça, na Praça do Relógio, localizada na Cidade Universitária. A versão terá o irônico título de “Projeto Save the Queen apresenta: Uma Santa Praça, Reloaded & Downloaded”.


O coletivo Save The Queen é formado pelos estudantes:
Júlio Barga, 21, diretor, cursa Artes Cênicas com habilitação em Direção Teatral.
Mariana Soutto-Mayor, 21, dramaturga, cursa Artes Cênicas com habilitação em Teoria.
Amanda Del Corso, 20, atriz, cursa Artes Cênicas Licenciatura.
Daniel Oliveira, 23, ator, cursa Artes Cênicas com habilitação em interpretação.
Julia Moretti, 22, atriz, cursa Artes Cênicas com habilitação em interpretação.
Paloma Franca, 22, atriz, cursa Artes Cênicas Licenciatura.
Raquel Morales, 23, atriz, cursa Artes Cênicas com habilitação em Direção Teatral.
César Turim, colaborador audiovisual e dramaturgista, do Curso Superior de Audioviasual.

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