Por que esta bebida ajuda a prevenir o Parkinson?
Cerca de 4 milhões de pessoas no mundo vivem com a doença, sendo aproximadamente 200 mil no Brasil
Um novo estudo publicado na revista Neurology trouxe mais uma peça ao quebra-cabeça da prevenção da doença de Parkinson: uma relação promissora entre o consumo de café e a redução do risco de desenvolver a condição.
Analisando dados de 184.024 pessoas ao longo de 13 anos, uma equipe internacional de cientistas identificou que indivíduos que consumiam café regularmente apresentavam menor probabilidade de desenvolver a doença em comparação com aqueles que não tinham o hábito.
Por que esta bebida pode ajudar a prevenir o Parkinson?
Em uma investigação detalhada, os pesquisadores analisaram os níveis sanguíneos de compostos relacionados à cafeína – como a paraxantina e a teofilina – em centenas de pessoas com o distúrbio. O estudo revelou que a presença desses metabólitos no sangue estava inversamente associada ao risco de desenvolver a doença.
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Embora não seja o primeiro estudo a apontar uma relação entre o café e o Parkinson, ele se destaca por aprofundar a análise, considerando biomarcadores de cafeína no sangue muito antes do diagnóstico. Curiosamente, observou-se que o grupo de maior consumo de café tinha uma redução de 40% no risco de desenvolver a doença, enquanto, no geral, a diminuição variava entre 5% e 63%, dependendo do país.
Café é a cura?
Apesar das evidências, ainda não se pode concluir que o café seja uma “cura” ou prevenção absoluta para a doença, já que outros fatores como tabagismo e consumo de álcool foram levados em conta, mas sem provas de uma causalidade direta. A hipótese mais aceita sugere que a cafeína protege o cérebro ao ajudar a regular a dopamina – substância que, no Parkinson, tende a reduzir com a degeneração das células nervosas na região da substância negra do cérebro.
Os pesquisadores pontuam: “Esses efeitos neuroprotetores estão de acordo com nossos achados, revelando uma relação inversa entre a cafeína, a paraxantina e a teofilina e a incidência do distúrbio”.
Entendendo a doença de Parkinson
O Parkinson é uma doença neurodegenerativa progressiva que impacta o sistema nervoso central e provoca uma série de sintomas motores e não-motores. A condição se caracteriza pela morte dos neurônios dopaminérgicos, o que leva à redução da dopamina, um neurotransmissor essencial para o controle motor.
Entre os sintomas mais evidentes estão os tremores em repouso, a rigidez muscular, a lentidão de movimentos (bradicinesia) e a instabilidade postural. Mas, além disso, o Parkinson pode causar alterações de humor, distúrbios do sono, comprometimento cognitivo e problemas autonômicos.
As causas ainda não são totalmente compreendidas. Acredita-se que sejam uma combinação de fatores genéticos e ambientais, como exposição a toxinas e certas mutações genéticas que aumentam o risco.
Diagnóstico do Parkinson
O diagnóstico é primariamente clínico, baseado na observação dos sintomas característicos. Exames de imagem e testes laboratoriais podem ser realizados para excluir condições que imitam o Parkinson, mas o diagnóstico definitivo se dá pelo quadro clínico e pelo acompanhamento médico.