Reunião de sambistas no Festival Samba in Rio contou com Martinho da Vila, Arlindo Cruz, Beth Carvalho e ‘grande elenco’
A cidade maravilhosa recebeu de braços abertos o Festival Samba in Rio no último final de semana e o Samba em Rede foi conferir de perto como foi o maior festival de samba do país. O evento aconteceu na Praça da Apoteose – emblemático logradouro para a história do samba no Rio de Janeiro – e reuniu mais de 50 atrações, divididas em dois dias de apresentações.
A iniciativa da empresária Babi Cruz contou com o apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro e foi aclamada como a versão “samba” do Rock in Rio. Babi falou ao Samba em Rede sobre suas expectativas: “Esse festival nasceu vitorioso, audacioso. Nasceu saudável para ter uma vida bem longa.”
Além dos shows, o público teve acesso a uma programação com feira gastronômica, oficinas de percussão com os mestres Odilon e Casagrande, oficinas de dança de casal de mestre-sala e porta-bandeira, stands da AMEBRAS e das lojas D’Samba, do Museu do Samba e da Beleza Étnica.
Sábado
O primeiro dia do Samba in Rio – sábado, 18 de julho – começou com o cortejo da G.R.E.S. Beija-Flor de Nilópolis em meio ao público, seguido do show do cantor Arlindo Cruz, que abriu o festival com a canção “O show tem que continuar”.
Milton Cunha foi responsável pela cenografia do projeto, além de exercer o papel de apresentador do festival. “É um momento único para nós sambistas”, disse o carnavalesco em depoimento ao Samba em Rede. Confira:
Os artistas Arlindo Neto, Waguinho, Leandro Sapucahy, Marquynhos Sensação, Neguinho da Beija-Flor, Marquinhos Oswaldo Cruz e Reinaldo, O Príncipe do Pagode, apresentaram seus sucessos e de outros compositores.
Representando a nova geração do gênero, Moyseis Marques e Pedro Miranda e os “meninos” do Casuarina marcaram presença ao entoar composições que exaltam o samba como matriz da cultura carioca. Segundo Moyseis Marques, “o samba é a mais autêntica forma de expressão, no sentindo musical, do carioca. Ele pauta toda a nossa música.”
Na sequência, a cantora Teresa Cristina esbanjou talento relembrando sucessos de Candeia e Paulinho da Viola acompanhada da Velha Guarda da Portela. Teresa foi aplaudida ao lado de Monarco, Noca e Tia Surica, ídolos da agremiação. “Cantar com a Velha Guarda é uma glória. Estou muito realizada, muito feliz mesmo”, disse a intérprete em entrevista exclusiva ao Samba em Rede. Veja:
Martn’ália, Seu Jorge, Moacyr Luz e Maria Rita também se apresentaram no primeiro dia do evento, enquanto Alcione brilhou com os sucessos “Minha estranha loucura” e “Não deixe o samba morrer”. A apresentação seguiu ao lado da Velha Guarda da Mangueira, quando cantaram memoráveis sambas-enredo da escola do “Surdo Um”.
Dudu Nobre se apresentou ao lado do mestre Nei Lopes e Mariene de Castro. “Qualquer iniciativa de colocar o samba no seu devido lugar, que é o primeiro antes de tudo, é bem-vinda”, sentenciou Nei Lopes. Veja:
O encerramento do primeiro dia ficou por conta do bloco carnavalesco da cantora Preta Gil.
Domingo
O segundo dia de festival – 19 de julho – foi marcado pela exaltação das mais variadas vertentes do samba. O primeiro grupo a se apresentar no palco da Apoteose foi o Molejo, seguido pelos grupos Bom Gosto e Sorriso Maroto. O fim do primeiro bloco de apresentações se deu com os shows do Raça Negra e do cantor Alexandre Pires.
Martinho da Vila relembrou grandes sambas autorais – “Canta Canta minha Gente”, “Devagar Devagarinho”, “Casa de Bamba”, “Disritmia” e “Ex Amor” – e recebeu a cantora Fafá de Belém, que cantou o samba-enredo “Festa do Círio de Nazaré”. Outros artistas como Marcelo D2, Jorge Ben Jor e Ana Carolina também deram sua contribuição ao samba.
Babi Cruz falou ao Samba em Rede sobre a participação de artistas de outros gêneros musicais e complementa ao dizer que o samba é igual a coração de mãe: sempre cabe mais um. Veja:
Quase no fim da festa, Arlindo Cruz voltou ao palco e comoveu a todos quando cantou “Batuques do Meu Lugar” e “Meu Lugar”, composições que enfatizam a importância do samba e de aspectos da cultura brasileira como parte da história nacional. O show seguiu com as participações de Almir Guineto, Sombinha, Marcelo D2 e a Velha Guarda do Império Serrano para cantarem composições de Arlindo e de outros compositores da Serrinha.
A grande madrinha do samba, Beth Carvalho, se destacou fazendo participações especiais. A cantora cantou consagrados sucessos como “Vou Festejar” e “O show tem que continuar”. “O samba está aí para ficar para sempre”, concluiu Beth. Confira:
A apresentação do Grupo Fundo de Quintal exaltou grandes partidos-altos e recebeu a dupla Arlindo Cruz e Sombrinha para relembrar a antiga formação do grupo. Ubirany disse: “O Fundo de Quintal se sente totalmente incluído nessa história de tudo o que acontece dentro do samba.”
O encerramento do festival ficou a cargo do Cordão do Bola Preta.