Como acontece a transmissão de hepatite A, B, C D, E e infantil?
Saiba mais sobre os diferentes tipos de vírus, como são transmitidos e os sintomas associados a essa inflamação do fígado
O atual surto de hepatite entre crianças em vários países voltou a despertar preocupação. Essa doença, caracterizada por uma inflamação no fígado, pode se desenvolver como uma infecção aguda ou crônica e sua transmissão varia de acordo com o tipo.
É importante ressaltar que as hepatites virais são as mais prevalentes, sendo causadas pelos vírus A, B, C, D e E.
No Brasil, os tipos mais diagnosticados são os vírus A, B e C. Menos comumente, encontramos o vírus da hepatite D (mais predominante na região Norte do país) e o vírus da hepatite E, que, de acordo com o Ministério da Saúde, é menos frequente no Brasil, sendo mais comumente encontrado na África e na Ásia.
O vírus das hepatites B ou C tem o potencial de causar infecções crônicas, sendo um problema significativo. O desafio reside no fato de que essas infecções muitas vezes não apresentam sintomas, o que leva ao desenvolvimento silencioso da doença ao longo de décadas, sem que a pessoa esteja ciente de sua condição.
À medida que a infecção progride, ela afeta negativamente o fígado, resultando em fibrose avançada ou cirrose. Essas condições podem levar ao desenvolvimento de câncer e, em casos graves, exigir um transplante de fígado. É essencial estar ciente dos riscos e realizar exames regulares para detecção precoce e tratamento adequado.
Como a hepatite e transmitida?
A transmissão das hepatites tipo A e E ocorre por meio do contato com alimentos ou água contaminados pelas fezes de uma pessoa infectada. É possível contrair o vírus ao consumir carne de porco ou mariscos mal cozidos.
Por outro lado, as hepatites B, C e D podem ser transmitidas pelo contato sanguíneo com uma pessoa infectada. Além disso, os vírus B e D também podem ser transmitidos por fluidos corporais, como saliva ou sêmen.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece testes rápidos para detectar a infecção pelos vírus B ou C. É recomendado que todas as pessoas sejam testadas pelo menos uma vez na vida para esses tipos de hepatite.
Além disso, a rede pública de saúde disponibiliza uma vacina contra a hepatite B para toda a população. São necessárias três doses para garantir a proteção. No caso da hepatite C, não há uma vacina disponível, mas existem medicamentos que permitem a cura da doença. É importante buscar orientação médica para o diagnóstico e tratamento adequados.
E a hepatite aguda infantil?
A origem do surto de hepatite pediátrica em todo o mundo ainda é desconhecida. Vários aspectos intrigam, principalmente pelo fato de que essa doença não é comumente observada em crianças.
Além disso, os exames laboratoriais descartaram a presença dos vírus da hepatite A, B, C, D e E em todos os casos relatados até o momento.
A hipótese mais provável até o momento é que esses casos possam estar relacionados ao adenovírus do tipo 41, que geralmente está associado a resfriados, mas também pode causar pneumonia, diarreia e conjuntivite.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse vírus foi detectado em pelo menos 74 crianças afetadas pela doença. No entanto, existem várias outras linhas de investigação em andamento, incluindo a possível infecção pelo coronavírus, que ainda não foi descartada. Confira aqui outras teorias sobre o surto de hepatite.
Os primeiros casos de hepatite de causa desconhecida em crianças foram registrados no Reino Unido em 5 de abril. Nas semanas seguintes, outros países também começaram a relatar casos da doença.
Sintomas da hepatite aguda em crianças
A doença afeta principalmente crianças com menos de cinco anos de idade. Os sintomas iniciais geralmente incluem diarreia seguida de icterícia.
Um sintoma relevante da hepatite aguda é a dor intensa ao tocar o abdômen. Essa sensibilidade é sentida na parte superior direita, onde o fígado está localizado.
Segundo a Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido (UKHSA), os sintomas mais comumente observados em crianças com inflamação no fígado são:
Icterícia (71%)
Vômitos (63%)
Fezes pálidas (50%)
Diarreia (45%)
Náusea (31%)
Dor abdominal (42%)
Letargia (cansaço) (50%)
Febre (31%)
Sintomas respiratórios (19%)