Coletivo Arnesto conversa com Monarco da Portela

“Portela, eu às vezes meditando, quase acabo até chorando
Que nem posso me lembrar
Teus livros têm tantas páginas belas
Se for falar da Portela, hoje não vou terminar…”

Monarco carrega um brilho no olhar, especialmente quando fala da Portela

Hildemar Diniz, Mestre Monarco, ou ainda simplesmente Monarco da Portela. Assim é chamado um dos mais influentes sambistas em plena atividade. Com uma carreira repleta de sucessos e parcerias de deixar qualquer entusiasta do gênero mergulhado em saudosismo, Monarco esteve em São Paulo para duas apresentações. A Equipe do Coletivo Arnesto acompanhou os shows e pôde conversar informalmente com o mestre, que exibiu a animação de um garoto – apesar de seus 81 anos.

De início, Monarco elogiou os paulistas ressaltando o jeito apaixonado com o qual os sambistas do estado recepcionam os convidados. Ao ser perguntado sobre a Portela, disse que a escola andava esquecida e ofuscada pelos malabarismos e tecnologias que tomam os desfiles de hoje em dia. Segundo ele, houve uma transição no modo como o Carnaval é feito, mas a sua tradição nunca se perde.

Em reposta à pergunta sobre o seu Pavilhão, Monarco mostrou-se contente com o resultado alcançado pela Portela no desfile desse ano: o terceiro lugar na classificação geral. A paixão que transborda das palavras do sambista serve de inspiração para todos nós. Que o equilíbrio evidenciado nos pensamentos de um dos mais ilustres portelenses nos sirva de guia e nos inspire a criar, sem deixar de evidenciar o passado.