De Paulo a Paulinho: o padrinho da Portela e ministro do samba

09/12/2014 00:00 / Atualizado em 09/05/2019 15:38

Em 1964, Paulinho da Viola começa a se envolver com a Portela. Desde então, seu reconhecimento na escola somente cresceu com o passar dos anos e sua figura como sambista ultrapassou as fronteiras do Rio de Janeiro.

Em 1970, Paulinho é convidado a ser padrinho da agremiação ao lado de Clara Nunes. O título foi uma forma de agradecimento pelo empenho do compositor em reunir os sambistas da Velha Guarda da escola para gravação de seu primeiro disco. Intitulado de “Portela – Passado de Glória”, o álbum impulsionou o resgate de sambas antigos e colocou o grupo em atividade novamente.

A sua dedicação à escola era tamanha que, em 1974, Francisco Santana e Monarco compõe uma canção em sua homenagem. Registrada pela Velha Guarda no álbum “História das Escolas de Samba – Portela” (1974), “De Paulo a Paulinho” reconhecia no violeiro a continuidade da herança deixada por Paulo da Portela, um dos fundadores da escola.

Nesta época, Paulinho tinha apenas 32 anos e já era celebrado entre os sambistas mais antigos da agremiação com os versos: “Antigamente era Paulo da Portela / Agora é Paulinho da Viola / Paulo da Portela, nosso professor / Paulinho da Viola, o seu sucessor / Vejam que coisa tão bela / O passado e o presente da nossa querida Portela”.

O talento e destaque de Paulinho no samba também foi identificado pelo baiano Batatinha, um ano antes da homenagem feita pelos baluartes da Portela, em 1973. Em nome do contemporâneo, ele compõe a canção “Ministro do Samba” para o disco “Samba da Bahia“. Na letra, o sambista canta: “O samba bem merecia ter ministério algum dia / Então seria ministro Paulo César Batista Faria”.