Burnout tem sintomas iniciais que muitos ignoram; veja quais
Saiba como reconhecer os primeiros sinais do burnout e buscar o apoio profissional necessário para enfrentar a condição
A síndrome de burnout agora é, oficialmente, reconhecida como uma doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS), na nova Classificação Internacional de Doenças (CID-11).

Com isso, trabalhadores brasileiros diagnosticados com a condição terão essa informação registrada em atestados médicos, garantindo maior visibilidade e seriedade ao tema.
Impactos do burnout
Caracterizado pelo esgotamento físico e mental associado ao trabalho, o burnout tem como sintomas frequentes a insônia, alterações de humor, dores musculares, sentimentos de fracasso, dores de cabeça e até mesmo impactos no sistema cardiovascular.
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Segundo a psicóloga Dra. Cristiane Pertusi, especialista em traumas e saúde mental, o reconhecimento do burnout como doença ocupacional é um avanço, mas ainda há muito a ser feito para conscientizar as pessoas sobre os sinais e a importância do cuidado.
“O burnout é mais do que uma questão individual. O corpo do indivíduo reflete as consequências do ambiente em que está inserido, das relações interpessoais e do clima organizacional. Relações tóxicas, como chefias abusivas, colegas de trabalho que reforçam o estresse e um ambiente hostil, podem intensificar o esgotamento emocional, muitas vezes mais do que a própria carga de trabalho em si”, explica a especialista.
Como identificar os primeiros sintomas de burnout?
De acordo com a Dr.ª Cristiane Pertusi, o burnout pode se manifestar de forma sutil no início. Entre os primeiros sinais, estão:
- Sensação constante de exaustão, mesmo após períodos de descanso;
- Dificuldade em se concentrar e em realizar tarefas simples;
- Irritabilidade e aumento da sensibilidade emocional;
- Insônia ou sono não reparador;
- Dores de cabeça ou musculares recorrentes sem explicação médica clara;
- Perda de interesse ou prazer em atividades que antes eram motivadoras.
Como lidar?
“Fazer uma leitura do ambiente e das relações é essencial para entender os gatilhos que reforçam o estresse. Muitas vezes, a raiz do problema não está apenas na sobrecarga de tarefas, mas em como as relações no trabalho impactam emocionalmente o indivíduo”, ressalta a psicóloga.
A busca por apoio profissional é essencial. “Se você percebe que o esgotamento está comprometendo sua saúde, suas relações ou sua capacidade de trabalho, é hora de buscar ajuda. A terapia pode ser um espaço para entender as causas desse estresse, desenvolver estratégias de enfrentamento e, principalmente, aprender a se reconectar com suas prioridades e necessidades pessoais”, destaca a psicóloga.
Estratégias de prevenção e recuperação
Além do acompanhamento psicológico, algumas práticas podem ajudar na prevenção e recuperação do burnout:
- Estabeleça limites claros: não permita que o trabalho invada constantemente seu tempo pessoal.
- Priorize pausas: momentos de descanso durante o dia são fundamentais para recarregar as energias.
- Pratique atividades relaxantes: exercícios físicos, meditação e hobbies podem ajudar a aliviar o estresse.
- Converse sobre sua carga de trabalho: não tenha medo de expressar sobrecarga e buscar apoio no ambiente profissional.
A nova classificação da OMS não apenas legitima o impacto do burnout, mas também abre espaço para que empregadores e trabalhadores reconheçam a importância de cuidar da saúde mental.
Para a Dra. Cristiane Pertusi, esse é o momento de transformar a conscientização em ação. “Buscar ajuda não é um sinal de fraqueza, mas de coragem. Ao cuidar de sua saúde mental, você não está apenas preservando sua produtividade, mas sua qualidade de vida e bem-estar geral”, finaliza.