Do choro ao samba-enredo, sempre Paulinho da Viola

César Faria, violonista conhecido nas rodas de choro, tocou no conjunto Época de Ouro, de Jacob do Bandolim. Músico nas horas vagas, reunia em sua casa alguns amigos para tocar chorinhos. Seu filho, Paulinho da Viola, cresceu neste ambiente – cercado por mestres da música, embalado pelo instrumental do gênero.

Não é à toa que sua formação musical tenha forte influencia do choro. Por vezes, Paulinho disse que não era um sambista, mas sim um chorão. Esta proximidade e amor ao gênero resultou em um disco totalmente instrumental dedicado ao estilo, em que o compositor toca cavaquinho. Escute o álbum “Memórias Chorando” (1976) completo.

No entanto, embora Paulinho tivesse um grande fascínio pelo choro, também mostrava-se muito interessado no samba e nas agremiações. Com apenas 20 anos, ele já integrava a Ala dos Compositores da Escola de Samba União de Jacarepaguá.

Em 1966, por insistência de seu primo Oscar Bigode, Paulinho acabou indo para Portela – escola que não saiu mais. Sem pretensões, o compositor novato acaba vencendo o concurso de samba-enredo, com “Memórias de um Sargento de Milícias”.