Obra de Adoniran Barbosa é retratada no cinema
Sambas que retrataram o cotidiano do homem popular paulistano ganham releitura inédita em "Dá Licença de Contar"
“Os sambas de Adoniran são muito visuais. Sempre pensei que dava para fazer um filme com essas histórias tão conhecidas por todo mundo”, conta o diretor Pedro Serrano. Realmente, é possível imaginar cenas do início do século 20 ao escutar “Saudosa Maloca”, “Iracema” e “Samba do Arnesto”.
Partindo da ideia de que suas composições são praticamente roteiros de cinema, Pedro dirigiu o curta-metragem “Dá Licença de Contar“. A partir dos episódios famosos das canções de Adoniran, ele criou uma única história que mescla a comédia ao drama.
Quem conduz o curta é o próprio ‘Adoniran’, que é interpretado por Paulo Miklos. Ambientada no tempo e espaço vividos pelo sambista, a narração dá vida aos famosos personagens do sambista. O filme, que faz homenagem ao samba paulista e ao seu emblemático representante, buscou valorizar Adoniran e sua obra como merecem.
- Vida e obra de Adoniran Barbosa são retratadas no cinema
- Cinema ao ar livre, show e dança de graça abrem novembro no Ibirapuera
- Demônios da Garoa homenageia Adoniran Barbosa no Tatuapé
- Grupo Trovadores Urbanos homenageia Adoniran Barbosa em Perdizes
Lançado no aniversário da cidade de São Paulo no MIS através do evento itinerante Conexão Cultural, que trouxe o tema “Samba São Paulo” por meio da música, fotografia, gastronomia e intervenções artísticas, o curta correrá pelo principal circuito de festivais brasileiros e, em seguida, será divulgado na internet.
Elenco
Gero Camilo é quem confere o toque de humor ao ‘bebum’ Mato Grosso, que morre de amores por Iracema. O papel desta moça bonita e doce, que sonha em se casar, ficou com Aisha Jambo. Entanto isso, o mulherengo do Joca é interpretado por Gustavo Machado.
De chapéu e gravata borboleta, o músico do Titãs encarna Adoniran e impressiona com semelhança física. “A escolha foi um pouco pela aparência, mas também pelo timbre de sua voz rouca, que remete à voz de Adoniran, e pela versatilidade de Miklos, que também é cantor. Tinha que ser ele”, Pedro explica.
No set de filmagem, houve uma preparação intensa e divertida para que Miklos falasse da mesma forma peculiar de Adoniran. Com o vocabulário exato, o personagem relata causos de sua juventude em um balcão de bar, descrevendo as rodas que frequentava e até a furada em que Arnesto o meteu. O mais significativo e triste dos episódios, no entanto, é a demolição da maloca em que vivia.