Conheça os principais sambas de Ismael Silva

As composições mais conhecidas de Ismael Silva datam da primeira metade da década de 1930. Protagonista na mudança do ritmo do samba para uma melodia mais percussiva e dançante, o sambista teve como principais parceiros Nilton Bastos e Noel Rosa nesta fase artística de sucesso.

Com Nilton, destacam-se “Nem É Bom Falar” (1931), “O que Será de Mim” (1931), “Se Você Jurar” (1931), “Amar” (1931), “É Bom Evitar” (1931), “Eu Bem Sei” (1931) e “Feiticeiro” (1931). No auge de sua carreira, o parceiro falece e, muito sentido, compõe o samba “Rir Pra Não Chorar” (1931) e ao lado da partitura deixa o recado: homenagem a Nilton Bastos.

Já com Noel, com quem compôs 18 sambas, estão “Gosto, mas Não Muito” (1931), “Ando Cismado” (1932), “Adeus” (1932), “A Razão Dá-se a Quem Tem” (1932), “Não Tem Tradução” (1933), “Para Me Livrar do Mal” (1932), “Uma Jura que Eu Fiz” (1932), “Vejo Amanhecer” (1933) e “Assim, Sim” (1934).

Este estilo de samba consagra-se como o gênero do disco e da radiofonia. Estas associações levam críticos e intelectuais a questionarem a autenticidade do samba, uma expressão da cultura popular urbana que começava a se descaracterizar por causa da indústria musical.

Mário de Andrade, que considerava Ismael um dos principais compositores do Brasil, foi uma das figuras a destacar isso. Por outro lado, o compositor e cronista Orestes Barbosa tinha uma visão oposta sobre o rádio: via no meio uma forma de impulsionar a afirmação do novo gênero.

Com Silvio Caldas, Mario Reis e Francisco Alves nas rádios, o samba passa a ser mais percebido, difundido e valorizado. No entanto, perdia-se de vista quem estava por trás das aclamadas canções, pois era comum o cantor não dar o devido crédito ao letrista – muito menos o lucro pelo direito autoral.