Um passeio pelo Aquário de Mônaco

Em parceria com Viramundo e Mundovirado
02/01/2017 10:22

Achamos a desmemoriada Dory no Aquário de Mônaco. Melhor dizendo, conhecemos o peixe que inspirou o filme “Procurando Dory”. O cirurgião-patela (Paracanthorus hepatus), foi o escolhido pelos estúdios Disney-Pixar, por seu atrativo azul, olhar expressivo, inusitada lista negra, e nadadeiras amarelo fluorescente.

 
 

Ao contrário da personagem, o peixe não está perdido, e parece nem pensar em sair de lá. Por que? A começar pela euforia das crianças que fazem uma ruidosa festa diante do tanque onde ele prazerosamente passeia entre dançantes anêmonas do mar.

 
 

Brincadeira à parte, o Museu Oceanográfico de Mônaco do qual o aquário faz parte, mais parece um palácio erguido em um rochedo sobre o mar. Ele foi idealizado pelo bisavô do atual monarca, o Príncipe Albert I de Mônaco.

Este era apaixonado pela vida dos oceanos, e pioneiro na preocupação com o ambiente e sua conservação. O museu foi dirigido durante anos por ninguém menos do que o oceanógrafo Jacques Cousteau, carinhosamente chamado de homem-peixe.

 
 

O aquário é um verdadeiro mar fechado em 90 tanques, onde entre corais e anêmonas, nadam uma centena de espécies de peixes, e mais de 200 tipos de invertebrados.

Mas pra falar a verdade, ficamos tão encantados com a formosura da Dory, que não tivemos tempo de ver muito das outras atrações como os tubarões, polvos, tartarugas, os temíveis peixe-leão e a morea, e o imponente cavalo-marinho, para citar apenas alguns.

 
 

Um dos tanques digno de ser admirado é o das vaporosas águas vivas (Pelagia noctiluca), também chamadas de cogumelo do mar. Sua forma extraordinária, e seus graciosos movimentos hipnotizam.

Contudo são um pesadelo para os banhistas principalmente no verão, pois elas curtem águas temperadas. Seus tentáculos causam dor e queimadura imediata. Mas, uma de suas mais fabulosas habilidades é a bioluminescência, isso é, produzem luz. Não é demais?

 
 

Outro peixe de beleza exótica é o Banggai Cardinal (Pterapogou kaudemi), vindo do Oceano Pacífico, mais precisamente nos arredores das Ilhas Banggai, na Indonésia.

Cheio de atitude com seu grafismo de listas branco e preto no corpo, e bolinhas nas elegantes e longas nadadeiras. Uma característica é que o pai cria os filhotes carregando-os na boca até ficaram grandes.

 
 

Mas, ah, o encantamento maior nos estava reservado em um berçário de Nemos, o peixe-palhaço (Amphiprioninae), assim chamado por seus movimentos desengonçados. Ele vive em meio as anêmonas, que na verdade são animais.

Elas produzem uma substância urticante para capturar e comer pequenos peixes, e só o peixe-palhaço é imune a ela. Então acontece uma bela troca entre diferentes espécies: a anêmona o esconde e defende de seus predadores, e em toca ela se alimenta dos restos de comida do peixinho.

 
 

O oceano ainda é misterioso e indecifrável. E, uma visita ao Aquário de Mônaco, além de arrebatar os viajantes, revela que se ama o que se conhece, e conhecer é também proteger.

SAIBA MAIS

Museu Oceanográfico de Mônaco: www.oceano.org

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