Este fator que favorece o risco de desenvolvimento de Alzheimer, diz estudo

Estudo revela que o estresse pode acelerar o declínio cognitivo e aumentar o risco de demência na terceira idade

04/02/2025 18:44

O estresse crônico pode desempenhar um papel crucial no desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e outras formas de demência. Essa foi a principal conclusão de um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA).

Os pesquisadores descobriram que indivíduos expostos a altos níveis de estresse ao longo da vida apresentam maior risco de declínio cognitivo e perda de memória na terceira idade. Os achados reforçam a necessidade de medidas preventivas para minimizar os impactos do estresse na saúde do cérebro.

Este fator que favorece o risco de desenvolvimento de Alzheimer, diz estudo (Foto usada apenas para fins ilustrativos. Posada por profissional)
Este fator que favorece o risco de desenvolvimento de Alzheimer, diz estudo (Foto usada apenas para fins ilustrativos. Posada por profissional) - iStock/perfectlab

Estresse e declínio cognitivo: o que diz a pesquisa?

O estudo acompanhou cerca de 25 mil voluntários com mais de 45 anos durante um período de quatro anos. Ao longo da pesquisa, os cientistas avaliaram a memória e outras funções cognitivas dos participantes, buscando entender como o estresse pode impactar o cérebro a longo prazo.

Os resultados foram claros: aqueles que relataram altos níveis de estresse tiveram pior desempenho em testes de memória e cognição. Essa relação permaneceu consistente mesmo após a análise de fatores como nível socioeconômico e condições de saúde preexistentes, como doenças cardiovasculares.

Esses achados reforçam que o estresse não é apenas um problema emocional, mas também um fator que pode afetar diretamente a capacidade mental e acelerar o envelhecimento cerebral.

Como o estresse afeta o cérebro?

Os cientistas acreditam que o impacto do estresse na cognição está ligado a mudanças hormonais e inflamatórias que ocorrem no organismo. A exposição prolongada ao estresse pode levar a alterações nos níveis de cortisol, um hormônio que, quando em excesso, pode prejudicar a função cerebral e aumentar o risco de doenças neurodegenerativas.

Além disso, o estresse pode comprometer a qualidade do sono, afetar o sistema imunológico e incentivar hábitos pouco saudáveis, como o sedentarismo e o tabagismo. Esses fatores contribuem ainda mais para o declínio cognitivo, tornando o controle do estresse um elemento essencial na prevenção de demências.

O controle do estresse é essencial para a saúde do cérebro. Pequenas mudanças no dia a dia podem fazer a diferença. (Foto usada apenas para fins ilustrativos. Posada por profissional) 
O controle do estresse é essencial para a saúde do cérebro. Pequenas mudanças no dia a dia podem fazer a diferença. (Foto usada apenas para fins ilustrativos. Posada por profissional)  - iStock/Dusan Stankovic

A relação entre estresse e grupos minoritários

Outro ponto levantado pelo estudo foi a desigualdade no risco de demência entre diferentes grupos raciais e étnicos. Os pesquisadores sugerem que populações minoritárias podem estar mais vulneráveis ao declínio cognitivo devido ao estresse crônico causado por desafios socioeconômicos, discriminação e acesso limitado a cuidados de saúde.

Esse dado é preocupante, pois indica que fatores externos e sociais podem influenciar diretamente na saúde mental e cognitiva. Portanto, políticas públicas voltadas para a redução das desigualdades e do estresse nessas populações podem desempenhar um papel importante na prevenção de doenças neurodegenerativas.

Pesquisadores alertam: o estresse crônico pode impactar a memória e aumentar o risco de demência. (Foto usada apenas para fins ilustrativos. Posada por profissional) 
Pesquisadores alertam: o estresse crônico pode impactar a memória e aumentar o risco de demência. (Foto usada apenas para fins ilustrativos. Posada por profissional)  - iStock/Jacob Wackerhausen

Prevenção: como reduzir o impacto do estresse na cognição

Os pesquisadores estimam que uma redução de 10% a 25% em fatores de risco modificáveis, como estresse, alimentação inadequada e inatividade física, poderia evitar cerca de 1,3 milhão de casos de Alzheimer ao redor do mundo.

Isso significa que estratégias para gerenciar o estresse, como prática regular de exercícios físicos, técnicas de relaxamento e apoio psicológico, podem ser decisivas para manter a saúde do cérebro ao longo dos anos.

Embora mais estudos sejam necessários para aprofundar o entendimento dessa relação, as evidências atuais já apontam a importância de um estilo de vida equilibrado para preservar a cognição e reduzir o risco de doenças neurodegenerativas.

Atenção aos sinais iniciais do Alzheimer

Identificar precocemente os sintomas do Alzheimer é importante para retardar sua progressão e melhorar a qualidade de vida do paciente. Conforme destacado pela Catraca Livre, sinais como perda de memória recente, dificuldade em planejar ou resolver problemas, e desorientação em relação ao tempo e espaço podem indicar o início da doença. Ao notar essas mudanças em um familiar, é fundamental buscar avaliação médica especializada para um diagnóstico preciso e início do tratamento adequado. Veja mais aqui!