Paulo Cesar Pinheiro conta como nasceu um dos seus maiores sucessos
Aos 66 anos, Paulo Cesar Pinheiro é uma das raras unanimidades da música brasileira. O carioca de São Cristóvão, autor de sucessos como “Lapinha” – ao lado de Baden Powell – e “Portela na Avenida” – com Mauro Duarte – é autor de mais de duas mil canções. E ouvir como nasceu um dos hits dos anos 70 rendeu boas risadas a quem estava no show do amigo Eduardo Gudin no Sesc Arena, em Copacabana.
“Era 1971 e eu fui a São Paulo pra receber um cachê por causa de “Sermão”, uma música minha com o Baden. Sei lá porque eu pedi pra receber em dinheiro: acho que não tinha talão de cheque, conta em banco [risos]. Então peguei o cachê e do lado da gravadora já tinha um bar. O Gudin queria me mostrar uma melodia e ficamos lá bebendo, bebendo… felizes da vida; eram cinco mil cruzeiros, uma grana boa para a época! O envelope ali no balcão entre a gente, mas fomos pra outro bar e mais outro e o envelope sempre debaixo do braço. Depois fomos para a casa da Márcia, uma cantora e amiga lá de São Paulo. Saímos de lá trocando as pernas em direção ao hotel e esqueci o dinheiro no táxi.”
Inspirado pelo ocorrido, letrou a melodia de Gudin e nasceu “Lá se vão meus aneis”, que concorreria ao IV Festival Universitário de São Paulo, transmitido pela TV Tupi em 1971 e defendida pelos Originais do Samba, que arrebatou o prêmio de, pasme, “exatamente o valor que eu tinha perdido no táxi: cinco mil cruzeiros!”